CAPÍTULO 24 - O Flagrante

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                       O Flagrante

Depois de muitos anos, finalmente Graziele abria a realidade de sua vida para Henrique.
Enquanto a chuva caia forte naquela noite, na varanda escura eles conversavam sentados na rede:

_Então Henrique, o que vou te contar é uma coisa que não comentamos com ninguém. É mais um dos segredos e problemas que eu omitia de você naquela época... - ela dizia sem jeito.
_Novidade... - ele riu e deu um gole no vinho.
_Já te falei que a minha mãe não era uma boa pessoa, mas nem sempre foi assim. Houve um tempo em que ela era uma boa mãe, amorosa e cuidava da gente direitinho. - ele ouvia atento.
_Quando meu pai se casou com a mamãe sabia que ela não era fácil, teve vários namorados antes dele! Mesmo meu pai sendo um bom marido, um cara divertido e amoroso, ela não estava satisfeita com o casamento.
A mamãe gostava de rua, de festa, bebia demais e isso incomodava muito meu pai, porque ela não tinha compostura. Eles tiveram muitas crises no casamento, e por várias vezes ela traiu meu pai.- Henrique levantou as sobrancelhas surpreso.
_Só que o papai era apaixonado por ela, por nós, não queria desfazer a família e acabava aceitando as traições.
_Quando eu tinha uns 14 anos, nosso pai nos levou a num laboratório para colher exames de sangue, foi uma coisa repentina!! Naquela época minhas irmãs e eu não sabíamos o que estava acontecendo! Meu pai começou a frequentar médicos, a mamãe entrou em depressão e foi onde tudo começou. - ela relatava triste passando o dedo na borda da taça de vinho.
_ A partir daí a mamãe passou a beber mais, ficou fora de controle. Ela era muito bonita e por isso encontrava amantes com facilidade.
_A mamãe continuou saindo e traindo meu pai descaradamente, já não fazia mais questão de esconder!! Estava sempre bêbada e passou a nos agredir verbalmente e depois fisicamente. Inclusive, agredia o papai!! - Henrique ouvia atento.
_O papai não aguentou viver daquele jeito e pediu o divórcio. Quando decidiu ir embora ele nos contou o que estava acontecendo e foi um grande choque pra mim e para minhas irmãs!
Papai queria nos levar para Araguaína, mas quando ficamos sabendo o que acontecia, e principalmente com a mamãe, não tivemos coragem de deixá-la sozinha. O papai "estava bem", mas ela não, precisava de mais cuidados. Assim a gente entendia.
_E o que estava acontecendo com sua mãe? - ele perguntou intrigado.
_Naquela época a mamãe tinha um amante, um cara que trabalhava com ela. Esse homem ficou internado e morreu rapidamente, e quando isso aconteceu todos descobriram que ele estava doente, tinha o vírus da imunodeficiência humana, o HIV Henrique... - disse constrangida e a cara de surpresa dele foi inevitável.
_Caralho Graziele!! Você tá brincando?! Não me diga que sua mãe pegou a doença desse cara?! - Henrique perguntou apavorado.
_Sim Henrique! Ela não só contraiu a doença como também contaminou meu pai. - disse chorosa.
_Puta que pariu!! - ele se expressou chocado.
_Pois é. E tadinho do meu pai Henrique! Como se não bastasse a dor das traições, ela ainda tinha passado uma doença para ele. - Grazi chorou.
_Porra!! Imagino como ele se sentiu!! - dizia chateado.
_Foi um desespero muito grande para toda a família! Minhas irmãs e eu tivemos que fazer exames, o papai tinha receio que de alguma maneira nós pudéssemos ter pego a doença deles, mas graças a Deus estávamos saudáveis! Naquela época as pessoas não entendiam bem como tudo isso funcionava, muitos achavam que só de tocar uma pessoa soro positiva poderia contrair a doença, e sabemos que não é assim!
_Claro! Geralmente é por relações sexuais sem proteção, contato com agulhas e coisas assim né? - Henrique comentou atento ao assunto.
