Capítulo 55 - A Sombra da Rivalidade

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                     25 de Dezembro, Palmas, TO

Naquela manhã de Natal, os primeiros raios de sol iluminavam a Fazenda Terra Prometida quando Marlene saiu para fazer sua caminhada matinal. Com seus cabelos grisalhos presos em um coque, ela caminhava ao lado de sua filha Flávia pela estreita estrada de chão batido, apreciando a serenidade do campo. Para elas que moravam na cidade, ver o sol nascer no horizonte, caminhar ao som do canto dos pássaros, era incrível! O ar fresco da manhã tocava seus rostos, energizava seus corpos, era revigorante.

A estrada onde caminhavam ligava as casa de seus sobrinhos, até a chácara de sua irmã Maria, onde Marlene e seus filhos estavam hospedados para as festas de Natal. Era um dia especial, um dia de união familiar e celebração. Na noite anterior eles se reuniram para compartilhar uma deliciosa ceia e trocar presentes. E naquele dia, fariam um grande almoço onde receberiam mais parentes que não puderam vir na noite anterior.

Enquanto elas caminhavam, de repente, um som estrondoso rompeu o silêncio daquela manhã. Marlene, assustada olhou para o céu e viu o pequeno avião de seus sobrinhos, que havia acabado de decolar da pista da fazenda. A aeronave, que fazia um barulho estrondoso, subia majestosamente em direção ao céu azul.

Marlene acompanhou a subida do jato com um sorriso radiante no rosto. Seu coração se encheu de alegria e esperança. Naquele momento, ela teve certeza: Henrique finalmente estava indo em busca de sua felicidade.

E sem perceber, enquanto o avião subia aos céus, ela disse em voz alta:

_Vai Henrique! Vai ser feliz!

Sua filha Flávia não entendeu, e lhe perguntou sobre o que a mãe falava, mas Marlene desconversou mudando o assunto.

Marlene, não sabia exatamente porque, mas sentia que Graziele era a mulher ideal para Henrique. Que ela o complementaria, trazendo amor, paz e serenidade à sua vida agitada e daria a ele, a tão sonhada família que desejava.

Por volta das 13h, o aroma de peru assado e farofa de banana se espalhava pela casa de Maria, misturando-se ao burburinho da família reunida para o almoço de Natal. Juliano e Mohana, finalmente chegavam. E ao notar a ausência de Henrique, Maria perguntou a Juliano, com um ar de preocupação em seu rosto:

_Juninho, cadê o seu irmão? Ele ainda não chegou?

Sem saber o que dizer, Juliano desviou o olhar, buscando as palavras certas:

_Mãe, ele precisou sair com a Sofia... - ele disse desconcertado.

_Pra onde?! Ele não vem para o almoço de Natal? - Maria questionou, a decepção era evidente em sua voz.

_Ele não vem, mãe. O maninho saiu logo cedo, não me disse que horas voltava. Só pediu pra avisar que não viria para o almoço. - Juliano respondeu, cabisbaixo, mentiu.

No mesmo instante, uma das sobrinhas de Maria, a Camila, soltou sem querer:

_Eu acho que o Henrique está em Araguaína, Juninho. Mais cedo eu vi algumas fotos de um fã-clube em que ele aparecia no aeroporto de Araguaína. Acho que foram tiradas hoje! - ela comentou inocentemente.

Marlene, servindo o pratinho do neto, pressentiu a tempestade que se aproximava ao ouvir as palavras de Camila. Fechando os olhos por um breve instante, ela sussurrou para si mesma:
"Ah, não! Agora Maria vai explodir!".

E não deu outra. Maria, com o rosto vermelho de fúria, levantou-se da cadeira e encarou Juliano, com seus olhos cheios de raiva:

_O que?! - ela exclamou com raiva.

_Seu irmão foi para Araguaína atrás daquela mulher?!"

_Mãe, ele foi levar a Sofia para a mãe dela. A senhora viu como ela estava ontem, chorando de saudades da mãe e da família. - Juliano tentava explicar, sem muito sucesso.

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