Rules - Bokuaka (Tradução PT/BR)

Capítulo 2

Clique. Clique. Clique. Clique.

O clique constante da caneta de alguém do outro lado da sala ameaçou deixar Akaashi completamente louco. Ele estava olhando para uma entrada de diário nos últimos cinco minutos, os números gradualmente se transformando em personificações visuais dos cliques. Isso foi um quatro? Não, foi um clique. Outro. E outro. E outro. Dirigindo por seus ouvidos, permeando seu cérebro, tomando conta de toda a sua vida.

Clique. Clique. Clique. Clique.

"Se você não parar de clicar naquela caneta, o médico irá removê-la de sua traqueia."

Não foi Akaashi, mas Tsukishima quem finalmente conseguiu silenciar o barulho infernal. Akaashi olhou para cima de seu papel e para baixo em direção ao loiro irritado a duas mesas de distância. Ele estava segurando a testa com a mão direita, olhando para a tela do computador. Sua cabeça estava balançando minuciosamente, e Akaashi sabia que a ameaça velada era provavelmente a coisa mais legal que ele tinha em mente.

Bem, pelo menos os cliques pararam.

"Akaashi-san, você já conseguiu falar com o CFO?"

A pergunta repentina de Yamaguchi roubou a atenção de Akaashi, e ele olhou preguiçosamente para o homem sardento. Ele estava confuso, mexendo em uma pilha de documentos que ameaçava transbordar a qualquer momento.

"Liguei quando cheguei aqui, aparentemente ele ainda não estava", respondeu Akaashi.

"Essas entradas de diário são—"

"Uma bagunça, eu sei," Akaashi o interrompeu. "Metade deles são duplicados e estamos perdendo semanas inteiras. Estou bem ciente, Yamaguchi.

"D-desculpe," Yamaguchi murmurou, tentando desaparecer atrás da pilha.

Akaashi não estava tentando ser curto com o homem mais jovem. Ele mesmo examinou os documentos antes que alguém chegasse aqui esta manhã - daí o alerta para o escritório do CFO. E é claro que ele ainda não estava lá. Porque por que ele estaria em um local de trabalho na hora? Considerando o estado desses documentos, era apenas parte do curso.

"Por favor, não se desculpe, Yamaguchi," Akaashi suspirou, tentando relaxar os ombros pela centésima vez. "Vou ligar de novo. E de novo. Não vou parar de ligar até falar com ele.

"E quando não funcionar?" Tsukishima perguntou, o olhar nunca vacilando de seu computador.

"Eu arrumo o equipamento de acampamento e fico na frente da porta de seu escritório," Akaashi respondeu, sua voz inexpressiva. "Vamos ver o que eles fazem quando eu faço a fogueira. Provavelmente serei capaz de desmascará-lo.

A expressão entediada de Tsukishima cintilou por um momento, uma pitada de riso dançando em seus olhos, contorcendo-se em sua boca. Ele se foi antes que Akaashi pudesse piscar.

Akaashi apoiou os cotovelos na mesa e tirou os óculos, pressionando as palmas das mãos contra os olhos. Ele se permitiu uma pausa de 30 segundos, o vazio em sua cabeça pontuado pelo toque de teclas e o zumbido da conversa do outro lado da sala. Esses 30 segundos eram tudo o que o mantinha são, tudo o que o manteria são sabendo da conversa que estava por vir. E quando terminaram, suas mãos caíram pesadamente sobre a mesa, chamando a atenção de todos no cubículo.

"Você consegue, Akaashi-san," Komi encorajou.

"Boa sorte," Konoha bufou.

"Acreditamos em você", cantou Sarukui.

"Não tenho certeza se isso me faz sentir melhor ou pior", suspirou Akaashi.

Ele discou o número do Mizuha Financial Group tantas vezes nas últimas semanas que não precisou mais procurar. Seus dedos digitaram os números rapidamente e ele pressionou o fone no ouvido. Um toque soou e então ele estava ouvindo a voz feminina mecânica do outro lado da linha: "Obrigado por ligar para o Mizuha Financial Group. Por favor, ouça com atenção, pois nosso cardápio mudou. Para contabilidade, pressione—" Akaashi não esperou o resto do prompt antes de pressionar 4, que o direcionou a um menu para inserir um ramal—3487. Mais alguns toques e então ele foi saudado pela voz que o atormentava no último mês.