Capítulo 28

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Dois meses e quinze dias depois...

A música latina era abafada naquele escritório de portas fechadas. Marília tinha o contador de dinheiro eletrônico em cima da mesa e colocava o bolo na máquina, que corria as notas para o outro lado indicando a quantia no visor em seguida. Victor estava na sua frente anotando tudo e pegando o bolo e colocando em um monte separado. Eles estavam fazendo o balanceamento da semana e Marília ficou contente por seu lucro apenas crescer.

Nos últimos tempos, desde que Marco desistiu da sua vida nas ruas e se contentou com sua empresa multinacional. Marília ascendeu no tráfico e pelo o aumento de sua área para o triplo de antes, ela se tornava mais poderosa, com mais seguidores e parcerias. A notícia que corria nas ruas era que tinha um novo rei no pedaço, no caso dela, rainha.

- Marília, tem uns alemães causando problemas na área VIP. - um cara diz depois de ter entrado pela porta.

- Oque eu falei sobre bater Poncho?

- Me desculpa, é porque eles se recusam a ir embora e ameaçaram chamar a polícia. - ela olhou pra ele pela primeira vez e parou com mais uma pilha de dinheiro no meio do caminho. Soltou em cima da mesa e se levantou.

- Olha e aprenda Poncho, eu não quero que isso se repita. Eu te pago para resolver os problemas na pista.

- Sim, senhora. - Ela passou pelo cara e saiu pela porta de seu escritório.

Pegaram o elevador em silêncio e ele a seguiu pelo salão até a área vip. Lá ela reconheceu os gringos que estavam bêbados e rindo na cara dos seguranças, que tentavam leva-los para fora do lugar. Ela se aproximou e tocou o ombro de um dos seguranças que abriu espaço quando viu que era ela. Marília parou na frente do sujeito quase albino e vermelho do porre que tomou, puxou Poncho para o seu lado e voltou a encarar o cara.

- Boa noite, como vocês estão? - os caras ficaram mudos, mas depois irromperam numa risada.

- Essa é a pessoa que você iria chamar? acho que essa garotinha se perdeu do caminho de casa. - Marília riu e coçou o nariz.

- Senhor você está conturbando o ambiente, gostaria que pagasse a sua conta e se retirasse por favor. - ela falou calma.

- Quem é você? a filha do dono? eu não vou falar com você, cadê o dono dessa budega. - ele abriu os braços berrando e chamando a atenção de algumas pessoas.

- Eu sou a dona do lugar e estou perdendo o meu tempo aqui. Então pague e vá embora. - Marília deu seu último aviso.

- Vocês estão fechando? - ele perguntou bem perto dela, fazendo ela fechar os olhos ao sentir o hálito de álcool - porque caso o contrário, eu não vou a lugar nenhum...

Em um movimento curto, mas estalado, Marília acerta o rosto do cara com as costas da mão em um tapa. O deixando perplexo e com a marca vermelha da mão dela e de seu anel na maçã do rosto do sujeito. Todos ficaram surpresos e sem reação, mas atentos quando ela pegou ele pela nuca abaixando a cabeça dele para falar perto de seu rosto.

- Escuta aqui gringo, eu não sei se na zona da onde você veio era assim, mas aqui você não vai avacalhar. Esse é um lugar de respeito e se você não demonstra respeito, meus homens te ensinam com prazer. - ele olhava para ela com os olhos arregalados - agora abre a sua carteira. Agora!

Ele logo pegou a carteira no bolso de seu shorts caqui e entregou para ela.

- Eu não quero esse lixo. - ela joga de volta na cara dele - Poncho a máquina de cartão.

- Já está aqui senhora. - Marília apenas olhou para o alemão que com as mãos trêmulas pegou um cartão prateado e entregou para poncho - débito ou crédito senhor?

Firebird - Nascida das Cinzas - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora