jogo de videogame

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Video games são minha vida. Adoro todos os tipos, mas os feitos no RPG Maker não são meus favoritos. Os gráficos são medianos, as músicas são genéricas e, sinceramente, raramente me prendem. No entanto, durante a pandemia, o tédio pode nos levar a experimentar qualquer coisa.

Uma tarde, enquanto navegava pelos e-mails sem nada de interessante, vi um pequeno link. Dizia ser de um jogo novo e o remetente parecia ser um amigo, pelo nome familiar. Sem muitas opções e tomado pelo tédio, cliquei no link.

A tela se abriu com o título do jogo. A atmosfera era estranhamente serena. Comecei como um fazendeiro em uma casa com três cômodos: uma cozinha que se fundia com a sala, onde havia um sofá vermelho, um armário com taças e duas plantas. No quarto, havia uma cama, um armário e uma mesa. O banheiro tinha uma pia, uma banheira e um vaso. A simplicidade da casa, que era assustadoramente parecida com a minha, me deixou desconfortável. Do lado de fora, havia um poço, uma plantação e um celeiro com vacas, porcos, galinhas e bodes.

Os primeiros dias no jogo foram tranquilamente repetitivos, preenchidos com tarefas simples de fazenda. Eu começava a relaxar e me distrair quando uma nova missão apareceu na tela: "Mate o bode preto".

Aquilo me fez hesitar. Algo parecia errado. Mas, obedeci. Levei o bode até minha casa, arrastando-o para o meio da sala, e o matei. No instante em que o fiz, o espelho na tela se tingiu de vermelho, e uma luz sinistra inundou a tela. Meu personagem se moveu sozinho até o quarto, parando em frente ao espelho, e atravessou-o. Tentei controlar o jogo, mas nada respondia.

Foi então que as luzes do meu quarto começaram a piscar, oscilando cinco ou seis vezes. Senti uma presença atrás de mim, a sombra na parede indicava que era muito mais alta do que eu. O ar ficou gelado, e uma sensação de terror absoluto tomou conta de mim. A figura se abaixou, e eu senti um dedo gélido e ossudo pousar na minha nuca.

Meu corpo ficou paralisado, o medo me dominando. Senti algo pontiagudo sendo pressionado contra a minha pele, perfurando-a lentamente. Um gosto amargo de ferro encheu minha boca, enquanto minha mente lutava para compreender o que estava acontecendo.

A figura sussurrou algo em um idioma que eu não reconhecia, mas cada palavra parecia corroer minha sanidade. Tentei gritar, mas minha voz não saiu. O quarto ao meu redor começou a distorcer, como se estivesse sendo sugado por um vórtice maligno. A dor no meu pescoço intensificou-se, e senti minha vida sendo drenada, cada segundo mais aterrorizante que o anterior.

Finalmente, as luzes se apagaram de vez, mergulhando-me em uma escuridão completa. Podia ouvir a respiração pesada da criatura atrás de mim, cada inspiração um eco do meu próprio desespero. O último som que ouvi antes de perder a consciência foi um riso gutural, ecoando no vazio da minha mente.

Quando acordei, estava de volta à minha cadeira, o jogo fechado, a tela do computador apagada. O quarto estava escuro, mas parecia normal. A única evidência do meu pesadelo era uma pequena marca no meu pescoço, como uma cicatriz que nunca desapareceria.

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