Nocaute

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Issues by Julia Michaels

Bônus Júlia e Roberta.

...
Sexta-feira

Júlia abraçava o braço de Roberta tão forte que estava deixando a pele da namorada vermelha, mas a levantadora não se importava, era uma situação nova pra Júlia. Ela nunca tinha conhecido seus sogros antes, e mesmo já tendo falado com eles nos telefonemas de Roberta, e sabendo que eles estavam animados em vê-la, ela ainda se sentia insegura.

"Juju, minha mãe já te ama e meu pai é uma manteiga derretida, você tá tão nervosa mas não tem motivo nenhum." Ela apertou a mão da namorada tentando passar conforto enquanto as duas esperavam os pais de Roberta na saída do aeroporto, eles tinham ficado preso no trânsito e não chegaram a tempo de recepciona-las no desembarque.

"Eu sei que eles são uns amores, não tô com medo deles, tô com medo de decepcionar eles, não sei, de ser algo diferente do que eles esperavam."

"Eles esperam alguém doce, que me ama, que é perfeita em tudo o que faz... você é tudo isso, então fica tranquila." Roberta brincou fazendo Júlia rir. "Agora solta meu bracinho antes que você arranque ele fora." Pediu afastando as mãos de Júlia da sua pele mas logo se prontificando de colocar uma mão na sua cintura.

"O que mais você falou de mim?"

"Olha, eu e meus pais temos uma comunicação muito aberta, então eles sabem de tudo. Desde o comecinho até agora, eles sabem tudo." Júlia arregalou os olhos com a informação e sentiu sua vista escurecer de vergonha. Roberta riu. "Tô brincando, besta. Só falei que a gente começou a namorar agora e que eu tô apaixonada, mas eles com certeza vão perguntar dos detalhes."

Júlia bufou mas se sentiu aliviada que era só uma brincadeira. Mas Roberta estava certa antes, quando Júlia viu o casal descendo do carro e se aproximando delas, o olhar doce que os dois carregavam, ela não se sentiu nervosa. Eles espelhavam a paz que Roberta trazia pra ela, o mesmo amor que sua namorada carregava no olhar, a singeleza de cada palavra, cada atitude... ela tinha herdado tudo deles. Júlia queria chorar e agradecê-los por terem criado uma filha tão boa e perfeita pra ela.

Ela logo se soltou no carro, conversando com o pai de Roberta sobre a fazendo da família, sobre sua faculdade, seus planos pro futuro; coisas que nem Roberta sabia que ela tinha em mente, conhecimentos sobre bolsa de valores, políticas, planos de gerenciar a herança da família e sair do vôlei cedo pra aumentar a empresa do pai junto com Laura. Roberta estava impressionada como Júlia sabia manter uma conversa sobre qualquer assunto, e seus pais também não podiam estar mais satisfeitos com a escolha de Roberta.

Pararam em um dos restaurantes preferidos de Roberta, era uma churrascaria especializada em cupim, a carne preferida da levantadora. De novo, começaram a falar de fazenda, gado e tudo o que Júlia mais sabia falar, mas logo o assunto foi mudando pra como elas começaram a namorar e todos esses detalhes. Júlia não se conteve em elogiar a namorada pros sogros.

"Eu fui muito sortuda, Roberta é a pessoa mais gentil que eu conheço, ela tem um toque diferenciado sobre ela, uma empatia, delicadeza... algo que eu não sabia explicar até ver vocês." Desviou o olhar da namorada que sorria timidamente e encarou o casal à sua frente, estavam emocionados. "Vocês criaram uma filha incrível, e ela aprendeu direitinho com os dois. Tudo o que ela tem de melhor eu consigo ver em vocês também."

"Você não precisa nos agradar, Júlia. Mas é sempre bom ouvir coisas boa da nossa filha."

"Tô sendo sincera, ela é incrível e isso é mérito de vocês." Os braços de Roberta rodearam os ombros de Júlia e a abraçou apertado, como se agradecesse por todas aquelas palavras.