Akaashi estava deitado em sua cama olhando para o teto, seguindo os padrões de estuque de canto a canto. Era a mesma coisa que vinha fazendo há horas. O sol estava alto e uma rápida olhada em seu relógio lhe disse que já era o início da tarde. Mas ainda assim, ele não conseguia se levantar.
Os acontecimentos da noite anterior giravam em torno de sua cabeça como um maremoto.
Ele beijou Bokuto. Não durou muito, apenas o suficiente para os sentidos de Akaashi inundarem com seu cheiro, seu toque, seu gosto. Apenas o tempo suficiente para os lábios de Bokuto pararem de tremer, para seus dedos procurarem os de Akaashi e entrelaçá-los novamente.
E então acabou. Akaashi se afastou, respirando em jatos curtos. Não era o tipo de beijo que deveria deixar alguém sem fôlego. E ainda assim Akaashi não conseguia colocar ar suficiente em seus pulmões.
"Woah," Bokuto suspirou.
E então o mundo começou a girar novamente. O motorista abriu a porta, inundando o carro com a névoa dos postes de luz do lado de fora. Akaashi não sabia mais o que dizer.
"Bem, vejo você na segunda-feira, Akaash!" foi a despedida de Bokuto.
"Sim... Até segunda-feira..."
Akaashi rolou, batendo o rosto no travesseiro. Decididamente não era assim que ele deveria ter terminado a noite. Mas sua exaustão iminente o impulsionou para a frente e ele desmaiou na entrada de seu apartamento. Só às 07:00 desta manhã ele conseguiu se arrastar para o quarto.
Seus pensamentos foram interrompidos pelo zumbido áspero de sua mesa de cabeceira. Ele tateou sem olhar, puxando o telefone até o rosto. Era uma mensagem de Kuroo.
>>[Kuroo]: Apenas certificando-se de que você não está morto.
Akaashi digitou uma resposta apressada.
>>[Akaashi]: Não. Morto não.
Ele deixou cair o rosto no travesseiro novamente. Se ele fechasse os olhos, ele ainda podia ver os longos cílios de Bokuto contra suas bochechas enquanto ele fechava os olhos, o cabelo escorregando de sua touca e emaranhado nos dedos de Akaashi, o rubor de seu rosto quando ele se afastou do beijo. Akaashi quase podia sentir o cheiro dele, aquela mistura de roupa e xampu e algo mais, algo que ele nem conseguia descrever. Ele quase podia sentir o gosto de seus lábios...
Mais zumbido. Akaashi queria jogar o telefone pela janela.
>>[Kuroo]: Essa pontuação é um pouco assustadora. Você está bem?
Akaashi olhou para o telefone. Ele poderia mentir, dizer a Kuroo que ele estava apenas exausto - não é nem como se isso fosse uma mentira completa. Ele poderia ficar deitado em sua cama a tarde toda, chafurdando em confusão e dúvidas. Ele poderia fazer isso...
>>[Akaashi]: Estou tendo uma crise existencial.
A resposta de Kuroo foi muito mais rápida desta vez.
>>[Kuroo]: Parece divertido! Eu já vou!
Akaashi soltou um suspiro. Ele teria que se levantar agora, ou suportaria as batidas frenéticas de Kuroo em sua porta por horas. Deslocando-se para fora da cama, ele vestiu uma camisa e calças e caminhou até a sala de estar. Ele ainda não havia chegado à porta antes que as batidas começassem.
"Estou indo", ele chamou.
No segundo em que a porta foi aberta, Kuroo caiu na soleira. Ele praticamente arrastou Akaashi para o chão, jogando-se sobre os ombros do jovem.
"O que eu fiz para merecer isso?" Akaashi resmungou, lutando para apoiar Kuroo.
"Achei que você provavelmente estava privado de toque", respondeu Kuroo. "Resolvi todos os seus problemas?"
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Rules - Bokuaka (Tradução PT/BR)
RomanceQuero deixar bem claro que a Fanfic NÃO é da minha autoria, eu estou apenas traduzindo a fanfic. ⚠️ESTÁ EM REVISÃO⚠️ Sinopse: Em que Akaashi é um contador sobrecarregado que esbarra em Bokuto uma noite tocando piano no saguão de seu trabalho. Bokuto...