capítulo 6

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Yeri pov's

Nem em um milhão de anos imaginaria que a certinha da s/n poderia acatar um pedido que eu fiz bêbada e sem pensar direito, mas aqui estamos nós, nos encarando no pequeno espaço da bancada, e ela parece prestes a se enfiar em um buraco de tão vermelha que fica. Mulheres tímidas são quase tão raras quanto virgens de vinte e quatro anos.

- Hum... então você transaria comigo se eu pedisse? - Ela apoia os cotovelos na mesa e morde o lábio inferior.

- Eu não vou transar com você, yerim, apenas te ajudar nessa reportagem. Você me disse que precisa testar certos produtos a dois e eu posso ajudar nisso.

- Sem transar?

- Isso. Você deve perder a virgindade com quem gosta e não com a mulher para quem paga o aluguel.

A situação toda é tão hilária que eu tenho uma crise de riso, isso até meu celular apitar e eu receber mais uma foto do homem fantasia. Dessa vez ele está com uma sexy roupa de aeromoça e com a bunda empinada e em uma das nádegas uma flecha vermelha apontada para seu orifício.

"Abuse de mim."

A legenda é quase tão pior do que a imagem em si.
Olho para s/n, a certinha e acabo sorrindo.

- O que foi? - ela questiona, apoiando o queixo na mão.

- Estava só pensando que é uma proposta ousada vindo da melhor amiga do meu irmão, a mesma garota que é completamente certinha.

- Acho que porque você é a irmã do meu melhor amigo que eu não quero que corra riscos se encontrando com qualquer um apenas para transar e dar continuidade no seu trabalho.

- Eu poderia simplificar tudo e dizer que não consigo, simplesmente desistir, mas você tem noção da briga que foi quando eu disse que queria ser jornalista? Meu próprio pai simplesmente falou que eu morreria de fome e a minha mãe ressaltou que não era uma carreira muito glamorosa para sua única filha. Cada vez que eu passava de uma fase na faculdade era motivo de alegria e quando meu estágio na revista se transformou em efetivação foi o dia mais feliz da minha vida, mesmo que eu fosse apenas a garota que escrevia clickbaits.

- Eu sei, yeri- ela concorda de uma forma carinhosa. - Eu estava lá e vi como lutou para realizar seus sonhos.

- Foi um longo caminho e quando eu quis morar sozinha parecia que o mundo estava acabando. Então sim, é muito maluco, mas eu não quero perder meu emprego e dar passos para trás porque isso significa não conseguir mais pagar o aluguel e voltar para a casa dos meus pais apenas porque tenho um hímen.

- Pensei que todas as garotas quisessem que a primeira vez fosse especial.

- Eu já quis isso - admito sem coragem de olhar para ela. - Eu quis ter uma primeira vez especial e com alguém que eu gostava, mas então veio o jeno e aconteceram várias coisas que me magoaram e me fizeram focar na minha carreira e deixar os relacionamentos de lado. Eu não quero ninguém que seja capaz de me machucar de novo, entende s/n?

- Mais do que você imagina.
Fico curiosa com suas palavras, mas tomo mais um gole do refrigerante antes de voltar a falar:

- É por isso que vou aceitar o que me propôs. Estar recebendo fotos de paus e propostas esquisitas está me deixando mais neurótica do que de costume e conhecer alguém e arriscar meu coração está fora de questão.
Ela balança a cabeça e começa a roer a unha do polegar.

- Como vai ser? - insisto quando ela não diz nada, temendo que talvez já esteja desistindo antes de sequer termos começado.

- Acho... Acho que você pode me dar uma lista do que quer saber e eu te explicar.

A virgin in trouble(imagine yeri)Onde histórias criam vida. Descubra agora