CAPÍTULO 2 - Como tudo começou...

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Como tudo começou...

Para contar a história de Henrique e as três irmãs é preciso voltar no tempo, mais ou menos dez ou onze anos atrás, onde tudo começou.

Numa noite de sexta-feira linda e estrelada, Henrique e seu irmão Juninho (Juliano) saíram de casa para fazer mais uma de suas apresentações nos bares de Palmas.
Naquela época seu pai tinha um carro branco, antigo, do modelo "Gol", aquele de formato quadrado que era apelidado de "Gol caixote".
Era nesse carro que a dupla de jovens garotos saía para trabalhar em busca dos seus sonhos. Num reboque preso a traseira do velho carro eles levavam suas caixas de som, os poucos equipamentos e instrumentos que tinham, que eram comprados por seus pais com muito esforço.

Os meninos tinham entre dezenove e vinte dois anos, já eram conhecidos na cidade em meio a juventude, descolados eles também gostavam de uma boa noitada e conheciam muita gente. Onde tocavam seus amigos compareciam para prestigia-los e ao final da noite bebiam juntos.

Naquela época os bares viviam cheios de jovens, o sertanejo universitário estava em alta e era o estilo que os meninos mais se identificavam, o que ajudava muito a serem contratados.

"Henrique e Júnior" foi o primeiro nome usado pelos irmãos na formação da dupla, o que as vezes gerava confusão, pois as pessoas entendiam errado e acreditavam que estavam se referindo a um cantor, uma pessoa que se chamava "Henrique Júnior".

Mas naquela noite de sexta-feira, que parecia tão comum quanto as outras para eles, os irmãos não faziam ideia de que não só o nome de sua dupla iria mudar, mas também as suas vidas.

E naquele bar de classe média enquanto cantavam para cerca de cem jovens eles eram observados por um caça talentos de um escritório Goiano.
Quando a dupla fez seu primeiro intervalo o homem os abordou, seu nome era Cristiano.
Ele dizia que estava naquela região em busca de novos talentos a serviço do escritório de Goiânia. Cristiano lhes contou que em suas pesquisas pela cidade ouviu-se muito falar em "Henrique Júnior" e que até chegar no bar também achava que se tratava de um único cantor.
E quando ele disse isso foi como se tivesse jogado um "balde de água fria" nos meninos.
Então o homem consertou:

_ Não se preocupem, sendo um ou dois não importa. O que importa é talento, e isso vocês tem de sobra! - a dupla sorriu aliviada.

Cristiano assistiu toda a apresentação dos rapazes e pode perceber o quanto eram queridos e carismáticos. Por final, beberam juntos até o dia amanhecer e acordaram que ainda naquela semana a dupla deveria ir para Goiânia fazer uma audição no escritório.

E assim aconteceu. Edson juntou todo dinheiro que tinha, colocou seus filhos dentro do "Gol caixote branco" e felizes foram para Goiânia na esperança de que "portas seriam abertas" e suas vidas iriam mudar.
Depois de muito tentarem, pela primeira vez Henrique e Juninho sentiam que seu sonho estava próximo.

A audição foi um sucesso, o escritório ficou de mandar uma proposta de contrato para a dupla na semana seguinte e lhes pediu que aguardassem até lá, tudo indicava que a parceria estava fechada.

Aproveitando que estavam em Goiânia eles saíram na noite para conhecer a cidade, os bares, mas não tinha o dinheiro para entrar naqueles locais.

Na porta dos bares e boates, com ajuda de seu pai a dupla distribuia seus CDs caseiros que haviam gravado na garagem da casa de um amigo.

No dia seguinte eles voltaram para Palmas felizes e esperançosos, mas Edson estava preocupado. O homem havia gasto todo dinheiro que juntou com despesas de hotel, combustível e alimentação, mas não contou aos seus filhos.

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