Evitados

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O tempo simplesmente não passava de nenhuma forma, por mais que eu fizesse e cumprisse minha agenda, estar em outro país com a cabeça na Coreia, era o que tornava tudo tão demorado e difícil enquanto Sn precisava desbravar um mundo novo, sozinha e eu ficava horas, tentando equilibrar tudo e manter ela conectada comigo durante os dias que passavam. 

Após a situação no Rkive, Sn ficou um pouco mais  quieta e começou um trabalho de freelancer com outro grupo coreano. Então suas aulas, esse trabalho e o apoio que ela dava para meus meninos, ocupavam grande parte do dia e minha pequena já estava cansada demais quando chegava em nossa casa. Minha casa, na verdade. Sn insistia em ser só minha hóspede e suspeito que as coisas que Choi havia dito, afetaram seus pensamentos e sentimentos. Ela estava lá, se comunicava comigo, estávamos ligados todos os dias, mas eu sentia que não era exatamente a minha Sn. Algo havia mudado ou até acontecido. 

Me sentir sozinho era a parte fácil, isso sempre acontecia mesmo que eu estivesse rodeado por pessoas, no fim era somente eu e os pensamentos que engoliam minha razão e deixavam minhas emoções oscilando minuto após minuto. Sn brincava em minha imaginação, estava sempre lá ocupando todo o espaço que outrora, era de meus devaneios e até alguns arrependimentos. 

"Deveria ter me sujeitado à tal situação"

"Poderia estar vivendo outra coisa agora"

"Não custava dar uma chance"

Abrir mão de muitas coisas por um "bem maior" era quase uma rotina e pensar que talvez, apenas talvez pudesse acontecer algo assim em relação à Sn, me embrulhava o estômago. Não queria abrir mão dela ou do que sentia, a não ser que ela me pedisse isso e então, seria meu fim. O coração estava apertado por estar longe e não poder cuidar, não ter ninguém por perto para oferecer abrigo em caso de necessidade e, ouvir tudo que ouvi Choi gritar para ela, foi o estopim e por muito pouco não entrei num avião e voltei para casa para abraçá-la e deitar com ela em meu peito, trocando carinhos como sempre fazíamos e talvez até alguns beijos ganhassem vida durante esse cuidado, mas não poderia me dar ao luxo, pelo menos não por hora, ainda haviam muitos compromissos para finalizar. 

-Você deveria prestar atenção nisso. -Retrucou Yoongi parando ao meu lado. Só então percebi que estava tão aéreo que nem percebi a água caindo da pia sob minhas mãos. 
-'Tô cansado. -Respondi fechando a torneira e pegando papel toalha para me secar.
-E com saudades, preocupado querendo voltar pra Coreia. 
-Fica tão na cara assim? -Retruquei saindo do banheiro junto dele.
-Nem tanto, mas se até eu fico pensando na Sn sozinha lá, imagine você. 
-Não é tudo sobre ela, somos amigos. -Eu insistia em deixar isso claro, embora meu coração gritasse o contrário sempre que abria a boca para proferir tal mentira. 
-Eu sei. Ainda assim ela é nossa garota, fala um coreano mediano e ficou só num país que não é o dela.
-Nem me lembra disso. 
-Mandei um amigo meu olhar ela, sabe? Ver se estava tudo bem. 
-E?
-Ele encontrou os amigos de Jeon, Jimin e Hoseok fazendo a mesma coisa, além de um segurança seu.

Paramos no corredor, encarando um ao outro e logo Yoon começou sua risada de ombrinhos, me arrastando junto com ele. Aparentemente, todos estávamos preocupados com ela e isso era uma coisa boa, sempre soube que todos tomariam briga por Sn, o que me aliviava e deixava preocupado ao mesmo tempo, caso essa briga dela, algum dia, fosse comigo. 

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Nossa última semana no exterior estava acontecendo, haveriam festas para ir e gente para encontrar. A vida nesses lugares era um prato cheio para libertinagem e me vesti confortavelmente, esperando Jimin e Tae no corredor, iríamos no mesmo carro e assim que caímos na estrada, o assunto deixou de ser trabalho e virou mulher + pegação. 

Melhores AmigosOnde histórias criam vida. Descubra agora