Nocaute

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Com o ticket garantido pra Paris, vamos comemorar com continuação de sofrimento já que a temporada de seleção acabou pra nos proporcionar isso 😭

Queria primeiro agradecer muito a vocês pelo apoio, ideias, comentários e etc. Essa fic me anima muito, e sinto que assim como as personagens eu também tô tendo um novo começo na escrita. Sentia que sempre precisava refletir alguns problemas da minha vida na escrita e acabava escrevendo muitos atritos, mas agora me enxergo mais na leveza da escrita.

Os capítulos dessa primeira semana vão ser: segunda, quarta e sexta. Mas depois da semana de estreia vão ser apenas dois: quarta e sexta.

Boa leitura pra todo mundo e vamos pra segunda temporadaaaaaa!

#ficnocaute

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Rosamaria POV

O cheiro de grama que eu sinto tão forte em Saquarema costumava me deixar ansiosa, hoje em dia me acalma. Esse lugar é quase minha casa, se eu passo muito tempo sem ir, eu sinto falta, mas quando estou aqui na rotina pesada, quero ir embora. Hoje é um dia específico que quero ir embora mas também queria passar o resto da vida aqui; Carol chega no grupo de hoje. Ela e as meninas do Minas chegaram há poucos dias da Final do Sul-americano de Clubes que ganharam do Praia e só agora iriam se juntar a nós, mortais, assim como Gabi que também chega hoje depois da Champions League.

Elas tiveram dois ou três dias de descanso desde que chegaram do Peru, o que sempre me preocupava desde que eu descobri o que a falta de descanso pode causar em uma certa jogadora aí. Já eu não posso reclamar, fazem dois meses que a liga do Japão terminou, fomos quinto lugar, o que já me deixava orgulhosa porque nosso time lidou com alguns problemas pessoais que poderia ter nos tirado dos eixos mas conseguimos corresponder às expectativas, nada muito surreal. Não tinha renovado meu contrato com eles, até porque sempre soube que essa temporada era um estudo pras Olimpíadas, e posso dizer que estudei muito. O vôlei japonês cresceu muito e grande parte se deve a disciplina das meninas, nós treinávamos muito e elas eram tão disciplinadas que nem tinha mancheto de brincadeira pra começar, era aquecimento e treino por duas horas em dois turnos, mais uma hora de musculação em dois turnos, um treino específico de defesa uma vez por dia. Elas eram incansáveis, eu sofri muito pra pegar o ritmo, mas quando peguei, comecei a ser disparada a maior pontuadora, mesmo jogando de ponteira em alguns jogos menos importantes. Hoje, depois de ter passado por tudo digo que essa foi realmente a melhor escolha pra minha carreira.

Sei que Carol também fez a melhor escolha pra dela, já que Bruninha foi constante e dedicada a sua recuperação e Carol estreiou no primeiro jogo do mês de Janeiro em casa, numa vitória de 3x2 contra o Osasco onde ela jogou e liderou do início até o fim. Cheguei a ficar preocupada com ela, pois acompanhei esse jogo de madrugada no Japão, mas ela jogou como bem conhecemos e não demonstrou em nenhum momento que estava sentindo dor. Ela ama jogar, e pelo pouco que eu vi de sua lesão, ela não via a hora de estar em quadra de novo. No Brasil, o Minas foi campeão de tudo, mesmo o Praia tendo um ótimo elenco, ficou mal entrosado com a troca constante de levantadoras e líberos e mesmo fazendo uma boa temporada, não conseguiu superar o Minas em nenhum campeonato. Digo sem dúvida alguma que Carol foi a grande chave pra essa temporada perfeita do Minas, mesmo com a levantadora americana nova, jogando a Supercopa quase sem treino, ela mostrou que tinha estudado muito bem o time e fez jogadas quase idênticas às de Macris ganhando o amor da torcida. Carol liderou a temporada em eficiência e bloqueio, ficando entres as cinco maiores pontuadoras onde as outras quatro eram opostas. Ela estava voando, não é pra tanto que levou o MVP de dois, dos quatro campeonatos que disputou, da Superliga e do Mundial de Clubes mesmo perdendo a Final pro Vakifbank.

E eu acompanhei sim o Minas, eu amava ver como Carol estava se portando, me encantava a forma que ela tinha rejuvenescido com essa volta. Não é pra tanto que ela foi convocada de novo pra seleção e segundo o Zé, ela só não vai pra Paris se "alguém colocar uma arma na minha cabeça e na dela".

NocauteWhere stories live. Discover now