a última noite

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ᴏ ᴠᴇɴᴛᴏ ɴᴏ ᴍᴇᴜ ʀᴏsᴛᴏ
ᴍᴇ sᴇᴄᴀɴᴅᴏ ᴏ ᴄʜᴏʀᴏ ᴛãᴏ ᴇɴᴠᴇʀɢᴏɴʜᴀᴅᴏ
ᴠᴇᴍ ᴅᴏ ᴍᴇᴜ ʟᴀᴅᴏ
ɴᴜᴍ ʙᴇɪᴊᴏ ᴀ ɢᴇɴᴛᴇ ᴇsǫᴜᴇᴄᴇ
ᴏ ᴘᴏʀǫᴜê ᴀ ɢᴇɴᴛᴇ ᴅᴇᴜ ᴛãᴏ ᴇʀʀᴀᴅᴏ
ᴀ ᴍᴀɪs ʙᴏɴɪᴛᴀ ᴅᴀs ᴅᴇsᴘᴇᴅɪᴅᴀs
ᴀ ᴍᴇʟʜᴏʀ ɴᴏɪᴛᴇ ᴅᴀs ɴᴏssᴀs ᴠɪᴅᴀs

Controla o choro, Giovanna. A garota repetia para si mesma. Aquela era a última vez que tinha de encarar o garoto e fingir que estava tudo bem, não tinha porquê chorar.

Não tinha porquê chorar.
Não tinha porquê chorar.
Não tinha porquê chorar.
Não tinha porquê chorar.
Não tinha porquê chorar.
Não tinha porquê chorar.
Não. Tinha porquê chorar.

Ela só não queria demonstrar que sim.

As malas já estavam nos respetivos carros e tudo já estava pronto para partirem, a única coisa que faltava eram as despedidas, coisa que Giovanna fazia questão de evitar, mas, infelizmente, não conseguiu.

— Mãe, eu não quero me despedir.

— O que deu em você? Você gosta tantos dos Bellingham, porque não quer dizer um adeus?— a menina permaneceu em silêncio — Giovanna Lucilla, ti ho fatto una domanda.

— Porque... esquece. Já estou indo, mammina.  — a menina, que já estava sentada no banco de trás, saiu de dentro do carro amuada e se dirigiu para a família.

Primeiro, foi se despedir da Sra. Bellingham, a mulher que a tratou carinhosamente e se ofereceu para a ajudar com imensas coisas a viagem toda. Facilmente uma segunda mãe durante aquelas duas semanas.

Esperou que Manollo se afastasse da mais velha para lhe dizer palavras simples e curtas que ela pensou e repensou diversas vezes nos últimos dias.

— Giovanna, querida. — a chamou para um abraço — Você foi como uma pequena experiência de ter uma filha e agora eu só consigo pensar em expulsar esses dois muleques de casa e adotar uma menina.

A adolescente riu, apesar de já ter algumas lágrimas nos olhos.
Era o primeiro abraço que recebia desde que descobrira aquilo e a maior vontade de Giovanna era desabar ali e contar tudo que sentia. Os braços da mulher eram tão aconchegantes e ela se sentia segura, mesmo sem saber como e o porquê da afinidade repentina.

— Pode me adotar se quiser, Sra. Bellingham. — sorriu — Eu não sei muito bem o que dizer numa despedida, mas eu espero que saiba que essas férias foram as melhores e também gostaria de agradecer por ter cuidado de mim esse tempo. Muito obrigada. Me dê notícias daqui a uns tempos!

— Digo o mesmo, garotinha. Quando estiver grandinha, surfando as maiores ondas do mundo e sentir que tem muito que contar, me avise. Estarei disposta a ouvir você a qualquer hora. E, caso já não seja óbvio, sempre que quiser um pouso na Inglaterra não hesite. — a Bellingham completou e desfez o abraço. — Agora vá, ainda tem que se despedir de um fedelho e ter uma conversa madura com Jude. Não espero menos do que isso de você. Te desejo um futuro brilhante, porque você é uma menina brilhante. Até um dia, Giovanna.

A menina não acreditava que ele tivesse contado o que fez à mãe dele depois de lhe pedir, encarecidamente, que não contasse a ninguém. Não fazia sentido, a senhora com certeza estava falando de outra coisa.

𝘊𝘓𝘈𝘙Ã𝘖 - jude bellinghamOnde histórias criam vida. Descubra agora