DEZOITO

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Olá, seres humanos!! Sim, eu voltei. Consegui sair daquele bloqueio maldito que eu estava tendo. Em compensação consegui escrever outras histórias...

O bloqueio era especificamente com Amor Entre Ondas, o que me desestabilizou um pouco pois é a história que estou adorando escrever.

No fim, o bom é que eu voltei. O capítulo foi revisado superficialmente.

Boa leitura!!!

O ocorrido na casa da Keila de alguma forma foi positivo para todos nós. Um acordo silencioso de não falar sobre isso foi selado entre nós, apenas calamos nossas bocas e saímos andando sem rumo. Pessoas mais velhas nos chamariam de um bando de jovens sem causa andando pelo bairro do Rio Vermelho.

O clima ao mesmo tempo que carrega aquela positividade, há uma brisa de melancolia prazerosa que rebenta sobre nós junto a luz alaranjada do pôr do sol. Chega a ser irônico e clichê como esses momentos são reflexivos. Por isso é tão gostoso de se aproveitar. O clichê é o que queremos na maioria das vezes, mesmo quando falamos da boca para fora que queremos algo fora do comum.

Olho para o Guilherme andando ao meu lado, fitando o chão enquanto move os pés lentamente. Tento identificar traços de clichês em nosso relacionamento, em seu comportamento. Pode ser mais fácil para quem nos olha de fora, para nossas mãos que estão unidas.

Como podemos ser um clichê? Pois nada em minha vida parece ser alguma espécie de tropo muito utilizado em algum roteiro, muito pelo contrário.

Preciso mudar a ordem de meus pensamentos, quando o Guilherme finalmente nota que estou o encarando por muito tempo. O que surge em seus lábios não é aquele sorrisão, apenas uma leve sugestão com os lábios. Quase não parece ser um sorriso, seus lábios ficam crispados enquanto os cantos se erguem. Diria até que carrega um desprezo.

Seu olhar transparece serenidade, trazendo no fundo, bem no fundo, uma tristeza.

Não sei como, mas de alguma forma sei que nenhum desses sentimentos é direcionado a mim. Isso é bom, embora na situação atual, começo a pensar que talvez ele esteja se sentindo assim por causa da... Laís.

Tenho medo de perguntar, e a resposta ser a que imaginei. Por isso, desvio o olhar para a minha esquerda e vejo o Lúcio olhando para mim. Ele faz uma careta, indicando o Guilherme com os olhos e depois gesticulando para eu falar com ele.

Me viro em direção ao meu namorado e pergunto:

— Amor, está se sentindo bem? — Não escondo o receio em minha voz.

Seu olhar varreu meu rosto, parecendo entender a difícil equação que são meus sentimentos e como consigo convenientemente ocultá-lo:

— Estou decepcionado — murmurou. — Eu tô ligado que depois do que a Laís fez, na verdade, o que ela sempre fez ao Lúcio e a você... Ela nunca foi boa pessoa. Ainda é decepcionante ver o quão fundo as pessoas podem chegar.

— O problema do ser humano é nunca buscar a melhora em seus pensamentos. Uma hora ou outra, o tiro sai pela culatra e tudo de ruim que você fez te engasga.

Guilherme me encara, seu cenho franzido por confusão e parecendo ver outra pessoa onde seu deveria estar:

— Me sinto culpado por ter ficado com ela. Acabei alimentando a ilusão dela, contribui para o que ela se tornou hoje.

— As pessoas colhem o que plantam, Guilherme. Pare de ficar se culpando por algo que você não tem nada a ver.

De repente, meu namorado soltou a minha mão e me fitou com um olhar assustado:

Amor Entre Ondas - Histórias Baianas • Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora