capítulo 10

371 41 3
                                    

Dia de maratona meus amigos!

Yeri pov's

- Eu mal posso esperar por seu próximo teste drive - Nancy diz enquanto almoçamos em um restaurante próximo a revista e no único dia em que ela está se permitindo sair da dieta zero carboidratos. Pela forma como está atacando o prato de macarrão, parece que não come uma massa a séculos.

Tento sorrir e agradecer os elogios de todos, mesmo que por dentro esteja nervosa com toda a repercussão que está tendo, ainda mais entre as leitoras que estão comentando e dizendo que eu sou muito mais animada e descritiva do que Ilda.

Não vou ser hipócrita e dizer que não estou feliz. Todo jornalista quer ser lido, arrancar uma reação do público, e isso está acontecendo comigo de uma forma maravilhosa e eles querem mais. A grande questão é que s/n meio que deixou claro que era uma única aula.

Quando finalmente tomo coragem de olhar o que tem dentro da sacola, quase caio da cadeira. Um masturbador masculino de silicone que parece um tubo grosso, mas que na ponta tem o formato de uma vagina com espaço sanfonado e tudo para o pênis. Com a tampa fechada aparenta muito uma lanterna e acho que devo ser muito desligada porque sequer fazia noção da existência de um negócio desses, principalmente com o nome de beijo mágico.

Encontro também um colar de pérolas com um pequeno cartão pendurado que diz que o objetivo é proporcionar uma massagem sensual ao ser enrolado ao redor do pênis do parceiro, ou então nas mãos da parceira no momento da masturbação.

Muito diferente dos dois primeiros objetos, o terceiro é em formato de ovo e com o desenho de um sol chamativo. O cartãozinho diz que é um produto importado do Japão e ideal para sensações prazerosas, além de ser usado com um lubrificante especial que também veio junto e promete esquentar tudo.

Por último há um pequeno anel de silicone com uma espécie de pingente em formato de urso. Um anel peniano que promete estimular a parceira e deixar o pênis ereto por mais tempo.
Coloco tudo de volta na sacola ao ouvir o riso dos meus colegas e piadinhas de que irei me divertir muito durante à noite.

Claro, como se uma coisa dessas fosse acontecer comigo. Muito mais fácil eu morrer de constrangimento ao aparecer na porta de s/n com meu mais novo arsenal e minha sempre presente cara de pau.

(...)

Caminho com dificuldade até parar na frente da minha casa, equilibrando uma pizza média com uma embalagem plástica de pudim de leite condensado em cima. Cada um luta com as armas que tem, não é?

Abro o portão com a mão livre e me encaminho direto para a porta de Lisa, tocando a campainha com o pé.
Deus, eu vou mesmo fazer isso?
S/n não demora a abrir a porta e ela arregala os olhos ao me ver, mesmo que isso fosse esperado já que eu toquei a campainha e não o interfone ao lado do portão.

- Quer jantar comigo? - pergunto de um jeito tão animado que a assusta. - Comprei sua pizza favorita e o pudim que ama da padaria da Dona Talia.

- Claro... entra.
Ela pega as embalagens dos meus braços e eu tiro minhas botas, a seguindo em direção a cozinha, a sacola da sexy shop balançando pendurada em meu pulso.

- Não é que eu não esteja feliz pela sua companhia, mas porque está aqui, yerim?

S/n é muito inteligente para acreditar que eu bateria em sua porta munida de suas comidas favoritas a troco de nada. Na última vez em que fiz isso, antes da semana passada, foi para pedir alguns dias para pagar o aluguel porque gastei mais do que o esperado em comidas prontas.

- Para comemorar - falo ao sentar em frente a bancada, a observando dispor os pratos e copos. - Sou um sucesso com minha primeira coluna e graças a você. - Ela começa a tossir, suas bochechas ficando coradas e os olhos arregalados.

- Foi um prazer ter sido útil. - Sorrio, tentando esconder meu constrangimento, e a espero se sentar para que possa me servir. S/n me lança olhares ocasionais por cima da mesa, como se não tivesse acreditando em minha ousadia de vir comemorar o que ela me ensinou.