_Sim! A mamãe não soube lidar com sua nova condição e se entregou a doença física e psicológica. Ela começou a beber e ter essas atitudes deprimentes, vivia dizendo que morreria logo e que enquanto isso não acontecesse ia curtir a vida. Ela ficou muito revoltada, não aceitava fazer o tratamento por mais que a gente insistisse. E por causa desses problemas sentíamos pena dela, achávamos que precisava de mais cuidados, precisava de nós. Entende? - Grazi chorava triste contando.
_Entendo! Por isso vocês aguentavam toda essa situação caladas né? - ele perguntava atento aos fatos.
_Exatamente!
_Então sua mãe morreu dessa doença Grazi? Estou perguntando porque a Sofia comentou que não lembra da avó, que você havia dito que ela a viu só uma vez no hospital.
_Ela não morreu de HIV Henrique. Não sei se você sabe, mas esse vírus ataca principalmente o sistema imunológico da pessoa. E como a mamãe não fazia o tratamento, não teve imunidade para combater a cirrose hepática e acabou morrendo muito rápido!! - relatava triste.
_Caramba Grazi! Mas ela não chegou a conhecer a Sofia?
_Conheceu, no leito do hospital quando estava morrendo. Fazia anos que eu não via minha mãe, desde a surra que me deu quando estava grávida. Mas ela havia mandado um recado dizendo que precisava do nosso perdão, então Gabi e eu fomos ao hospital. Nesse dia levei a Sofia, a mamãe pediu, disse que queria conhecer a neta antes de morrer, e foi a última vez que vi minha mãe. - ela chorou.
_E você a perdoou Grazi? Conseguiu perdoar? - Henrique perguntou emocionado, limpando as lágrimas que escorriam no canto de seus olhos.
_Perdoei Henrique. Com todo meu coração! - Grazi chorou, ele a abraçou e lhe deu um beijo no rosto.
_Ela morreu dias depois. A mamãe precisou de um transplante de fígado, e a Gleicy, a filha com quem ela mais brigava foi a única compatível. A mamãe e a Gleicy não se suportavam!
_E mesmo assim a Gleicy doou?
_Sim!! É como te falei, a Gleicy é uma "casca grossa", mas ela é muito amiga e amorosa!!
_Caramba Grazi! Te confesso que estou apavorado com tudo que você está me contando! Não pelo lance da doença, digo, também! Mas isso a gente sabe que pode acontecer com qualquer um se não tiver cuidado. Mas estou apavorado é por pensar que você passou por tudo isso e eu não fazia ideia!! - ele falava passando a mão no rosto.
_Está tudo bem, já passou. - ela sorriu carinhosa.
_Mas e o seu pai? Ele ainda tem a doença né? Porque até onde sei não existe cura! - ele perguntava interessado na história.
_Sim Henrique, meu pai tem a doença. Mas graças a Deus hoje ele é saudável!! Ao contrário da mamãe, assim que o papai descobriu que havia contraído a doença procurou um médico e iniciou o tratamento rapidamente. Ontem a noite, por coincidência, conheci um senhor numa festa que fui com as meninas, ele é amigo do papai...
_Na festa do Sandro né? - Henrique riu.
_Como você sabe?! - ela sorriu confusa.
_Me contaram. Mas continua, depois falamos da festa! - ele ria.
_ Esse senhor me contou que conheceu o papai num grupo de apoio para pessoas com HIV. Desde que o papai descobriu iniciou o tratamento, participava desses grupos e fazia acompanhamentos com psicólogos por lá. Esses lugares oferecem todo tipo de tratamento para quem tem a doença. - ela explicava.
_Já ouvi falar... - ele comentou.
_O papai fez e ainda faz o tratamento direitinho, nunca falhou nada, nenhum remédio. E graças a Deus, hoje com a carga viral reduzida, ele é um paciente indetectável, ou seja, ele não transmite mais o vírus sexualmente. - Grazi o explicava.
_Nossa, não sabia que era possível!!! - Henrique disse surpreso.
