CAPÍTULO 19

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Passamos horas conversando e tomando chá, colocando o assunto em dia, afinal, não nos vemos há dois meses. Logo, Amíce e Enola se juntam a nós. A menina parece mais confortável, porém não menos triste. Com certeza, vai levar tempo até que ela se recupere de toda a tragédia que viveu. Eduard passa para ver a mãe ao saber que ela estava no castelo. Após abraçá-la o bastante para matar a saudade, ele me fita com os olhos tristes, mas não diz nada. Certamente, amanhã teremos tempo para conversar.

Minha mãe e Helena se acomodam em outro quarto próximo ao meu, preferem assim para dar mais comodidade a Enola, que parece confiar em mim. Ela e Laura ficam em meu quarto, faço questão que se acomodem junto a mim. Catarina e Melissa dispõem mais duas camas no grande cômodo, e assim que se deita, Enola dorme profundamente.

— Vou deixá-las mais à vontade, foi um prazer te conhecer, Laura. — Amíce dá um sorriso e se retira para descansar após um dia tão exaustivo.

— Gostei dela! — diz Laura, cruzando os braços atrás da cabeça, tentando relaxar.

— Ela é ótima! Quando cheguei, foi a primeira pessoa a me receber bem na Arena. Roseta não é muito sociável, mas Amíce tem sido uma amiga e tanto. — Depois desse comentário, atualizo Laura sobre Roseta e suas implicâncias comigo.

— E quanto a menina? — Laura aponta com o queixo, sussurrando — O que será dela agora, coitadinha? Está sozinha não tem ninguém por ela.

Olho a pobre menina e me faço a mesma pergunta.

— É provável que fique em Ouránios para aprimorar as premonições que  tem, e se tiver interesse, poderá aprender a lutar, se estabelecer, e refazer a vida aqui. Agora vamos dormir, Laura. Amanhã tenho muita coisa para te mostrar.

IerousalimOnde histórias criam vida. Descubra agora