NARRAÇÃO EM TERCEIRA PESSOA
Solari acordou de madrugada ainda, ligando rapidamente a luz do quarto. Uma sensação ruim tomou conta de si e ela tentou lembrar do seu sonho. Geralmente semideuses tem sonhos místicos, que podem ajudar em missões futuras ou situações complicadas que estão por vir. Mas Solari não conseguiu lembrar do sonho que teve, o que a frustrou, causando irritação.
Cadê a droga do privilégio dos filhos de Apolo?, pensa.
Decidida a focar no que realmente importa, ela se levanta e se arruma, comendo um café da manhã rápido e continuando a organizar as atividades para mais tarde. Ela teria um longo dia pela frente com os campistas.
Horas mais tarde, ela testava a habilidade deles com o arco e flecha, quando a sensação ruim tomou conta dela novamente. Olhando ao redor, ela conseguiu captar algo vindo em sua direção, mas não pôde desviar. Ao mesmo tempo, um homem também vinha em sua direção. Para o seu azar, a flecha — o objeto que vinha em sua direção — acertou a semideusa em cheio em seu coração. Cravou tão fundo que automaticamente ela caiu no chão, causando um alvoroço entre os semideuses.
— Protejam a Solari! Peguem aquele assassino! — grita Andressa, sacando sua espada e correndo até o homem que atirou a flecha.
Uma trombeta foi tocada e o Acampamento Meio-Sangue se tornou um campo de batalha. Os mais novos foram para dentro dos chalés, enquanto os mais experientes se armaram e foram para cima dos dois intrusos. Vários outros se espalharam, checando se mais campistas foram atacados ou procurando por falhas na barreira.
— Fique longe dela! — Damien grita para o homem que está em cima de Solari, arrancando seu colar e o transformando em espada.
Entretanto, o homem desconhecido não dá atenção a ele. Ares, o deus da guerra, tentou arrancar a flecha de Solari, mas ao tocar o objeto, ele se desfaz em pó rosa com brilho. O deus então começa a dizer maldições, levantando-se.
Em meio ao caos interno, Solari abre os olhos, encarando sem foco Ares. Ele, por sua vez, encara os olhos da semideusa, que oscilam entre um dourado vívido e um rosa claro. Havia uma guerra sendo travada dentro da filha de Apolo naquele momento e, apenas com uma troca de olhares, uma guerra começou dentro de Ares também.
O deus sentiu algo dentro de si mudar, algo que ele nem ao menos poderia explicar se perguntassem. Um sentimento que ele nunca sentiu antes se apossou dele de maneira arrebatadora. Amor. Em seu jeito mais intenso.
Tudo isso aconteceu de forma rápida, então mal eles trocaram olhares, Damien atacou Ares, sendo ajudado por outros semideuses.
O deus da guerra se irritou por estar sendo obrigado a se afastar da semideusa, então pegou ela no colo e se levantou.
— Eu sou Ares, o deus da guerra! Como ousam me atacar? Como ousam tentar me separar do meu amor? — grita, sua voz parecendo ecoar por todo o acampamento. Com isso, muitos paralisam, alguns caem de joelhos em respeito.
— Seu amor? Fique longe da nossa líder! — Faye berra, sua face em completo colapso.
— Ela é minha agora — e então ele desaparece, deixando apenas uma fumaça vermelha para trás.
NARRAÇÃO EM PRIMEIRA PESSOA
A voz desconhecida ao meu lado me deixa alerta. É feminina e cantarola uma música que eu não conheço.
Respiro fundo ainda sem abrir os olhos, movendo lentamente meus pés e mãos, checando se estou amarrada. Não. Busco nas minhas memórias o que aconteceu e abro os olhos sem querer ao me lembrar da sensação devastadora que senti antes de apagar. Uma flecha acertou meu coração e fez com que meu corpo pegasse fogo de dentro para fora — ou pelo menos parecia.
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Deu a louca no Cupido | PJO
FanfictionEros sempre foi um bom Cupido, empenhado em orgulhar sua mãe, Afrodite. Seguir a lista que ela lhe dá todos os dias é fácil. Fazer umas pessoas se apaixonarem aqui, se amarem ali, um ciuminho nela ou uma invejinha nele. No geral, ele sempre acerta o...