_É muito possível!! As pessoas ainda são muito desinformadas Henrique. Esse é um dos maiores motivos pelos quais a gente nunca comenta com ninguém sobre a doença do papai, também era assim com a mamãe.
Não falamos porque as pessoas são muito preconceituosas, não procuram entender o problema e acabam julgando, menosprezando, e ele não merece passar por isso.
_É verdade. Mas pode confiar em mim. Não vou falar disso com ninguém, nem com meu irmão. - ele sorriu carinhoso e ela também.
_Grazi, naquela época, se você tivesse me contado, eu entenderia. - ele disse.
_Eu acredito que você entenderia! - ela sorriu e segurou a mão dele.
_Mas esse é um segredo da nossa família, uma coisa que só diz a respeito a nós e a mais ninguém. Eu não podia contar, não queríamos o julgamento das pessoas. Imagina se a sua mãe descobre uma coisa dessa?! Era capaz de dizer que eu também tinha a doença e ia passar para você!!
_A minha mãe não é uma mulher ruim como você pensa Grazi... - ele disse chateado.
_Ela pode não ser ruim, mas nós dois sabemos que ela nunca gostou de mim. - ele ficou quieto, sabia que era verdade.
_Então Henrique, como eu te contava... O papai se casou novamente, mas desde o início contou a Luciana que era soro positivo. Hoje ele é muito saudável, ativo, um bebedor de cachaça nato! - ela brincou e ele riu alto.
_Jura?! Então o velho Gilmar gosta de uma cachacinha? - Henrique ria.
_Se gosta?! Ele gosta tanto que tem um pequeno alambique no fundo da chácara em Araguaína. - eles gargalhavam num clima leve e gostoso.
_Pronto! Agora eu quero conhecer o Gilmar!! - Henrique brincou e riam muito!!!
_Mas tomando os remédios ele pode beber? Não corta o efeito Grazi? - ele perguntou confuso.
_Não corta o efeito. Ele pode beber sim, mas com moderação. A única preocupação é quando fica bêbado, daí se esquecer de tomar os remédios pode cortar a eficácia do tratamento, mas ele é bem cuidadoso. Além disso, a Luciana monitora as medicações dele todos os dias! - ela ria.
_O papai teve muito respeito e cuidado com a Luciana, ao contrário da mamãe. Sempre foi um questionamento meu e das minhas irmãs se quando a mamãe levava aqueles caras lá para casa, transavam usando preservativos.- ela comentou.
_ O que você acha? - ele perguntou.
_ Tenho quase certeza que não usava nada. Por muitas vezes enquanto estava bêbada ela gritava que iria espalhar a doença, que não ia morrer sozinha. O papai fala que nas reuniões desses grupos de ajuda comentam-se muito sobre pessoas que contraem a doença e por revolta espalham de propósito!
_Então sua mãe era uma pessoa pior do que a gente imagina! Porque pra fazer uma coisa dessa tem que ser muito covarde! - ele comentou.
_Verdade...- Grazi concordou.
_ Sabe Grazi, agora me deu vontade de conhecer seu pai! - Henrique sorriu.
_Ele é maravilhoso!! Quando nos mandaram para morar com o papai, fui morrendo de vergonha porque estava grávida! - ela dizia emocionada.
_ Eu tinha certeza que meu pai não deixaria de me acolher, mas fiquei com vergonha de só procurá-lo quando precisei! O meu pai e a Luciana nos receberam de braços abertos Henrique!! Ele fez e faz tudo pela Sofia, nunca deixou que faltasse nada para nenhuma de nós! O papai, a Luciana e as minhas irmãs me ajudaram a criar a Sofia, todos trabalhavam e viviam em função dela, e é assim até hoje.
A minhas irmãs são como mães da Sofia, meu pai a criou como filha, neta, cheia de mimos! A Luciana foi uma avó maravilhosa pra Sofi!! Ela ama tanto a nossa filha que quando batizei a Sofia a escolhi para ser a madrinha, e minha irmãs entenderam, porque sabem o quanto a Lu ama a Sofia. - contava com carinho.
