Capítulo 8: Backstreet Boys

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Steve

O parabrisa ia de um lado ao outro sem descanso enquanto os grandes e pesados pingos de chuva agrediam o vidro tão forte que cheguei a pensar que poderia quebrar. O céu estava bem escuro mesmo sendo de dia, iluminado por relâmpagos barulhentos. Eu estava esperando há uns dez minutos, mas essa tempestade não parecia ter a intenção de sessar tão cedo, então corri até o carro, ficando ensopado no mesmo tempo e entrei.

Limpei os olhos, colocando a bolsa para o banco de trás e dei partida. A visibilidade estava horrível, então liguei o farol auto e dirigi pela água devagar. Me senti um submarino.

Em Nova York com certeza não chovia desse jeito.

Dirigi por alguns minutos sem avistar absolutamente ninguém, o que era de se esperar, o céu estava caíndo, mas isso mudou quando avistei um pontinho encolhido na beirada da estrada, andando meio ao vento uivante. Okay, essa pessoa era muito doida ou estava sem opções, não podia deixar ela ali. Aproximei o carro, vendo quem era.

Meu Deus, era Natasha.

Parei o carro, abri a porta e mergulhei na chuva.

- Natasha! - gritei, correndo até ela e reconhecendo minha voz ela se virou.

Coloquei a mão no rosto para vê-la melhor. E então, pude ver seu rosto vermelho, assim como os olhos. Ela fungou, desviando os olhos. Natasha estava chorando.

- Podemos conversar no carro? - perguntei, e Natasha pensou por alguns segundos. - Eu te levo em casa.

Ela assentiu e eu passei um braço pelos seus ombros para conduzi-la até o carro. Natasha entrou no carona e eu no motorista e fechei a porta. Olhei para ela, vendo-a se encolher e encostar a cabeça no vidro, e agora pude ver as lágrimas presas em seus olhos. Natasha tremia um pouco, com frio, e eu olhei para trás e vi meu casaco dos Yankees. O puxei com uma mão e coloquei em seus ombros.

Olhei para ela, novamente vendo aquele olhar de "por que você está sendo legal comigo?" Ela o ajeitou ao redor do corpo e desviou o olhar.

- Ele te largou aqui?

Ela assentiu, em silêncio. Fechei os olhos, sem acreditar naquela porra! Senti vontade de acabar com aquele homem, como Natasha fez com aquele menino.

- Ele ficou furioso por causa da briga, e foi embora. - Natasha explicou, como se não fosse nada demais e limpou as lágrimas com o polegar.

Acelerei, negando com a cabeça. Que tipo de covarde larga uma menina no meio do nada no meio de uma tempestade dessas? Suspirei, diminuído o aperto no volante.

- Natasha, quando precisar, você pode me chamar. - eu disse, olhando para ela. Ela virou a cabeça para mim, ainda um pouco vermelha. - Qualquer coisa. Promete?

Ela assentiu de leve, dando um sorriso grato. Coloquei os olhos de volta na pista. Passaram alguns minutos de silêncio quando literalmente do nada o carro começou a engasgar. Franzi as sobrancelhas, confuso, e só pude jogar o carro para o acostsmento antes de ele morrer.

- O que foi? - perguntou, assustada e eu dei de ombros.

- Fica aqui. - pedi, abrindo a porta do carro e me lancei na tempestade do lado de fora.

Fui até o capô e o levantei, analisando as peças. Eu não entendia absolutamente nada de carros, é oficial. Não parecia ter nada de errado. Dei a volta no carro, analisando os pneus que estavam intactos, e chegando no tanque de gasolina, vi sua portinha aberta, e a tampa havia sumido.

- Ah, não. - murmurei, fechando-a e voltei para o carro, olhando para Natasha.

- O que? - perguntou, e eu me estiquei em sua direção.

History Teacher - RomanogersOnde histórias criam vida. Descubra agora