Capítulo 61 - "Escreve aí"

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Era uma noite linda na cidade de Araguaína, a lua cheia e reluzente iluminava o calçadão à beira lago, acompanhada das luzes da decoração de Natal que enfeitavam toda orla.

Ao sairem do bar, Henrique, Sofia e Graziele caminhavam lado a lado pelas calçadas em sentido ao estacionamento onde haviam deixado o carro. Sofia, distraída apreciava a brisa fresca e o vai e vem das pessoas no calçadão. Ela observava tudo ao seu redor, enquanto Graziele e Henrique conversavam baixinho.

Surpreso com a atitude repentina de Graziele, Henrique discretamente sussurrou no ouvido dela:

_O que deu em você? Sair de mãos dadas comigo? Me chamar de amor na frente de todo mundo? Não entendi! - ele sorria confuso, mas continuou caminhando de mãos dadas com ela e com Sofia.

_Fiz errado?! Não foi você quem disse que eu deveria me comportar como sua mulher? Pois é o que estou fazendo. - Graziele respondeu num tom baixo para que Sofia não escutasse, mas disse com firmeza.

Henrique riu, surpreso com a resposta dela, e falou novamente em seu ouvido enquanto caminhavam:

_Tudo bem, amor! Mas nós combinamos em manter as coisas mais discretas por enquanto. E olha agora! Estamos caminhando de mãos dadas na rua! As pessoas estão nos olhando, Grazi! - ele dizia apreensivo, nervoso, tentando ignorar os olhares curiosos que os acompanhavam.

É claro que Henrique ficou feliz com a demonstração de afeto de Graziele, mas também se preocupava com a exposição prematura do relacionamento.

Percebendo a apreensão dele, Graziele parou de repente, soltou sua mão e disse:

_Tudo bem, Henrique! Se não quer andar de mãos dadas comigo, tudo bem! Eu posso caminhar sozinha!

E sem esperar resposta, ela deu as costas e saiu andando na frente deles.

Sofia arregalou os olhos, surpresa com a atitude da mãe. Henrique, por outro lado, sentiu um aperto no coração. Será que Graziele ficou chateada com ele?

_Grazi! Volta aqui! - ele tentou chamá-la, mas ela não deu ouvidos, seguiu em frente com passos firmes e nem olhou para trás.

_Ah, que merda! - ele murmurou.

_Pai, por que você não quer dar a mão pra mamãe? - Sofia perguntou confusa, sem entender a situação.

Henrique não sabia o que responder. Ele não queria que Graziele se magoasse, mas também não queria se expor demais.

_Não é isso, filha! Sua mãe é doida! - ele disse com um sorriso brincalhão, tentando desviar a atenção da menina.

Enquanto caminhavam Henrique observava Graziele de longe. Ela parecia estar se divertindo, conversando com as pessoas que passavam por ela e até mesmo rindo das crianças que passavam ao seu lado de patinete.

_Vamos, Sofia! Ande mais rápido, filha! Vamos ver se conseguimos alcançá-la! - em passos largos, Henrique puxava Sofia pela mão.

_Calma, pai! Minha pernas são curtinhas! - ela dizia aflita tentando acompanhá-lo.

Ao ouví-la dizer aquela frase, Henrique deu uma gargalhada gostosa!

_Bora, Mel! Anda! - Henrique ria arrastando Sofia pela mão.

_Mel?! Você me chamou de Mel, pai?! - Sofia perguntou confusa, e ofegante tentava acompanhar os passos dele.

_Sim! Mel é aquela cachorrinha Basset que sua avó tem lá na chácara! Lembra? Você é igual a Mel, barrigudinha, tem perninhas curtinhas e não consegue correr! Bora Mel! Hahahahahaha... - ele brincou e rindo deu um puxão na menina.

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