Capítulo 9

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Sai do quarto em passos firmes e com a cabeça trabalhando à todo vapor. Nem esperei Luísa dizer mais nada, dei um abraço nela e deixei um celular pra eventuais emergências. Caminhei até a recepção e Victor se aproximou pra ficar do meu lado no balcão. Eu deixei o crachá ali em cima e me virei pra ele.

- Você foi rápida...então ela disse quem foi?

- Foi Marco. - o sangue de seu rosto se esvaiu - ele disse pra eu ficar longe de Maraisa e da área dele.

- Nossa, é...

- Eu tenho que ir. - eu me virei, mas ele segurou o meu braço.

- Aonde você vai?

- Vou estar no galpão, cola lá depois que sair daqui.

- Não espera, eu vou com você. - eu o impedi com a mão.

- Victor, eu não sou tão louca assim. Eu vou passar o dia no galpão, não se preocupe. Se certifique que a Luísa tenha alguém vigiando a porta dela o tempo todo.

- Tá bom. - eu me virei e dei cinco passos pra longe dele - Birdie...

- Oi? - disse olhando pra ele.

- Isso quer dizer que...

- Acabou a espera. Ele vai saber com quem se meteu...

Ele não falou nada, só ficou me olhando com um olhar analítico. Eu peguei a deixa pra me voltar em direção à saída do hospital. Entrei no meu carro e fui pro meu apartamento, queria pegar o notebook que era do meu pai antes de ir pro galpão planejar as coisas. Boa parte do plano estava nele.

Passei pela porta de casa e senti um cheiro de molho à bolonhesa, meu irmão estava cozinhando. Fui pra cozinha e o encontrei jogando o macarrão no escorredor, que estava dentro da pia. Me aproximei e parei encostada no mármore. Ele me olhou, mas continuou oque estava fazendo. Pegou o escorredor e jogou o macarrão na panela do molho, que estava em cima do fogão. Com uma colher de pau, passou a mistura a pasta e o molho .

- Ele sabe que eu estou viva. - Ele estava pra jogar o escorredor usado de volta na pia, quando escorregou de sua mão caindo lá dentro e fazendo um barulho de ferro com ferro - Depois conversamos melhor, mas Maraisa não pode mais vir aqui. Ela colocaria as nossas vidas em risco. - Eu digo e saio da cozinha e passo no meu quarto pra pegar o notebook.

O peguei em cima da cama e sai correndo do apartamento. Estava ansiosa e queria dar o primeiro golpe em Marco. Mostraria pra ele, quem teria que tomar cuidado a partir de agora. Iria atacá-lo aonde lhe doía mais, no seu dinheiro. E irei por em prática o plano de interceptação dos contêineres.

[...]

Victor chegou junto comigo no galpão e ficamos os dois no meu quarto arquitetando tudo. Fizemos contato com um cara, que iria nos fornecer o caminhão pra transportar as mercadorias depois. Victor fez uma lista com quarenta homens que ele tem confiança. É claro que dali, três eu ponho a mão no fogo, mas é só dizer que tem dinheiro na roda que eles fariam qualquer coisa.

O plano era simples no papel, mas eu queria que ocorresse no tempo fechado de cinco minutos, um minuto a mais, as chances de termos êxito era menor. Então eu precisaria de alguns dias para fazer várias simulações com os envolvidos e chegar a perfeição dos atos.

A próxima demanda de drogas, chegariam em 12 dias no porto, por um navio cargueiro vindo de Havana na cuba. Não era tempo suficiente, mas teria que servir. Quando era pra lá de meia noite, já tínhamos tudo esquematizado e no dia seguinte começaríamos o recrutamento e o ensaio sem o caminhão, mas não seria problema.

O único problema seria convencê-los a fazer isso pelas costas do B. Dung, ele não me permitiria. No entanto é a minha honra que está em jogo. Por isso com um pouco de atuação da minha parte, consegui esse êxito, mentindo que aquilo era uma ordem direta do próprio B.

Firebird - Nascida das Cinzas - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora