Nocaute

Quando Bate Aquela Saudade

Quando Bate Aquela Saudade by Rubel

Por favor, entendam que muitos acontecimentos são "distorcidos" ou "exagerados" por conta da mudança de hormônios que a Rosa tá tendo. Ela falar que as meninas foram cuzonas com ela nem sempre significa que as meninas foram cuzonas com ela, mas não deixa de ser um sentimento válido.
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Rosamaria POV

Tinha minhas pernas entrelaçada com as dela já que compartilhávamos o pequeno espaço em uma só cadeira. Ela ainda segurava seu copo na mão enquanto eu tinha as minhas livres e segurava seu rosto com carinho enquanto ela tomava controle sobre nosso tão desejado beijo. Eu estava tão feliz que ela tinha se entregado e finalmente percebido que não conseguimos ficar longe uma da outra, eu acho que eu estava sorrindo durante o tempo todo que ela me beijava.

Ela se afastou pra tomarmos ar, encostou nossas testas e eu sorri pra ela. Notei que ela tinha o cenho franzido, não sorria. Abriu a boca uma vez pra voltar pro beijo, mas hesitou e voltou atrás, franziu ainda mais seu cenho e parece ter tomado coragem pra me beijar de novo. Foi aí que eu percebi o que estava acontecendo, isso não era ela entendendo que aquele combinado era inútil, isso era ela quebrando nosso combinado na impulsividade. Parecia decidir em sua mente se iria se arrepender agora ou mais tarde. Eu teria que ouvir desculpas uma hora ou outra me dizendo o porquê nós ainda não podíamos estar juntas e o quão difícil era pra ela estar comigo todos os dias. Ela ainda não tinha se entregado, ainda tinha seus receios sobre nós duas e esse receio que ainda controlava suas decisões. Não acredito que ela achou que eu não leria exatamente o que ela estava pensando, eu a conheço o suficiente pra isso. Ou talvez ela achou que eu seria irresponsável pra errar junto com ela.

A empurrei tão forte pelos ombros que parte do espumante que estava em seu copo caiu em sua blusa. Limpei minha boca e me levantei rapidamente.

"Rosa!" Exclamou surpresa pelo o que fiz. Eu passei a mão nos cabelos tentando controlar minha fúria, eu queria esganar ela.

"Você só pode achar que eu sou idiota, né?!" Perguntei retoricamente rindo sem humor. Ela me olhou confusa enquanto tentava limpar sua camisa. "Me beijar assim pra depois me dizer que ficar comigo vai te atrapalhar?" Ela abriu a boca tentando argumentar mas nada saiu, ela tinha sido pega no flagra. "Você não pensa, Carol? Nunca?"

"Rosa, me deixei levar pelo momento, mas você também me beijou. Desculpa, não devia ter acontecido." Falou as palavras que eu estava esperando ouvir.

"Sabia que você ia se arrepender em algum momento." Virei as costas tentando me controlar. "Você é uma irresponsável!" Bufei depois de gritar as palavras apontando o dedo pra ela.

"Ué, você me empurrou!"

"Porque eu pensei que você estava esquecendo aquele papo idiota e escolhendo ficar comigo!" Gritei com o punho cerrado de tanta raiva acumulada que eu estava sentindo. Já é a terceira vez que ela se arrepende depois de um beijo. "Você está sendo impulsiva e irresponsável." Ela parece não ter gostado da acusação e se levantou depressa segurando meu pulso e abaixando minha mão que apontava o dedo em seu rosto.

"Para de falar assim comigo!" Pediu no mesmo tom que o meu, fiz questão de empurrar seus ombros de novo pra que ela me soltasse. "Se você tivesse me deixado trocar de quarto, nada disso estaria acontecendo."

"Talvez agora se eu ficar sem olhar na sua cara, isso não aconteça mais!" Gritei pondo minha raiva pra fora e passei por ela trombando nossos ombros.