Capítulo 6: Viva Marx

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Steve

- Alguém consegue citar alguma causa para a Revolução Russa?

Jane Foster ergueu a mão tão alto que ficou impossível não escolhe-la, mesmo que apenas mais duas mãos tenham se levantado apenas.

- A participação na Primeira Guerra Mundial.

- Perfeito. Mais o que?

Eu andava na parte da frente da sala, e Jane ergueu a mão pela vigésima vez.

- Senhorita Foster, sua participação é excepcional mas vou chamar mais alguém. Senhor Stark?

- Ah, fome?

- Correto.

Olhei para sala, vendo Natasha mexendo no celular entre as pernas.

- Senhorita Romanoff?

Ela ergueu os olhos de quem tinha sido pega no flagra.

- Nem ideia.

- Natasha, você é russa, como não sabe isso? - Wanda comentou.

- Ah, sério? Interessantissimo, senhorita Romanoff. Acho que consegue fazer uma participação especial no tema.

- O que quer que eu diga? Viva Marx?

A sala toda riu, e eu sorri. Não encarava as respostas de Natasha como insolência, aquela era a personalidade dela e não tinha nada que ninguém possa fazer para mudar.

- Ascensão do socialismo, muito bem lembrado, Romanoff.

Ela cruzou os braços, com um sorriso baixo.

- Podemos citar também a tirania do czar Nicolau II, e um grande exemplo disso é o Domingo Sangrento - escrevi a palavra no quadro - ,que começou como uma manifestação pacifica e terminou...

- Com um massacre quartenário! - Pietro gritou. - Como um em Jogos Vorazes!

-É. Mais ou menos.

O sinal tocou, e eles rapidamente começaram a se levantar. Estava satisfeito, aquela tinha sido uma aula espetacular.

- Não se esqueçam do trabalho para semana que vem!

Os alunos passaram na minha frente, e Natasha não deixou de olhar na minha direção, em uma mistura de irritação e humor.

- Te vejo na detenção hoje, senhorita Romanoff?

- Alguém tem que te dar algum trabalho, não é?

Eu sorri, voltando a guardar minhas coisas. Essa garota é inacreditável.

(...)

- Merda - murmurei, dando meia volta, mas foi tarde.

- Steve. Espera.

Parei, fechando os olhos. Sharon se colocou na minha frente.

- Sharon, eu não...

- Espera, Steve. Vim dizer que não quero te deixar desconfortável no seu trabalho, sei que veio aqui para esquecer tudo e não quero atrapalhar. Também não vou mencionar nada para ela sobre você estar aqui. Não precisa se preocupar em fugir, realmente não quero te incomodar. Sei que tudo foi muito difícil e me ver deve ser um pé no saco.

Suspirei. Aquilo era muito legal da parte dela.

- Obrigado.

- É o mínimo que posso fazer. Bom almoço, Steve.

E saiu andando. Soltei o ar que segurava, seguindo meu caminho. Fui almoçar e me sentei sozinho para pensar. Aquela tinha sido minha primeira semana de aula, tinha sido muito caótica, lidando com freiras, estudantes loucos e irmãs de ex mulheres, mas também tinha sido ótimo. A cidade é agradável, e eu estava fazendo o que gostava.

History Teacher - RomanogersOnde histórias criam vida. Descubra agora