_E enquanto vocês viviam tudo isso eu nem fazia ideia. É por isso que a Gleicy me odeia tanto né? - ele perguntou chateado.
_Ela não te odeia! A Gleicy é ressentida porque viu tudo que passei. E grande parte desse "ódio" que ela sente é culpa minha, que a vida toda incentivei para que não gostassem de você.  - disse envergonhada.
_Então toda sua família me odeia?! Seu pai então... Posso imaginar! - perguntou inseguro.
_Ninguém te odeia Henrique! A Gleicy é muito a "ferro e fogo"! Quando ela ama... Ama demais! E sente tudo junto!! Já a Gabi é um doce de menina!! Ela e o papai sempre foram contra o fato de eu não querer te contar sobre a Sofia, mas respeitaram a minha decisão.
Quando contei a ele que a Sofia te procurou, que fizemos um acordo para que você pudesse conviver com ela, o papai ficou aliviado!! Ele me disse que não aguentava mais ver a Sofia sofrer com a necessidade de conhecer o pai. - dizia constrangida.
_Ela tinha muita vontade de me conhecer?! - ele sorriu bobo.
_Sempre foi o sonho da Sofia conhecer o pai! - Grazi sorriu carinhosa.
_Ela vivia me perguntando, queria saber quem você era, onde morava, e porque todas as amigas tinham pai e ela não. - os olhos de Henrique se encheram de lágrimas.
_E mesmo vendo o sofrimento da Sofia, você nunca pensou em me contar?! Porque se ela não aparecesse na fazenda eu estaria até hoje sem saber Graziele! - ele questionou choroso.
_Houve um tempo em que eu quis te contar Henrique. Ela foi crescendo, insistia muito, chorava quando tinha festas dos pais na escola. O papai foi a todas as festas dela, mas a Sofia queria você. - ela chorou e ele também.
_Teve um ano que a escola pediu alguns materiais para as crianças fazerem uma lembrancinha, e pediram uma foto com o pai. - Grazi contava.
_Ah meu Deus...- ele lamentava sentido.
_A Sofia chorou muito nesse ano! Ela não queria fazer a lembrancinha com a foto do avô, mas eu insisti. - dizia envergonhada.
_Na aula de artes todas as crianças fizeram um porta-retratos com palitos de picolé, e a Sofia usou uma foto que mandei, dela e do avô. As crianças sabiam que ele era o avô, e não o pai, então questionavam a Sofia. Eles queriam saber se ela não tinha pai, ou se ele havia falecido, muitos até riram dela quando dizia que não tinha pai. Desse jeito, a Sofia não queria mais ir a escola naquela semana. - Grazi chorava contando e ele também.
_A psicopedagoga me chamou para contar o que havia acontecido em sala de aula, me mostrou as lembrancinhas que a Sofia fez. Henrique, ela fez um porta-retrato e colocou a foto com o avô, mas pediu a professora a deixasse fazer mais um.
_A Sofia fez um desenho, eram dois bonequinhos na praia, um era ela e outro você. - Grazi chorou emocionada e Henrique sentido.
_Ah Graziele... Porque precisou ser assim? - ele questionava arrasado.
_Eu sinto muito! - ela chorava envergonhada, arrependida.
_Aquilo doeu tanto Henrique!!! Mas eu sempre deixei a minha mágoa falar mais alto que a dor da Sofia. E eu sinto tanto por isso!! - ela chorava.
_Eu fico pensando, será que a minha filha tem mágoa de mim? Não querendo jogar na sua cara, não quero mais fazer isso! Mas a Sofia deve pensar que eu não a queria, mas eu não sabia! - Henrique falava chorando.
_Ela te ama!! Já te amava antes mesmo de saber quem você era, e isso é impressionante!! Hoje a Sofia entende que você não sabia,  portanto, não há mágoas Henrique. A Sofia sempre foi uma menina feliz, mas o sorriso que hoje ela carrega no rosto depois que te conheceu, é outro. - Grazi disse carinhosa e ele sorriu bobo.
