SEIS

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Capítulo revisado superficialmente e pode haver erros.

Boa leitura!!!

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Mais uma vez, vestir uma roupa revelou-se uma tarefa complexa, porém desta vez não devido à minha baixa autoestima, mas sim à incerteza de para onde irei com o Guilherme. Despejei diversas blusas sobre a cama, acompanhadas de calças, shorts e bermudas, sem saber ao certo qual eu devo vestir..

A porta à minha frente se abre de repente, revelando um Guilherme radiante e cheio de entusiasmo. Seu rosto ilumina o ambiente com um sorriso largo, as bochechas coradas denotando sua empolgação, enquanto seus olhos brilhantes transmitem uma mistura de ansiedade e felicidade. Seu olhar percorre cada canto do meu quarto, absorvendo cada detalhe.

Sua entrada sem bater antes me pegou desprevenido, deixando-me em uma situação extremamente constrangedora. Rapidamente cubro meu peitoral com os braços, sentindo o frio percorrer minhas coxas, quase desprotegidas pelo fino short de linho azul.

Sinto-me exposto de uma maneira que nunca me senti antes na presença de alguém, muito menos na frente do Guilherme. A insegurança em relação ao meu corpo ressurge, o medo de ser considerado muito magro para agradar aos olhos dos outros, especialmente do Guilherme, me faz morder meu lábio inferior com força, lutando para manter a calma.

Um repentino arrepio de nervosismo percorre meu corpo, causando um arrepio. Estou nervoso por estar praticamente nu diante do garoto de quem gosto. Essa situação provoca a estranha sensação de borboletas na minha barriga, com um toque de excitação que me arranca um suspiro.

Isso me lembra o quão difícil é disfarçar o nervosismo por estar nú em frente a outro garoto. Nunca me sentiria assim ao ficar pelado com garotas me olhando. Pior ainda, é o Guilherme me olhando, analisando, capturando cada detalhe do meu corpo com seus olhos profundos. A situação chega a ser opressiva para o meu lado tímido, contido, que nunca ficaria sem roupas deliberadamente em frente a outro menino.

Então, acho uma forma de escapar dessa situação, ou pelo menos fugir do constrangimento quando solto:

— Obrigado por respeitar minha privacidade, ao não bater na porta antes de entrar. — Meu tom de voz foi brincalhão, para disfarçar o incômodo.

Com um movimento lento e cauteloso, os lábios dele se separaram, revelando um vislumbre de desejo. Seus olhos desceram pelo meu peito nu, capturando cada curva e contorno, e continuaram sua trajetória descendente em direção à minha cintura. Cada centímetro de minha pele exposta pareceu receber sua atenção, fazendo-me sentir completamente desprotegido e vulnerável diante de seu olhar intenso:

— Não vejo problema nenhum em ver outro cara pelado, ainda mais sendo você. — O seu sorriso foi reconfortante, mas seu olhar exprimindo interesse me causou uma súbita vontade de desaparecer da face da terra.

— Mas eu não me sinto confortável... — digo, pego uma camisa qualquer e visto, tenho uma pequena sensação de segurança outra vez. — Eu me vestiria mais rápido, mas não faço ideia do que vestir. Se você me contar para onde vamos, me ajudaria bastante.

— É uma surpresa, pingo de gente. Prometo que vai ser divertido, isso eu posso falar sem medo.

— Ajudou muito! Agora corro o risco de vestir uma camisa social, ir ao cinema ou coisas do tipo... Espera — olho para sua roupa. — Estava bem óbvio que iríamos à praia.

— Como descobriu?

— Sua roupa. Quem veste uma bermuda de praia, camisa regata e chinelos, se não for para ir a praia?

Amor Entre Ondas - Histórias Baianas • Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora