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ғᴜᴍᴀɴᴅᴏ ǫᴜᴀʟǫᴜᴇʀ ᴄᴏɪsᴀ ᴘʀᴀ ᴍᴇ ᴇɴᴛʀᴇᴛᴇʀ ᴍᴇ ᴀʀʀɪsᴄᴏ ɴᴇssᴀ ᴠɪᴅᴀ, só ᴘʀᴀ ᴠᴇʀ ᴠᴏᴄê ᴛᴏᴅᴀ ɴᴏssᴀ ᴊᴜᴠᴇɴᴛᴜᴅᴇ ᴄᴏʀʀᴇ ᴘᴇʟᴀs ᴠᴇɪᴀs

Giovanna Lucilla Moratti se considerava uma garota de sorte e ela tinha bons motivos para isso.

Desde criança, a pequena garotinha tinha tudo o que ela desejava. No seu aniversário de cinco anos foi presenteada com sua primeira prancha de surf (e, verdadeiramente, não poderia estar mais agradecida pelos desejos da sua versão mais nova), ainda que não fizesse menor ideia do que era surf e para que serviam pranchas, mas seus pais não se importaram em questionar o porquê do pedido.

Agora adolescente, isso não tinha mudado.

No seu mais recente aniversário de quinze anos, a menina tinha quase implorado por sua tão querida viagem para Nazaré, a cidade conhecida pelas ondas monstruosas, que ela considerava impossível de receber, afinal teriam que fazer uma longa viagem de carro até lá chegar, uma vez que viagens de avião não tinham a mesma graça para Giovanna.

Talvez tenham sido as suas súplicas ou, muito provavelmente, a sua avó mexicana, por parte de pai, que levava a tradição dos quinze anos muito a sério, que permitiram a concretização desse sonho irreal. Seus pais nunca foram os maiores fãs de viagens e, se dependesse da sua mãe, ela ficaria em Florença o resto da sua vida.

Não que sua mãe não apoiasse os seus sonhos, muito pelo contrário, mas o medo de ver sua filha se machucar com eles era demasiado grande para a permitir. Vê-la surfar desde nova era um dos seus passatempos favoritos e ela reconhecia que as habilidades dela eram avançadas para a sua jovem idade, contudo o mar era um terreno perigosamente instável e só a sorte poderia decidir o destino da menina. Felizmente, sorte sempre foi o forte da filha.

Apesar de a contra gosto, a mulher lá acabou por deixar, mas não pôde deixar de apontar algumas breves regras, como a de que sua filha não se arriscasse muito na água salgada, caso contrário nunca, e com um grande ênfase no nunca, mais tiraria seus pés de Florença. Na cabeça de Giovanna, se sua mãe não a estivesse vendo, tecnicamente, não estaria quebrando as regras.

Juntamente dos irmãos e do pai da garota, seguiram viagem para as terras portuguesas, com o carro lotado de malas e malas.

Se havia uma coisa que Giovanna adorava eram viagens de carro. Ver cada casa com uma história diferente, parar em cafés desconhecidos, ver as belas praias com surfistas com os mesmos sonhos que ela... Tudo isso fazia parte da lista "Coisas que eu adoro em viagens" que ela tinha escrito nos seus doze anos (e que ainda acrescentava coisas até hoje, apesar de não o admitir.).

A excursão a Portugal, mesmo que fosse consideravelmente grande, não pareceu demorar tanto, uma vez que as paisagens faziam o tempo passar três vezes mais rápido.

Pelo contrário, o seu pai, que era o condutor da viatura, se sentia mais cansado do que nunca e Giovanna não o poderia julgar. Diferente dela, o mais velho não pôde dormir tanto quanto ela.

A sua mãe e o seu irmão mais velho estavam enjoados e com nenhuma vontade de fazer algo que não fosse dormir em qualquer canto. Nenhum deles tinha vontade sequer de sair do carro em direção ao apartamento em que eles ficariam. Seria a garota a única com vontade de conhecer a cidade naquele momento?

𝘊𝘓𝘈𝘙Ã𝘖 - jude bellinghamOnde histórias criam vida. Descubra agora