- Você leu o que eu escrevi? - pergunto ao me servir da minha segunda fatia.

- Sim - afirma e toma um gole de sua água com gelo e limão.

- Você escreve muito bem.

- Obrigada - abaixo a cabeça e respiro fundo, me preparando para o que vim fazer aqui. - Eu quero muito continuar escrevendo.

- Tenho certeza de que vai longe, yerim.

- Hum... só tem um pequeno problema que vai me impedir de continuar indo longe. - Ela coloca o garfo em cima do prato e me olha, estreitando os olhos castanhos.

- Qual problema? - Coloco a sacola que estive mantendo embaixo da bancada na frente dela.

- A sex shop resolveu patrocinar a revista e vai me enviar produtos semanalmente pelo próximo mês. - s/n parece hesitar, mas então confere o meu novo arsenal e suas bochechas ficam tão vermelhas que por um momento me pergunto se devo a abanar.

- O que isso quer dizer, yerim? - inquire com voz estrangulada.

- Que vou precisar testar tudo isso em você.

- Como é que é?!

- Pense como se fosse uma recompensa pelo que fez semana passada.

- Eu te disse que seria uma única aula.

- E eu queria que tivesse sido, mas as coisas meio que estão saindo do meu controle e hoje eu tive a coluna mais acessada em todo o mês.
Sabe o que isso significa para uma novata? - junto as duas mãos e faço minha melhor cara de pidona. - Por favor, s/n, continue sendo minha professora.
Ela me entrega a sacola e cruza os braços.

- Não acha que estamos passando do limite aqui? - Mordo o lábio, sabendo que ela tem razão, mas também não querendo dar o braço a torcer.

- A Feminices precisa dessa parceria, s/n, e a CEO da sex shop adorou o que eu escrevi e fechou contrato. Não posso dar para trás, não sem prejudicar meus colegas e a mim mesma. - Ela morde o lábio e apoia o queixo nas mãos.

- Isso quer dizer que não será só mais uma vez?

- Eu queria dizer que sim, mas eu não sei o que vai chegar nos próximos dias. - s/n respira fundo, olha para a sacola e então seu olhar encontra o meu.

- Você está me metendo na maior enrascada, yeri. Já pensou se o mingyu, ou seus pais, sonham com o que estamos fazendo?

- Eles não precisam saber. Será nosso segredo e eu prometo que não vou te prejudicar. Quero apenas que me ensine e me deixe testar com você todas essas coisas que vou precisar para o meu trabalho. Eu quero ser uma grande jornalista, s/n, e eu não vou conseguir se fizer com que a revista quebre um contrato, ou então coloque outra no meu lugar. - Ela balança a cabeça, compreendendo a minha situação.

- Tudo bem - diz por fim, com uma expressão resignada. - Eu vou te ajudar, mas com alguns limites.

- Quais?

- Não irei transar com você, nem te beijar, ou fazer qualquer coisa que ultrapasse os limites de eu ser sua professora de preliminares.

- Certo. Você vai ser como a Julia Roberts?

- Hã?

- Ela não beija os clientes em Uma linda mulher.

- Ah, claro, porque tudo o que eu sempre sonhei foi ser comparada com uma prostituta. - Mordo o lábio, não querendo rir de toda essa situação.

- Certo, nada de beijos, ou intimidades desnecessárias, muito menos sexo.

- Isso. Você me envia as fotos do que precisar aprender, ou testar, e marcamos um horário para a aula prática.

- De acordo. - Estendo a mão por cima da bancada e ela a aperta, parecendo um pouco zangada com o fato de eu ousar perturbar sua paz com meus problemas.

- Obrigada, s/n - digo ainda segurando sua mão. - Você sabe que está salvando meu emprego, não é?

- Sim e também devo estar conquistando um lugarzinho especial no inferno. - Penso em argumentar, mas ela se levanta e começa a arrumar a cozinha e eu percebo que é a minha deixa para ir embora, mesmo que minha barriga esteja roncando.

1/4

A virgin in trouble(imagine yeri)Onde histórias criam vida. Descubra agora