Capítulo 7

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Louise

Fui ao aeroporto mais cedo pra adiantar tudo. Conversei com o meu chefe para resolver uns últimos detalhes da viagem e na hora do embargue senti algo puxar meu passaporte e fiquei nervosa, não tinha ninguém ao meu lado. Quando fui juntar do chão o passaporte e a passagem, só encontrei o passaporte, a passagem havia sumido, sai da fila e procurei, mas não encontrei, fui verificar pra comprar outra, mas já estava esgotado. Meu chefe já estava lá dentro, e ouvi o avião decolar e naquilo veio outro e se bateram , explodindo ambos. Liguei pra Mari, que ficou desesperada quando falei então ela veio ate o aeroporto, conversamos a levei até em casa. Chegando lá, encontro Gabriel jogado na sala, quando viu que eu entrei, já puxou assunto.

-Então você é a nova funcionaria do meu pai? Nada mal. - respondeu malicioso.

-Olá pra você também Gabriel - falei revirando os olhos.

-Só te parei pra avisar que trarei uma mulher pra jantar aqui, você quer jantar conosco?

-Não, obrigada-sorri pra ele e sai.

Subi as escadas, e desandei a chorar, pensei que ele ainda me amasse, mas não, ele é igual aos outros, não vale nada. Resolvi então deixá-lo de lado e fui tomar um banho. Saindo do banho, sai só de toalha e encontrei o Gabriel jogado em minha cama.

-Gabriel! -gritei-o que você pensa que faz aqui? -falei seca.

-Vim pra te dizer que tem pizza no congelador se você quiser, mas se preferir pode jantar comigo, a garota que viria desmarcou-respondeu amargo.

-Que ótimo to com cara de segunda opção? -pedi revirando os olhos

-Não querida, só que é um desperdício ter que jogar comida fora -deu uma piscadela -se quiser é só descer mais tarde, ali pelas 7- terminou e saiu do quarto.

Sínico, saiu e me mandou um beijo ainda, chamou qualquer e agora quer que eu jante com ele já que ela desmarcou. Não sou e nunca fui segunda opção, como ele é idiota mesmo.

Resolvi sentar na minha cama e ler um livro, peguei a carta de meu pai, deixei ao meu lado, vai que desce vontade de ler. Então peguei um livro qualquer, me joguei na cama e me pus a ler, então ouvi que Gabriel saiu, nossa como posso ainda amar esse sínico? Não tem lógica. Depois de meia hora ele voltou, deixou as coisas na cozinha e subiu, foi tomar banho e desceu quando a campainha soou, mas ao ouvir a voz da mulher percebi que era a mãe dele, dona Mari, que estava em estado de desespero.

Conseguia ouvir que eles estavam conversando, mas que ele a respondia friamente. Cheguei a ouvir algo do tipo, ele não ser filho do João, e que ela contou sobre ela ter uma filha que não sabia onde estava. Ele a mandou embora, e o ouvi subir pro quarto. Estava em desespero total, então resolvi ir falar com ele.

Calcei meus chinelos, e fui em direção a seu quarto. Bati na porta e ele não respondeu. Então abri a porta e o encontrei chorando muito. Fui até ele e então ele me abraçou forte, mas muito forte.

-Gabriel -disse olhando pra ele- o que aconteceu? -perguntei docemente.

-É que, eu -respondeu pausadamente - eu descobri que não sou filho do poderoso Albuquerque.

-Quem disse isso pra você?

-Minha mãe veio aqui e me confessou tudo, confessou também que tem uma filha, mas que não sabe onde ela se encontra.

-Ai Gabriel- respondi delicadamente -não chora.

Ele chorava muito em meu colo, acho que conteve aquelas lagrimas por muito tempo, eu o abraçava, pra passar conforto, então ele deitou em meu colo e adormeceu. Não sabia o que fazer. Ele estava totalmente desolado, magoado, dolorido sentimentalmente, resolvi ficar aqui e pensar em tudo que andava acontecendo, a frase daquele anjo, os acontecimentos, muita coisa se encaixava perfeitamente bem.

Ele abriu os olhos, e me fitou, estava com o rosto inchado de tanto chorar, mas mesmo assim era lindo.

-Desculpa se eu estava tomando o seu tempo Lu. -disse ele de uma forma que eu não acreditei por ele ser frio e malvado.

-Imagina Gabi, eu fico aqui o quanto precisar. Sem stress. -respondi com um sorriso.

-Lu, eu acho que te conheço de algum lugar sabe.

Meu deus, e agora? Eu não posso simplesmente abrir o jogo pra ele assim. Não posso, é difícil expor tudo agora, é tenso, não posso revelar nada, então resolvi falar normalmente.

-Também tenho essa impressão Gabi, de repente a gente já se conhece há algum tempo e nem se lembra.

O que eu fiz? Não devia ter mencionado isso. Ai, e agora eu to transtornada.

-Pode ser lu.

Então ele se acomodou em meu colo e dormiu, resolvi não incomodar e fiquei aqui, com ele em meus braços. Lembrei de tudo que havia acontecido da nossa infância, do meu amor por ele, mas será que um dia ele chegou a me amar também? Com tantos pensamentos, acabei dormindo com ele.

No dia seguinte, acordo com ele me olhando.

-Agora eu me lembro, sei quem é você.

O inevitável aconteceu. Ele se lembrou de tudo!

Descobrindo um anjoOnde histórias criam vida. Descubra agora