Capitulo 9

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Olhei para o chão, segurando a raiva que fervia dentro de mim após aquela cena lamentável no refeitório. Carlos, havia me alcançado antes que pudesse escapar do meu próprio ímpeto.

-Julieta, espera!- voz dele soou atrás de mim, uma mistura de preocupação e determinação que eu não queria ouvir.

Virei-me para encará-lo, olhos faiscando de raiva.

-O que tu queres, Sainz?

Ele suspirou, deslizando a mão pelo cabelo enquanto olhava para mim.

-Eu sei que tu e o Charles não se dão bem, mas isso não é motivo para explodir assim. Julieta, tu chamaste a atenção de todos no refeitório. Por Dios!

-Eu não ligo para o que eles pensam- respondi, o tom carregado de obstinação- e não preciso de sermões teus, Sainz.

-Julieta, tu estás a permitir que a raiva te domine- ele disse, voz calma- Eu entendo que vocês têm as vossas diferenças, mas não vale a pena perder a cabeça assim.

Cruzei os braços, mantendo o meu olhar desafiador.

-A namoradinha dele é que me passa a vida a provocar-suspirei- e agora a culpa é minha?

-Não estou a dizer que seja, mas estás deixar que isso te afete demais- ele respondeu- tu és melhor do que isso.

Bufei, incapaz de acreditar nas palavras dele.

-E por que te importas tanto?

Carlos suspirou mais uma vez.

-Porque eu conheço a Julieta que está aqui à minha frente. Sei que és uma engenheira incrível e uma pessoa talentosa. Não te quero ver a desperdiçar energia em discussões fúteis.

Olhei para o chão por um momento, tentando processar suas palavras. Finalmente, suspirei e olhei de volta para ele.

-Tudo bem, Sainz. Talvez tenhas razão

Um pequeno sorriso se curvou seus lábios.

-Isso é tudo o que estou a pedir. Tenta controlar-te um pouco mais, okay? Não vale a pena ficar tão chateada por causa disso.

Forcei um sorriso, relutante em admitir que ele estava certo.

-Tudo bem, eu vou tentar.

-Isso!- ele disse, dando-me um tapinha encorajador no ombro- Agora, queres voltar para o refeitório e tentar novamente?

Suspirei e concordei, sentindo-me mais calma graças à sua intervenção. Juntos, caminhamos de volta ao refeitório, e eu enfrentei Charlotte com uma expressão determinada.

-Desculpe pela minha reação anterior. Não foi apropriada, e eu deveria ter me controlado melhor.

Que humilhação pensei para mim mesma.

Charlotte olhou surpresa, mas logo seu sorriso sarcástico reapareceu.

-Finalmente decidiste agir como uma adulta, não é?

-Olha só sua...

-Jul- interrompeu Carlos aclarando a garganta.

Respirei fundo, lembrando-me das palavras dele . Mantive meu sorriso e assenti.

-Sim, exatamente.

Vi Carlos me lançar um olhar de aprovação, e isso aqueceu meu coração. Pela primeira vez, percebi que talvez ele estivesse certo. Talvez eu devesse deixar de lado a rivalidade inútil com Leclerc e focar no que realmente importava: meu trabalho na equipe Ferrari. O meu sonho.

SIMPLE THINGS- Charles LeclercOnde histórias criam vida. Descubra agora