_Grazi, eu sou apaixonado por ela!! Como pode?! Fico me perguntando que amor é esse?! Quando ela me contou que era sua filha, eu já sabia que era minha também. Eu senti uma coisa tão boa quando a vi, que não sei explicar!! - Henrique chorava emocionado e Grazi segurava a mão dele.
_Você tem sido incrível com ela!! Quando vejo vocês juntos fico ainda mais arrependida pelo que fiz. Mas não posso mais voltar atrás! - ela chorava.
_Poxa Graziele, teria sido tão diferente se você tivesse me contado! - ele lamentava.
_Eu tentei!! Depois daquele dia dos pais ela ficou ainda mais triste, não queria ir a escola e me vi obrigada a procurar ajuda. A Sofia precisou fazer terapia, eu quase não tinha dinheiro, me vi louca, mas ela precisava muito! O rendimento escolar da Sofia caiu, as crianças implicava com ela e eu não conseguia mudar isso sozinha. - ela contava.
_Naquele mesmo ano, no Natal, a Sofia partiu meu coração! Foi quando ela me fez repensar sobre te contar. - Grazi comentou e ele ficou curioso, atento.
_Lá na chácara, todos os anos o papai comemora o Natal. A Luciana é muito religiosa, gosta de decorar a casa com enfeites natalinos e depois que Sofia nasceu isso se intensificou ainda mais! A gente se reunia para montar e enfeitar a árvore de Natal todos os anos, a Sofia adora fazer isso! Uma outra tradição que passamos a fazer por causa dela foram as meias na janela com pedidos para Papai Noel. - Grazi sorriu saudosa.
_Cada um tinha sua meia natalina, dias antes do Natal fazíamos uma cartinha com pedidos para o Papai Noel, colocavamos na meia e a penduravamos na janela. Nós dizíamos a Sofia que o Papai Noel passaria de trenó para pegar a cartinha dentro da meia, para ver qual presente ela havia escolhido. - eles sorriram.
_Na noite que a Luciana foi recolher as cartinhas para que no outro dia pudessemos comprar os presentes, ela teve uma surpresa. - disse emocionada e Henrique ouvia atento.
_Todos os anos eu escrevia a cartinha da Sofia, ela não sabia escrever. Mas naquele ano ela estava se alfabetizando, e já sabia juntar as letrinhas. Eu fiz a cartinha dela, a Sofia pedia brinquedos e bonecas como das outras vezes. Era sempre assim, ela pedia e "o Papai Noel", vulgo vovô Gilmar, chegava na noite de Natal com o presente que ela escolheu. - eles riam.
_Ele se vestia de Papai Noel Grazi?! - Henrique sorriu imaginando.
_Sim Henrique! Não era uma roupa linda de Papai Noel, mas a Luciana fez uma parecida e ele usou até os sete anos da Sofia, quando ela puxou a barba falsa e descobriu a identidade secreta do papai Noel!! - eles gargalharam.
_E como ela reagiu? - ele ria imaginando.
_Ela se acabou de tanto rir!! - eles riam.
_Na noite que a Luciana recolhia as cartinhas, ela encontrou a carta que eu fiz na meia da Sofia, mas também tinha um outro papel. Eu estava pronta pra me deitar quando a Lu me chamou para mostrar. Na meia da Sofia a Luciana encontrou um pedaço de folha de caderno com a letrinha da nossa filha, me lembro das letras tortas e mal contornadas!! - ela sorria saudosa.
_Ela não escrevia bem, mas dava pra entender. A Sofia fez uma nova cartinha, com a letrinha dela, cheia de erros de português! - eles riam.
_Consegue imaginar o que ela pedia na carta Henrique? - Grazi sorriu carinhosa.
_Pediu pra me conhecer? - emocionado e inseguro ele perguntou e Grazi sorriu.
_Eu ainda tenho a cartinha, o porta-retratos... Você quer ver? - ela perguntou carinhosa.
_Claro que quero!! - emocionado Henrique respondeu de imediato.
_Vou buscar pra você! - Grazi saiu.

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