Um sol bem quente

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Existe uma grande variedade de explicações para quase tudo que acontece no universo e para nós, seres humanos, descobrir coisas, desvendar mistérios e viajar até a lua, são coisas que não parecem tão impossíveis e, dependendo do que se vê ou descobre, as energias são renovadas e todos sentem que acabaram encontrando seu propósito de vida.

Já trabalhei por horas a fio, dançando, cantando, suando, surtando, criando música para o Army e melhorando tudo que estivesse ao meu alcance, mas nada, nunca, me deixou tão acabado e destruído quanto um pesadelo no meio da madrugada. 

Eu odiava ser acordado fora do horário e também odiava quando perdia meu sono por bobagem. Eu tinha uma rotina antes de dormir, então porquê raios não funcionou hoje? O que fiz de errado? O que meu subconsciente estava temendo tanto ao ponto de me fazer despertar suado, desesperado, caído no carpete ao lado da cama, todo enrolado no lençol e com uma jarra d'água espatifada ao meu lado? Eu tinha mesmo que ser dramático até em sonho? 

As luzes apagadas me deixaram confuso por um tempo, mas o cheiro era do meu quarto e me mexi dentro do enroladinho de lençol, estendendo a mão para a mesinha de cabeceira, só para alcançar a luminária e logo, um feixe de luz invadiu meus olhos, causando incômodo, por isso fechei-os, praguejando e saindo do meio dos panos para sentar na beirada da cama, puto por ver que eram apenas duas e quarenta da madrugada. Eu deveria estar no melhor do sonho, mas acabei tendo pesadelos com o exército, tudo invenção da minha cabeça, uma vez que tudo que eu tinha eram os relatos de Jin, muito bons por sinal, mas minha imaginação fazia questão de criar os piores cenários e me jogar dentro deles, sem qualquer aviso prévio. 

Na sala, ainda haviam resquícios da minha "rotina" antes de dormir aquele dia. Minha xícara de chá permanecia intacta sob a mesinha de centro, ainda meio cheia de whisky, um vício compartilhado por quase todos de nós e ao lado dela, meu pacotinho de salgadinhos amanteigados, sabor queijo que eu estava adorando comer o tempo quase todo. 

Meu corpo doía da dança que passei o dia treinando e agora, também sentia o ardor da queda que tive da cama, mas meu sono parecia ter fugido, então liguei a televisão e deixei uma série que estava em alta ir passando, sem realmente mergulhar minha atenção, o que foi facílimo de desviar, quando o visor de meu celular acendeu, com uma mensagem de alguém que eu estava gostando muito de ter por perto por esses dias.

"Acordado?"

Ri da moleza dela, cruzando as pernas no sofá e escorregando um pouco para baixo. Pensei um pouco antes de enviar minha resposta, passando a mão livre pelos cabelos enquanto encarava a mensagem diante de meus olhos.

Seria uma boa entrar numa conversa agora?

"Não está no seu soninho de princesa?"

Brinquei logo vendo a resposta surgir. 

"Gatas costumam caçar de noite."

"Principalmente por cima de telhados..."  

-Quer me ouvir miar essa noite? -Brincou do outro lado, atendendo minha ligação.
-Você não vai conseguir miar pra outro depois de miar pra mim. -Retruquei usando meu tom de voz no modo paquera.
-Acho que vou aceitar correr esse risco.

Ava era uma modelo Norte Americana, estava em uma temporada na Coreia por conta de um contrato e acabei conhecendo-a por artimanhas da mesma. Afinal, estar em praticamente todos os cafés e salões onde eu estava, não era uma simples obra do acaso.

Um dia, fui ao café temático do Bangtan, na mesma calçada da Hybe, de máscara, boné e óculos de sol, eu sempre fazia isso, um dos cafés gelados de lá é meu favorito e então, enquanto eu pagava e a moça do caixa e eu fingíamos que eu não era um dos sete que cobriam as paredes e espaços daquele lugar, Ava passou o braço sob meu ombro, estendendo notas para a moça, como quem quer pagar a conta.

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⏰ Última atualização: Aug 27 ⏰

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