Capítulo 17: Guerra Fria

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- Portanto, essas foram as fotos que escolhemos e representam o rico patrimônio histórico-cultural - concluí, olhando para Steve.

Ele estava sentado na mesa, com os braços cruzados e um sorriso. Ele assentiu, confirmando minhas suspeitas de que o trabalho estava ótimo, e todos aplaudiram, inclusive ele. Os outros dois trabalhos seguiram, estavam bons também mas não chegavam aos pés do nosso.

- Os trabalhos foram ótimos, estou muito orgulhoso. - Steve disse, acendendo a luz. - Tão bons que não vou passar dever de casa hoje.

Todos comemoraram, enquanto eu sorri e vi seu olhar em mim.

- Vamos finalizar Segunda Guerra Mundial essa semana, e...

Alguém bateu na porta, e Steve foi atender. Ah, eu adorava observá-lo por trás... Eu o observei, hipnotizada, fechar a porta atrás de si. Não passou-se muito tempo antes de Steve abrir a porta novamente.

Suas sobrancelhas estavam franzidas, Steve estava assustado. Triste. Eu não soube dizer. Senti uma sensação ruim no fundo do estômago.

- Wanda, pode vir aqui um instante?

Wanda se levantou, olhando para a Carol e arregalou os olhos, mas sorriu. Steve olhou para mim antes de fechar a porta. Vi o momento que ele disse algo para Wanda, e teve que correr para segurá-la. O grito de Wanda cortou o corredor, de pura dor e desespero. Eu me levantei, correndo até a porta a medida em que os gritos aumentavam, se transformando em um pranto desesperado.

Abri a porta, vendo Wanda caída se joelhos no chão e Steve a abraçava, desolado, e o homem que o chamou olhava tudo com pesar. Eu me abaixei, abraçando Wanda enquanto ela chorava, gritando, e tremendo, e gritando novamente. A sensação de amargor tomou conta de mim e eu tremia.

- O que aconteceu? - perguntei, para Steve, com lágrimas nos olhos.

- Pietro - sussurrou, negando e vi lágrimas nos olhos dele também. - Ele faleceu.

Senti uma vertigem forte e agarrei Wanda com força. Ela chorava, tremendo no lugar, e eu comecei a chorar junto.

(...)

Wanda chorava agarrada a mãe, enquanto o padre ministrava uma missa. O pai chorava também, mas segurando a mão da esposa sem vacilar. O caixão diante nós era branco, estava esperando para ser abaixado do suporte verde escuro. Tinham muitas flores por cima.

As lágrimas escorriam do meu rosto lentamente, enquanto segurava a mão de Carol. Muitas pessoas da escola estavam lá, tinha uma multidão de pessoas perto daquela cova. Familiares, pessoas da escola, funcionários. Pepper estava vermelha abraçada contra Tony, Thor as vezes limpava uma lágrima. Clint estava mortalmente sério.

Meus olhos buscaram Steve, mas não o encontrei. Era um dia claro, não chovia. Meus olhos pararam em Wanda, ela estava sofrendo tanto. Pietro era seu irmão gêmeo, e eu sabia que ela o considerava uma extensão de si.

Era hora de abaixar o caixão e Wanda começou a gritar de novo, em puro estado de pânico. Eu e Carol corremos até ela, abraçando-a junto com a mãe. Mantive Wanda erguida mesmo quando ela queria se jogar no caixão, chorando contra meu peito enquanto chamava pelo irmão. Meus olhos escorriam lágrimas sem parar e eu quis correr dali, era a pior sensação que já tinha sentido.

Tiveram que levar Wanda, e eu apenas comecei a andar para longe. Me sentei em um banco, enterrei o rosto nas mãos e chorei. Senti mãos nas minhas costas, e eu sabia quem era. Me encolhi contra Steve, chorando em seu peito enquanto ele me abraçava, acariciando minhas costas.

Pietro tinha tido um infarto durante a noite. Ele estava na competição estadual, como vinha falando há meses, e era dia de folga, então eles podiam dormir até mais tarde. Quando foi dez horas e ele não acordou, um inspetor foi acorda-lo.

History Teacher - RomanogersOnde histórias criam vida. Descubra agora