Amor Entre Ondas - Histórias Baianas • Livro 2

DOZE

Capítulo corrigido superficialmente.

Boa leitura!!

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Há algum tempo, o Guilherme e eu revelamos nosso relacionamento aos mais próximos. Não foi algo premeditado e planejado para que todos soubessem que estávamos namorando; aconteceu de forma espontânea, embora o Guilherme insista que estávamos preparados.

Não estávamos.

O primeiro dia foi bem tranquilo. Não houve muita comoção, seja de parentes ou amigos. Todo o problema começou de verdade no segundo dia. O Nataniel se encarregou de contar a todos, aquilo que deveria vir de nós. Pensamos que ele teria vergonha de assumir que têm dois primos gays. O que não foi o caso, pelo contrário, ele apenas saiu espalhando para todos e nos difamou das piores formas.

Lúcio quem me contou tudo o que ele disse. Foi horrível, mas para isso eu sempre estive preparado. Não. Preparado, não. Acostumado.

A questão é para quem o Natan contou. Logo para os amigos do Guilherme, inclusive para Laís que não reagiu nada bem a notícia. Ela brigou com o Ismael e o Lúcio, ameaçou de se matar e depois tentou encontrar o Guilherme várias vezes durante a semana que se seguiu. Não mantive contato com o resto do grupo, além do Luis Fernando, Ismael, Lúcio e a própria Keila.

Surpreendentemente, ela foi bem gentil comigo, apesar de estar um tanto desconfiada e parecer um pouco rude.

Até hoje, o Guilherme ainda é muito super protetor comigo.

Estamos em Setembro, oito de setembro para ser mais exato. No dia anterior, fiquei o dia fora com minha "família", comemorando e vendo o desfile do dia sete. Foi legal, mas perdi um dia de estudos  e agora estou tentando recuperar, se não fosse os gritos do Nataniel junto ao Emerson na oficina. Até o Guilherme parece estar se irritando, e nem sabemos os motivos.

A oficina se divide em duas, uma delas é onde o Guilherme trabalha que é um espaço quadrado bem grande para os lados e para cima, equipado com tudo o que ele precisa. Então, vem uma parede e do outro lado, fica a parte do tio Roger e do Nataniel. Eles cuidam de serviços diferentes, sendo o do Guilherme um pouco mais complicado que os dois outros, que são problemas de simples resolução.

Uma coisa que não contei sobre o Natan... Ele se alistou para a marinha, o que surpreendeu a todos quando ficamos sabendo quando aconteceu. Ele saiu durante um dia inteiro e quando voltou, contou a notícia. Inclusive foi ideia dele que saíssemos no dia de ontem. O idiota entrou na fase: cadelinha das forças armadas.

Mas quem sou eu para julgar o sonho dele?

Em contrapartida a ele a evolução profissional dele e seus sonhos, sua maneira de agir em relação a mim se tornou mil vezes pior. Agora ele não se limita a apenas palavras ruins, ameaças e deboches. A coisa deixou de ser verbal para ser física, nada muito grave, mas que rendeu a ele um olho roxo da parte do Guilherme.

O que mais irrita o Natan é me ouvir responder suas provocações. Coisa que se tornou um hábito por incentivo do Lúcio.

Falando nele... o Lúcio se tornou uma pessoa bem constante em minha vida. Ele vem dormir aqui muitos dos finais de semana, o que tem irritado o Guilherme que quer passar o tempo comigo, mas é bom ter um amigo para conversar que não seja seu namorado. Sabe, falar sobre as coisas que você não pode com o namorado, conselhos e dicas, fossem bobagens.

Ele tem me dado bastante conselhos. Sobre sexo, comportamento, dicas de como me cuidar e muitas outras coisas. Andar com Lúcio me dá coragem para ser o que eu não seria por puro receio. Posso falar que ele é o meu melhor amigo, e já conversei de tudo com ele. Desde minhas conversas com o Guilherme, até sobre meus pais.