DOIS

66 5 3
                                    

Capítulo revisado superficialmente, caso encontre erro, indique e será corrigido.

Boa leitura!!!!

°°°°

Uma droga de sentimento indevido, que atinge meu corpo de um jeito engraçado. Como se borboletas estivessem dançando  dentro de mim, um leve arrepio percorreu meu corpo e meu estômago se revirou.

Minha primeira reação é sempre tentar escapar do toque dele, mas algo dentro de mim hesita. Existe uma ligação especial entre nós, algo que transcende a mera amizade. Ele cuida de mim de uma forma que ninguém mais faz, como se eu fosse seu irmãozinho frágil e necessitado de proteção.

Se eu me afastar dele, como se rejeitasse sua atenção, estaria enviando uma mensagem enganosa, porque a verdade é que eu preciso dele mais do que consigo admitir. É como se ele fosse meu ponto de apoio, a pessoa que preenche os espaços vazios da minha existência.

Guilherme é tudo o que eu tenho e, no fundo, tudo o que eu sempre quis. Ele desperta em mim uma admiração intensa, uma paixonite que tento manter em segredo. Cada gesto, cada palavra que ele pronuncia, mexe comigo de uma forma que me deixa sem ar.

Não posso negar que sou dependente emocionalmente dele, mesmo que isso seja assustador de admitir. Sua presença traz uma sensação de conforto e segurança que eu não encontro em nenhum outro lugar. Sem ele, sinto-me perdido, desorientado, como se o mundo ao meu redor perdesse o sentido.

Eu o admiro profundamente, tanto por sua coragem quanto por sua visão única da vida. Seus pensamentos e ideias ocupam minha mente constantemente. É um segredo que guardo comigo, um segredo que não posso revelar.

Esse sentimento indevido, parece quebrar algo que tínhamos. Pois por um momento, fico com medo dele descobrir isso e qual seria sua reação. Pelo que já li, homens héteros não gostam que gays sintam alguma coisa por eles, isso é uma ameaça para eles, ao ponto de os tornar agressivos.

Imaginar o Guilherme sendo agressivo comigo me causa arrepios.

Mordo meu lábio inferior, tentando disfarçar a intensidade dos meus sentimentos enquanto me perco na presença dele. Cada vez que o vejo, uma onda de calor percorre meu corpo, despertando uma emoção desconhecida, uma admiração que transcende qualquer explicação lógica.

Sua pele, banhada pelo sol e pelos mares que ele tanto ama, emana uma quentura agradável que me envolve como um abraço acolhedor. Mesmo coberta por suas roupas de surf, consigo imaginar a textura suave e bronzeada que esconde sob elas. Seu aroma é uma combinação intrigante de salgado, misturado com o suave toque de desodorante e um perfume amadeirado, que de alguma forma parece ser a fragrância perfeita para ele.

Deve ter acabado de voltar da praia, pois gotas de água ainda escorrem de seus cabelos dourados. Esses fios, tão intensamente beijados pelo sol, exalam uma aura de liberdade e aventura, que sempre me deixou ansioso pelo mesmo. Seus olhos azuis, iluminados pela luminosidade do ambiente, brilham com uma leveza que me deixa sem ação.

Por um breve instante, desvio meus olhos da pele levemente bronzeada de seu pescoço, pois sinto o peso de seu olhar em mim. Percebo que seu rosto está virado em minha direção, denotando uma mistura de estranheza.

Só então, percebi o meu erro.

— Por que está me olhando assim? — Questionou em um tom sério, nada ameaçador, mas que me deixou com uma pequena dúvida sobre o que aconteceria se ele descobrir sobre mim. — Estava me admirando de novo, Tiguinho?

De repente ele começa a apertar as laterais de minha barriga, me causando uma crise de cócegas gostosa. Consigo me soltar, desligar o fogão e tomar uma distância segura de suas mãos. Gui se senta em uma das cadeiras da cozinha e eu falo:

Amor Entre Ondas - Histórias Baianas • Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora