A primeira atitude de Ares é se aproximar tanto de mim que nossos corpos quase se tocam. Mas não se tocam.
E isso só piora tudo.
— Deve ser tão bom... — Sua voz é... Hipnotizante — sentar no alto do seu pedestal e julgar à vontade. Te faz se sentir bem? É prazeroso?
Engulo em seco.
— Porque eu quero sentir prazer também — continua — estou cansado de ser o errado o tempo todo.
— Você só colhe o que planta — consigo dizer.
— Você só colhe o que planta? — Retruca, sabendo muito bem que não. Não há nada de tão ruim que eu tenha feito para merecer a confusão que Afrodite e Eros me colocaram.
— Não há como nos comparar — digo duramente — e você sabe disso.
— Eu não sei... — Se inclina, me fazendo prender a respiração por um instante. Sua boca fica há centímetros da minha orelha direita — nós temos uma conexão. Forte.
Em momento nenhum Ares me toca. E, por mais louco que pareça, eu me frustro com isso.
— Vamos atrás da sua garota — coloco as mãos na beirada e me ergo, me sentando e rapidamente levantando.
— Eu tenho ela bem aqui — responde, me fazendo estremecer. Mas eu totalmente culpo a mudança de temperatura por sair da água.
— Farrah! — Grito, saindo a passos largos da sala. Sou bem resolvida comigo mesma o suficiente para admitir que estou a beira de fazer algo muito estúpido. E não posso me permitir isso.
— Sim, senhorita Souza? — A fada surge atrás de mim.
— Você estava ouvindo? — Questiono, uma mistura de raiva e vergonha fazendo meu rosto esquentar e minha voz soar como um gincho.
— Não — ela não parece estar mentindo, mas o que eu sei? E não importa realmente se ela estava ouvindo ou não. Nada importa agora além de Afrodite e Eros.
— Você ou alguém ouviu algo sobre onde Eros e Afrodite podem ter ido? Qualquer coisa ajuda — falo.
Ela pensa por um momento.
— Bom, ela disse que eles precisavam falar com Emory — conta.
— Quem é Emory? — Por favor, não mais uma deusa...
— Filha de Afrodite, uma semideusa.
Franzo as sobrancelhas, confusa. Não há nenhuma Emory no Acampamento.
— Onde ela mora?
— Eu não sei.
Antes que eu possa insistir, a fada completa com um sorriso malicioso:
— Mas senhor Ares sabe.
Não sei se isso é bom ou ruim. Se Afrodite tem uma filha que não está no acampamento e que aparentemente é próxima o suficiente para receber visitas, Ares deveria ter me contado.
— Obrigada. Onde posso me trocar?
— Não precisa perder tempo com isso — é toda simpática — feche os olhos!
Fecho, mas minhas mãos estão fechadas em punho, prontas para meter o soco nela se tentar algo.
— Olhe só! — Manda.
Abro os olhos novamente e me surpreendo com o espelho a minha frente. Eu estou parecendo a Barbie, toda de rosa. Dos enfeites no cabelo até a bota de salto alto.
Eu amei.
— Obrigada — agradeço — não é a melhor roupa para matar monstros, mas certamente me faz feliz.
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Deu a louca no Cupido | PJO
FanfictionEros sempre foi um bom Cupido, empenhado em orgulhar sua mãe, Afrodite. Seguir a lista que ela lhe dá todos os dias é fácil. Fazer umas pessoas se apaixonarem aqui, se amarem ali, um ciuminho nela ou uma invejinha nele. No geral, ele sempre acerta o...