NOVE

62 2 1
                                    

Capítulo revisado superficialmente e ainda pode conter erros.

Boa leitura!!!

Todos nós pensamos que quando o Lúcio surgiu correndo, algo de ruim tinha acontecido, e por isso o desespero. Mas na verdade, foi um cliente do Guilherme e Natan, querendo que eles o atendam naquele mesmo dia. Obviamente, eles aceitaram.

O clima já não estava bom para jogar o tal vôlei, e acabou de vez. Curtimos mais um pouco a praia, eu fiquei envergonhado, só que aproveitei o restante do tempo e depois fomos embora. O Guilherme e eu em um carro, o restante em outros. O bom disso foi que ficamos sozinhos, e o restante do caminho ele foi bem calmo. Até brincando, mas mais silencioso do que o normal.

Um fato estranho foi um sorriso quase que desafiador, que ele manteve desde que saímos da praia.
Apenas observei ele tamborilar os dedos no volante, e sorrir... O bom é que o seu sorriso é bonito.

Mantive o silêncio como um recurso. Recurso precioso, para poder pensar nesse dia. O sol já começou a se pôr, criando um degradê maravilhoso no céu e foi inevitável, não me sentir calmo. Como um calmante injetado em minhas veias. Os últimos raios de sol, rasgavam os céus em fios de luz e as nuvens, pareciam algodões grandes e suaves.

A brisa suave, tinha cheiro de limão e gardênias. Culpa do aromatizador para carros, e aquele insistente perfume que insistia acompanhar o Guilherme.

Ainda tenho a sensação, dos seu aperto ao redor da minha cintura. Suas mãos grandes, magras e fortes, me agarrando e me puxando. O pensamento que me veio, causou um rubor em minha face. Virei para a janela e contive um sorriso, que se transformou em uma risada contida e baixa, mas que não passou desapercebida por ele:

— Viajando, pingo de gente? — Sua voz saiu rouca e um frio tomou minha barriga.

— Viajando? Estou bem na sua frente, como isso seria possível?

— Olha, que ousadia! Há um tempo atrás, não era tão para frente... Hoje, só falta me bater.

Dei risada de novo, mas essa não durou muito, pois ele botou sua mão em meu joelho. O calor que esse ato transmitiu, me fez ter um leve sobressalto:

— Calma, Tiguinho. É só a minha mão. — um sorriso estranho se abriu em seu rosto. — Percebi que o Henrique estava com muita ousadia para o seu lado, hoje. Aquele pau no cu, nem te conhece direito...

— Mas ele mal falou comigo — explico, estranhando seu modo ver as coisas. — E não consegui notar ele me olhando, como vocês disseram.

— Oxe, mas ele tava... Tava te olhando demais, cheio dos sorrisos para o seu lado... — balançou a cabeça e sorriu. — Vou ter que amassar a cara dele na porrada, se ele não parar.

Fico assustado:

— Qual é o problema dele me olhar?

— O problema não é ele olhar, e sim as intenções dele. O Henrique não presta... — ele me olha, rapidamente. — E dúvido muito que você realmente quer a atenção dele.

Paro, penso um pouco e faço um retrocesso. O Henrique se revelou um cara bem estranho, os olhares deles são inconvenientes e odeio o quanto ele se aproxima de mim. Por isso, dou a resposta:

— Tem razão, não gosto muito da atenção dele... Só não entendo a sua preocupação com isso, muito menos a do Natan. O Henrique parece ser um cara incoveniente, é verdade, porém isso não quer dizer que ele vá me fazer algo de ruim.

— De qualquer jeito, é melhor ele se manter longe. Vou preso com prazer, se for por quebrar aquela cara dele.

Dito isso, o silêncio se fez presente. Me concentrei na viagem de volta. Foi bom ficar longe de casa por um tempo, distante daqueles problemas habituais. Claro, o Natan se fez presente, mas não foi tão ruim quanto normalmente é. Só espero permanecer com a sensação boa de hoje, pelo restante do dia.

Amor Entre Ondas - Histórias Baianas • Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora