Vento Alecrim

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Vento Alecrim by Gilsons

Me digam que apareceu a notificação pra vocês agora ☹️

Esse aqui 🥹🤏
....

Quarta semana até Paris.

Caroline POV

Rosamaria tinha razão, a vida era muito mais fácil quando não complicávamos as coisas. Desde que voltamos de BH, temos cumprido nosso combinado de "ser casal" apenas quando temos folga e tem funcionado muito bem. Tivemos algumas horas de folga antes de viajar pra Itália e passamos um tempo na areia da praia de Saquarema aproveitando a presença uma da outra, aquilo pra nós duas bastava.

"Quer molhar os pés? Tá lindo o mar hoje, tô quase entrando." Eu perguntei pra ela que estava deitada na canga com a cabeça nas minhas pernas. Ela apenas negou. "Quer ir comer alguma coisa?" Perguntei de novo porque fazia um tempinho que ela estava calada ali.

"Não, Ca, só quero aproveitar nosso tempo juntas, fica quietinha aí."

"Você tá pedindo pra uma pessoa hiperativa ficar quietinha, impossível!" Ela riu e levantou sua cabeça pra me olhar.

"Vamos molhar os pés." Ela se levantou rendida e levantei as mãos pedindo ajuda. "Força, véia!" Exclamou enquanto me puxava, eu aproveitei o impulso pra me jogar em cima dela e a abraçar.

Andamos até a areia molhada e coloquei meu corpo na frente do dela pra chegar primeiro. "Tá gelada!" Exclamei fazendo careta quando a onda passou por cima do meu pé. Coloquei as mãos dentro dos bolsos do moletom e fiquei observando o lindo mar azul que estava surpreendentemente calmo hoje. Fechei os olhos aproveitando o cheiro da brisa salgada e o barulho das ondas. Rosa se pôs na minha frente e envolveu minha cintura, encostando sua cabeça no meu ombro e ficando de costas pro mar. "Por que você tá assim toda carente?" Eu perguntei virando o rosto pra beijar sua têmpora.

"Porque sim, mais tarde não vou poder." Sussurrou. "Tô sentindo cólica chegando." Ela falou como se explicasse o motivo daquela aproximação.

Eu já tinha falado isso várias vezes, mas em tempos antigos, se Rosa sentisse qualquer dorzinha, ela virava um chiclete, queria carinho o tempo todo, parecia uma criança. Acho que com a endometriose ela aprendeu a se virar mais sozinha, mas ainda é possível ver traços da sua personalidade apegada. Ela estava aproveitando agora o que não poderia ter mais tarde.

"Quer entrar então?"

"Eu só quero ficar com você, Carol." Suspirou estressada. Eu tirei minhas mãos do bolso e envolvi no seu quadril, a apertando em meus braços.

Comecei a deixar vários beijinhos no seu pescoço e ombro, dando o carinho que eu sei que ela queria. "Vem, vamos sentar ali, eu prometo ficar quietinha contigo." Não esperei ela responder, a guiei de volta pra onde estávamos sentadas antes.

Ela se sentou primeiro e ao invés de sentar ao seu lado, eu dei a volta e sentei atrás dela. Podia dizer que aquela era nossa nova posição favorita, uma sentar no meio das pernas da outra. A aconcheguei em meus braços e ela relaxou instantaneamente.

"A vida é muito doida mesmo, né?" Ela comentou nos tirando do silêncio e eu concordei. "No mundial, eu pirei quando você me chamou pra ficar aqui na praia com você e hoje a gente tá aqui sem querer ir embora."

"Você era uma fujona." eu ri encostando meu rosto no dela e apoiando meu queixo em seu ombro. "Mas não resistiu ao charme."

"Quem não resistiu ao charme foi você né, véia, apaixonada no primeiro beijo." Ela provocou beliscando minha perna e eu ri.

NocauteWhere stories live. Discover now