capítulo 22

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Pov yeri

Olho-me no espelho e confiro o pijama de melancias que estou usando. O short é frouxo e fica na altura das coxas e a camiseta é regata. O tecido claro e desenhado não revela muito, mas ainda assim estou usando sutiã.

Penteio os cabelos molhados, calço meus chinelos, pego duas embalagens de pipoca para micro-ondas e desço. Assim que bato na porta, ouço s/n me pedindo para entrar.

Sorrio ao ver que ela já preparou a sala e a mesinha de centro está cheia de guloseimas doces e salgadas e com a Coca-cola que amo. O sofá está com as poltronas esticadas, parecendo uma cama, e eu me acomodo em uma delas e s/n senta ao meu lado, rindo quando entrego minha contribuição, mesmo que já tenha duas bacias de pipoca.

— Separei os dois filmes da nova franquia Jurassic World, Já assistiu?

— Só o primeiro.

— Se importa de ver de novo?

— Sabia que eu adoro rever filmes? Existe algo de reconfortante em assistir a algo que você já sabe o final. — S/n sorri, aquele tipo de sorriso que deixa seus olhos castanhos ainda mais bonitos.

— Eu sei exatamente como se sente — fala de um modo surpreso.

— Eu adoro reler, ou rever, algo de que eu gosto muito. Parece que sempre tem um novo detalhe que a gente acaba deixando fugir na ânsia para descobrir tudo.

— Agora só falta você me dizer que já leu Orgulho e Preconceito e poderemos ser melhores amigas para sempre. — Ela se aproxima de mim e me chama para mais perto com o dedo indicador.

— Eu já li e assisti várias versões. Seria expulsa de casa se não conhecesse Jane Austen, a musa da minha mãe, mas confesso que adorei ler. — Sorrio tanto que sinto minhas bochechas doerem.

— É oficial: poderemos ser amigas. — s/n começa a rir e então se volta para a televisão, apertando o play. Pego a pipoca que ela me estende e me ajeito de forma confortável, a lateral do meu corpo ficando encostada no dela.

O filme começa e os sobrinhos de Claire chegam ao enorme parque. O jeito workaholic dela é meio irritante e a crescente tensão sexual com Owen parece um pouco forçado a princípio, mas começa a convencer o expectador conforme as cenas avançam e os problemas surgem.
É um pouco decepcionante a maneira como a colocam como uma mulherzinha em algumas partes e é bem irreal o fato da garota não abandonar o salto em nenhum momento.

— É um pouco ridículo esse barulho dos saltos dela, não acha? — s/n concorda comigo.

— Ninguém na vida real iria correr de monstros ameaçadores com esse tipo de sapato — ela acrescenta.

— Sim! E esse cabelo que claramente foi modelado com babyliss? — Voltamos nossa atenção para as cenas que se desenrolam e quando eles se beijam, não sinto aquela coisa das comédias românticas.

— O tipo de beijo que foi claramente jogado no roteiro — digo a ela com evidente decepção. — Odeio filmes em que os beijos são assim. E você?

— Não sou de ver muitos filmes românticos. Achei esse deles bom para o filme.

— Não acredito! Foi claramente um meio de aliviar a tensão, quase como um alívio cômico!

— O quê? Como que iriam desenvolver um romance em um filme de ação?

— O romance pode acontecer em qualquer lugar.

— Você ficaria de amasso sabendo que tem um dinossauro desenvolvido em laboratório e com sede de sangue querendo devorar todo mundo?

A virgin in trouble(imagine yeri)Onde histórias criam vida. Descubra agora