Capítulo 15

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Com sua empolgação em escrever músicas para a arte de Kuroo, Bokuto mal teve tempo de ficar nervoso para sua grande apresentação no início de agosto. Ele passava a maior parte de seus dias escrevendo incansavelmente, e Akaashi recebia apresentações especiais das músicas todas as noites.

E Deus, eles eram lindos. Quando Akaashi fechou os olhos, sentiu como se estivesse olhando para as pinturas. A melodia vibrante e saltitante era obviamente Nanami brincando com o novelo de lã. A canção da noite seguinte foi mais intensa, quase como uma risada; Akaashi podia imaginar Terushima, seus olhos bem fechados e aquela risada aguda saindo de seus lábios. Algumas noites depois, ele ficou envergonhado ao ouvir uma balada mais suave e suave.

"Foi... eu?" Akaashi perguntou sem fôlego quando Bokuto voltou aqueles olhos de lâmpada para ele.

"Sim," Bokuto murmurou, sua boca se inclinando para cima em um meio sorriso. "Na verdade, esse foi o primeiro que escrevi também. Mas quando eu disse a Kuroo que o escrevi, ele perguntou se poderia pendurar a pintura em seu show e simplesmente não vendê-la.

Akaashi nem teve energia para hesitar sobre seu rosto pendurado em uma mostra de arte. Ele ainda estava sem fôlego com a música de Bokuto. Quando Bokuto olhou para ele, essas foram as notas que vieram à sua mente.

Foi a coisa mais linda que Akaashi já ouviu.

"Bokuto-san, posso te perguntar uma coisa?" Akaashi perguntou.

"Bem, claro que você pode!" Bokuto disse enquanto se sentava na cadeira ao lado de Akaashi.

"Quando você escreveu aquela música... Você disse que vê cores. O que... Que cor você viu?

O rosto de Bokuto se contorceu em pensamento. "É meio difícil de descrever, mas... Era como aquela echarpe que você usou na primeira vez que veio à minha casa, aquele azul escuro. Mas não estava tão escuro, um pouco... Um, mais suave, eu acho. E ele se moveu e torceu, mas bem devagar, como você me faz sentir. Como se eu não estivesse tão ansioso. Como se eu pudesse apenas... Devagar..."

Akaashi estava prestando atenção em cada palavra de Bokuto. Ele subconscientemente alcançou os braços de Bokuto, mas seus dedos pararam sobre a pele. Bokuto olhou para ele, sorrindo quase nervosamente.

"Isso é estranho?" ele murmurou.

"Não," Akaashi engasgou.

Ele fechou o espaço entre eles, pressionando seus lábios nos de Bokuto em um beijo suave. Ele tentou despejar em Bokuto tudo o que não sabia como dizer, os sentimentos que ele mesmo não conseguia entender. O fato de Bokuto de alguma forma o deixar menos ansioso também, de que Bokuto era a única coisa na vida que o fazia desacelerar. Antes de Bokuto, a vida parecia um longo borrão. Mas agora, ele estava vendo pela primeira vez. Ele queria que Bokuto soubesse que, mesmo sem sinestesia, ele conseguia ver todas as cores que o mundo tinha a oferecer quando ouvia as músicas de Bokuto, ouvia sua voz, sua risada.

Mas ele não sabia como dizer tudo isso.

Então ele apenas pressionou um pouco mais fundo no beijo.

Kuroo conseguiu uma noite na galeria de arte de um amigo no final de setembro. Bokuto tinha suas músicas prontas para ele na primeira semana de agosto - embora isso não os impedisse de sair todo fim de semana, considerando que basicamente se tornaram melhores amigos. Não era incomum Akaashi acordar com uma mensagem no sábado ou domingo de manhã dizendo que Bokuto já estava na porta ao lado, saindo com Kuroo.

Felizmente, seu novo conjunto de distrações deu a Bokuto apenas cerca de dois dias para ficar nervoso para o show. Mas desta vez, não houve estresse por parte de Akaashi, e ele pôde estar lá antes da apresentação, desejando boa sorte a Bokuto nos bastidores.

Rules - Bokuaka (Tradução PT/BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora