Capítulo 30: Professor de Nova York

217 29 15
                                    

Natasha

Meu estômago revirava enquanto corria até a sala dele. Parei na porta, tremendo, e achei que ia desmaiar. Fiquei ali, parada, por alguns minutos. Ele iria saber, eventualmente, e era melhor que soubesse por mim. Assim tínhamos tempo de combinar uma história, algo assim.

Bati na porta, e me arrependi amargamente na hora, mas abri a porta e entrei. Steve estava escrevendo, e levantou a cabeça quando entrei.

- Ah, oi.

Olhei para ele, sem conseguir dizer nada, e ele ficou sério.

- O que foi?

Querendo vomitar, andei até ele e coloquei o celular na sua frente. Demorou segundos para Steve ler a mensagem, largar a caneta e passar as mãos pelo rosto. O silêncio ecoou pela sala enquanto ele encarava o celular, mortalmente sério. Me sentei na cadeira, roendo as unhas com lágrimas nos olhos. Ele ficou muitos minutos sem dizer nada, apenas encarando aquilo.

Mordi a parte interna da bochecha para não chorar.

- Quandos professores de Nova York tem aqui?

Pressionei os lábios.

- Um.

Steve suspirou, e apagou a tela do celular. Continuamos em silêncio, enquanto ele pensava e eu roía as unhas. Eu queria tanto chorar.

- Vamos dizer que somos colegas, te empresto alguns livros. E passamos algum tempo conversando sobre aqui no colégio, alguém entendeu errado e inventou isso. Nunca nos vemos fora do colégio, só por acaso. Só isso.

Assenti.

O silêncio reinou novamente, eu não tinha coragem de olhar para Steve.

- Você precisa ir.

Senti um gosto amargo na boca, e me levantei, sem olhar para trás. Eu sabia o que ia acontecer.

Steve ia terminar comigo.

(...)

Steve

- Diretor - cumprimentei, fechando a porta atrás de mim.

Já tinham duas horas que Natasha me mostrou a mensagem, e eu fiquei imóvel, pensando sobre. Fomos descuidados? Alguém viu alguma coisa, tinham provas? Se tivessem, já era. E eu iria aceitar, iria tomar responsabilidade pelas minhas ações.

Como pude ser tão ingênuo? Como pude achar que aquilo daria certo? Eu amava Natasha, tanto que doía, mas onde isso iria parar? Com nós dois machucados, óbvio. E talvez comigo sem carreira. O que eu faria se fosse suspendido de lecionar? Não sabia. Eu não tinha ideia.

Mas claro que pensei nisso.

Eu engoli o medo e fui até o diretor quando chamou, sabia que isso iria acontecer. E, se preciso, eu iria proteger Natasha.

- Senhor Rogers, sente-se.

Não consegui diagnosticar nada pelo seu tom. Me sentei de frente para ele, fingindo que estava calmo, à vontade. Não poderia demonstrar nervosismo.

- Imagino que saiba por que foi chamado aqui.

- Na verdade, não, diretor.

Ele suspirou, e desvirou uma folha em cima da sua mesa, que na hora vi ser um print.

- Um dos alunos trouxe isso para mim.

Eu li a mensagem, fazendo minha maior atuação. Graças a Deus eu tinha feito teatro na escola.

- Isso está falando sobre mim? E quem...? A senhorita Romanoff?

- Cree-se que sim

- Isso é um absurdo.

History Teacher - RomanogersOnde histórias criam vida. Descubra agora