Saudades.

106 7 59
                                    

Havia se passado uma semana para Travis ter o nosso filho. Ele estava um pouco nervoso.

. . .

Eu e Travis estavam conversando na sala, Gizmo estava assistindo TV como sempre. Até que Travis sentiu algumas coisas escorrendo pelas suas pernas, gritou de dor.

Eu desesperadamente fui correndo até meu pai, falando que a bolsa estourou, meu pai correu até o Travis e o puxou para fora do apartamento, não tínhamos tempo para elevador, então fomos correndo nas escadas.

Chegamos fora do apartamento, meu pai logo tirou o carro do lugar, e entrou nele, abrindo as portas de trás, Travis e eu entramos, Travis se deitou na parte de trás e começou a ofegar, enquanto dava alguns grunhidos de dor, eu segurei sua mão e disse que ele poderia apertar o quanto quiser se sentir dores fortes. Dito e feito, Travis começou a apertar minhas mãos, estava com medo de o perder, igual como perdi a minha mãe.

Em algumas horas, chegamos no hospital, fomos correndo até algum médico, falei que meu namorado estava parindo. Ele levou o Travis até uma sala, enquanto fiquei numa sala de espera, andando de um lado pro outro igual um louco.

E então comecei a ouvir um choro de bebê. Senti minha alegria vir tão forte, eu virei papai!

Mas então, o médico saiu, com meu filho em suas mãos, o levou até alguma salinha, e foi até mim e o entregou.

— Mas e o Travis?! - Perguntei, olhando pro meu filho que estava enrolado numa roupinha azul.. Você era igual o seu pai, Salemi.

O médico me olhou.

— Ele está se recuperando, pode o ver. - Sorriu.

Eu fui até a salinha, junto do meu bebezinho. Entrei lá, olhei Travis que estava com aquelas roupas de hospital, com os olhos fechados.

Fui até ele e o cutuquei.

— Amor? Amor?? Olho o nosso filhinho! - Mostrei pro Travis, o nosso filhinho, vi Travis abrir os olhos lentamente, e sorriu ao ver nosso filho, eu dei ele pro Travis segurar, e ele o segurou com força, olhando para ele, e olhou de volta para mim.

— Eu te amo, Sal.. - Disse um pouco baixo.

— Eu também te amo, Travis! - Sorri, mesmo que não desse pra ver.

E depois do Travis se recuperar, voltamos para casa, com o nosso filhinho agora!

...

Mas ai então, problemas aconteceram. Depois que saímos do colégio, eu e o Travis fomos em busca de trabalho. Compramos uma casa e tals.. Mas então, você começou a adoecer, foi tão.. de repente, começamos a nos preocupar, fizemos de tudo, compramos remédios, mas nada adiantou.

06/12/1996.

Você tinha apenas quatro aninhos, a doença piorou, os médicos não sabiam o que você tinha. Você vomitava, chorava toda a noite, e mal conseguia caminhar direito.

Você estava na maca de hospital. Era dezembro. Eu e o Travis te visitavamos todos os dias, como sempre faziam.. não sei se você ainda se lembra.

12/12/1996

Quando fui te visitar, você estava pior do que antes, e deixa vez, eu havia trazido um ursinho de pelúcia, que você sempre me pediu. Eu te entreguei, eu lembro da sua felicidade naquele dia.

Então você disse.

— Papa.. Eu.. amo.. você.. e o.. papai.. Tabis também.. - Eu sorri, nosso pequenino ainda não sabia falar nossos nomes direito.. Eu o abracei.

— Eu também te amo, filho! - Deixei uma lágrima escorrer do meu olho, eu te amo, filho.

Mas então, chegou o esperado.

13/12/1997.

Você faleceu a noite. Teve uma parada cardia-respiratória. Eu fiquei em prantos, meu menininho tinha apenas seus quatro aninhos... Me senti tão culpado. Travis quando soube da notícia, ele chorou, começou a se isolar de tudo e todos.

Agora estamos aqui, em 2003. Já fazem seis anos que estamos casados, e já fazem seis anos dês de que você partiu, meu doce garoto. E claro, não podemos esquecer..
































— Feliz aniversário, irmãozão! - Sorriu, o pequeno Saylor(troquei de ideia.).

— Surpresa, Salemi.. - Travis sorriu.

— Você agora tem um irmãozinho.. - Eu não aguentei, comecei a chorar ali mesmo.

Era 05/06/2003. Seu aniversário.

Deixamos algumas flores rosas em seu túmulo.

— Nós te amamos, pequenino.. - Eu disse, olhando pro túmulo do meu amado filho... Eu vou sentir saudades suas, Salemi.























Eu nunca vou esquecer, de quando ficou de tarde, e antes de eu ir embora, você disse.

— Papa.. se.. algo acontecer.. eu te amo.. - Você havia dado um sorriso meigo, estava com aqueles respiratórios no nariz, alguns fios te dando sangue, e uma máquina contando seus batimentos cardíacos.

Infelizmente, naquela noite, meu bebê morreu sozinho, com medo, assustado... Eu pude sentir seu medo nas palavras, e olhar mais uma vez pro seu cadáver sendo enterrado, me deixou com um sentimento de culpa por não ter falado “Eu também te amo, meu bebezinho”, eu só fui embora assim que ele disse. Eu me arrependo de não ter o abraçado quando pude, por não ter contado histórias para você dormir a noite, e por não ter sido um pai melhor para você, Salemi. Eu te amo, minha criança que faria onze anos.














































































































































































Essa foi nossa história, e o fim dela também.








































































































































~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~

Quem precisa de inimigos quando se tem eu?

Our History 1991-2003. - Sally Face AU. Onde histórias criam vida. Descubra agora