Fix You

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Fix you - Coldplay

Vocês perturbam, hein!

Gente, não sou Shonda Rhymes pra escrever de medicina. Eu invento e vocês acreditam, fechou?

Alerta: falas sobre suicídio e depressão.
...

Caroline POV

Rosa foi arrancada dos meus braços assim que cruzei a porta da emergência. Eu nem tive tempo de explicar o que tinha acontecido, eles deitaram ela em uma maca e eu percebi que ela tinha voltado a vomitar, por isso estavam tão afobados em levá-la. Olhei pra minhas mãos trêmulas e elas logo foram seguradas firmemente por Júlia, quase esqueci que ela estava aqui também.

Lembro de olhar nos seus olhos e minha vista escurecer, não o suficiente pra eu desmaiar. Mas perdi as forças lembrando que eu tinha acabado de encontrar minha namorada morta na minha cama. Júlia agarrou minha cintura e eu voltei a firmar o pé no chão levando minha mão a cabeça me sentindo extremamente tonta. Ela me arrastou pra uma cadeira e eu quase deitei lá, deitada completamente sem forças e em uma péssima posição pra minha coluna.

Alguém abriu minha boca e colocou algo saboroso lá dentro, engoli e aos poucos fui me sentindo melhor, meus braços e pernas ainda tremendo mas minha consciência já voltando.

"Ela tá bem? Ela morreu?" Perguntei tentando olhar em volta mas eu não tinha visão de onde tinham levado a Rosa.

"Carol, ninguém morreu!" Júlia exclamou enxugando minhas lágrimas com certa força.

"Eu vi..." olhei pra minhas mãos. "Ela tava morta nos meus braços, Júlia."

"Não, Carol, ela vai ficar bem." Sentou do meu lado e me abraçou encostando minha cabeça em seu ombro e acariciando meus cabelos. "Ei, você quer trocar de roupa? Tenho um casaco no carro." Ela falou e eu notei que minha camisa estava suja e que também eu estava de uniforme do Minas. "Pode chamar atenção." Eu acenei e ela se levantou, saindo da sala de espera pra fora do hospital enquanto eu olhava em volta pra algumas pessoas que tinham visto aquela comoção. Rezava pra ninguém me reconhecer.

Peguei o telefone da Rosa do meu bolso e engoli o choro pensando que teria que fazer a ligação mais difícil de toda minha vida. Minha visão borrada pelas lágrimas e minhas mãos trêmulas dificultavam de achar o nome da mãe de Rosa em sua lista de contatos. Olhei pra cima e vi Júlia voltando com um casaco preto na mão.

"Cê consegue achar o telefone da mãe dela pra mim? Não tô conseguindo ver nada."

"Deixa pra ligar quando você tiver mais calma e quando trouxerem notícias dela pra você explicar tudo." Ela tirou o celular da minha mão. "Vem, vamos no banheiro."

"Mas e se eles voltarem?" Apontei pra dentro das portas de onde tinham levado Rosa.

"Dois minutos, Carol." Ela insistiu e eu suspirei assentindo. Me levantei e comecei andar vagarosamente atrás dela com o casaco na mão. "Tá se sentindo melhor?" Ela apertou meu ombro, eu assenti sem falar nada.

"O que aconteceu? O que ela te falou?" Falei quando entramos no banheiro único no fim da sala. Coloquei o casaco em cima da pia e tirei meu uniforme, o amassando em uma bola. Pus o casaco quentinho que Júlia me trouxe e me senti 1% melhor de estar em outra roupa.

Júlia se encostou na parede e respirou fundo. "Vou te contar porque é necessário, mas você tem que conversar com ela depois." Avisou e eu assenti franzindo a testa em preocupação. "Ela me disse que se arrependeu da cirurgia." Explicou e eu franzi o cenho. "Ela tá muito machucada com isso, Carol, ela me falou que queria se matar e depois voltou atrás e disse que não queria falar aquilo."

NocauteWhere stories live. Discover now