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Por acaso eu havia guardado a carta, então pedi que e eles esperasse na sala até encontrar. Assim que achei desci até o cômodo e me sentei na poltrona a frente dele  e comecei a ler a carta.

Enquanto observava Bárbara ler a carta, Wagner sentiu seu coração se apertar. Ele viu a tristeza tomar conta de seus olhos, sua expressão se transformar em dor e desilusão.

Cada palavra falsa escrita naquelas linhas parecia esmagar sua própria alma. Ele queria gritar, dizer que aquilo não era verdade, que jamais teria escrito algo tão cruel.

A impotência tomou conta dele, pois não conseguia apagar o sofrimento que havia causado a Bárbara. Sentiu-se como um mero espectador de seu próprio destino, enquanto via o amor que tanto cultivaram desmoronar diante de seus olhos.

A angústia consumiu Wagner, deixando-o determinado a corrigir o erro, a lutar para reconquistar o coração de Bárbara e mostrar-lhe o quanto ele a amava de verdade.

— Agora sabe que não é verdade não é ? Barbara eu te amo, sempre te amei.—

— Foram os três piores meses desde que me mudei para cá —

— Eu sinto muito, mas agora estou aqui com você... —se aproximou me abraçando.

Talvez ali, envolta nos braços dele eu me sentia segura... Mas não por muito tempo.

Ele queria  ir embora, estávamos descendo o elevador enquanto conversávamos:

— Queria que você voltasse a morar
comigo... — ele diz com os olhos de cachorro pidão colocando uma mexa do meu cabelo atrás da minha orelha.

— Ainda não, tenho muita coisa para processar... —

— Tudo bem — ele beija a testa da garota — eu espero quanto tempo for necessário para acordar e ter você do meu lado... —

O elavador se abriu, passamos pelo roll e pela portaria indo em direção a saida :

— Eu te amo, me perdoa por não ter vindo antes ? — ele me olha .

— Claro que sim ... —

Do final da avenida surgiu uma moto, já estava tarde e muito escuro, ele diminuiu a velocidade vindo em nossa direção , de dentro da jaqueta tirou uma arma  apontando para mim. Wagner por sua vez nem se quer pensou se colocando a minha frente.

Eu ouvi o barulho do disparo, dizem que quando isso acontece é por que você ainda está vivo, e realmente eu ainda estava, por que não foi a mim que a bala acertou.

A motocicleta saiu rápido do local, wanger estava estirado no chão, a blusa ensanguentada enquanto ele mesmo tentava pressionar o local na tentativa de parar o sangue.

Eu comecei a chorar de desespero, ele parecia cada vez mais distante, minhas mãos  ensanguentadas pegaram o celular ligando para a emergência enquanto algumas pessoas sairam para o lado de fora .

Me sentei ao chão apoiando a cabeça dele em meu colo, a todo momento pedindo para que  ele ficasse comigo.

~ Quebra de tempo ~

Pensamentos atropelavam minha mente enquanto eu permanecia na sala de espera do hospital, esperando por  qualquer notícia.

Meu coração batia descompassado, ansioso por qualquer sinal de melhora. Lembrei-me do momento em que ele se colocou entre mim, corajosamente enfrentando o perigo para me proteger. As imagens daquele acontecimento terrível se repetiam em minha mente, como um filme de horror que eu não conseguia desligar.

Eu me sentia impotente, presa em um turbilhão de emoções ficando cada vez mais aflita. A culpa me consumia, questionando se poderia ter feito algo para evitar tudo aquilo. Cada segundo que passava sem notícias era uma tortura, alimentando meus medos mais profundos de simplesmente perde-lo .

Os minutos se arrastavam, e eu me agarrei à esperança de que Wagner acordasse logo, que ele se recuperasse e voltasse para mim. Eu rezava silenciosamente, implorando por um milagre, por uma segunda chance.

Enquanto aguardava, percebi o quanto Wagner era importante para mim. Ele era meu porto seguro, meu companheiro de vida. A ideia de perdê-lo era insuportável. Eu prometi a mim mesma que, se ele se recuperasse, nunca mais deixaria de valorizar cada momento ao seu lado... Nunca mais o deixaria...

Barbara estava sentada na sala de espera do hospital, com as mãos tremendo de ansiedade. Ela não conseguia parar de se preocupar com Wagner, que havia passado por uma cirurgia complicada. Ela se lembrava claramente do momento em que ele tinha sido levado para a sala de cirurgia, e desde então ela não conseguia pensar em mais nada além de esperar por notícias.

Ela olhou para o relógio na parede pela décima vez em uma hora, e suspirou. Parecia que o tempo estava passando muito devagar. Ela se perguntou quanto tempo levaria até que Wagner acordasse da anestesia e pudesse falar com ela novamente. Ela sabia que ele estava em boas mãos, mas ainda assim não conseguia deixar de se preocupar.

Finalmente, depois de horas de espera angustiante, um médico apareceu na sala de espera. Barbara saltou da cadeira e correu em direção a ele.

— Como está o Wagner?— ela perguntou, ansiosa.

— Ele está bem— respondeu o médico. — A cirurgia foi um sucesso e ele está se recuperando agora —

Barbara sentiu um peso enorme sendo retirado de seus ombros. Ela agradeceu ao médico e voltou para sua cadeira na sala de espera, aliviada e grata por ter Wagner em segurança.

Depois de um tempo, ali sentada aos pés dele agarrada em sua mão com algumas gotas escorrendo dos olhos, senti ele se mexer.

O homem ainda confuso chamou pelo meu nome :

— Barbara? — a voz sai rouca e meio falha.

𝐌𝐄𝐔 𝐐𝐔𝐄𝐑𝐈𝐃𝐎 𝐏𝐑𝐎𝐅𝐄𝐒𝐒𝐎𝐑 ~ Wagner MouraOnde histórias criam vida. Descubra agora