capítulo 16

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Pov's yeri

Alguns dias depois, minha mãe finalmente me liga.

— yeri, aqui é a sua mãe.- A voz dela não é nada amistosa e eu paro de andar. Acabei de chegar do trabalho e estou no jardim. Sento nos degraus da casa de s/n e ouço o suspiro exagerado que ela dá do outro lado da linha.

— Oi, mãe — digo com educação

— Até quando pretende continuar com essa briguinha infantil?
Perdeu o almoço de sábado. Já faz quinze dias, yeri.

— Briguinha infantil? — repito, sentindo a raiva ferver dentro de mim.

— É claro que seu pai gosta de você. Ele só quer que faça algo mais rentável.

— Eu gosto do meu trabalho e não sei porque está me ligando se acha que a briga foi infantil e eu estou errada, mãe.

— Não acha que está na hora de parar de ser tão dramática? Seu pai está chateado.

— Então por que não é ele me ligando? - Ela fica em silêncio e então suspira novamente.

— Vocês dois são iguais. Se resolvam sem mim. Estou exausta. - Ela desliga na minha cara e eu fico um tempo encarando a tela do celular sem conseguir acreditar. Mamãe quer mais uma vez colocar panos quentes ao invés de simplesmente resolver a situação.

— Problemas? - Tomo um susto ao ouvir a voz de s/n e olho para o lado, vendo que ela está segurando o regador. Ela adora cuidar das plantas, ainda mais agora que estamos na primavera.

— Minha mãe tentando fazer eu e meu pai conversarmos. - Ela arqueia as sobrancelhas.

— Pelo jeito não resolveu nada?

— Não. - Levanto e bato a poeira das roupas, pegando a minha bolsa. — Vamos ver até quando isso vai. Não estou com vontade de ser eu a ceder.

— Se fosse uma aposta, apostaria em você.

Sorrio para ela e vou para casa. Nos últimos dias estabelecemos uma rotina amistosa de sempre conversarmos quando chego do trabalho e não tenho mais vergonha dela por causa dos testes que já fizemos, ou daquela noite em que dormi ao seu lado no sofá. Na verdade, s/n agiu tão bem com tudo que eu acabei ficando mais confortável com a situação e de um jeito surpreendente, acabamos nos tornando amigos.

Ter feito todas aquelas coisas com s/n me deu coragem o suficiente para aprender a lidar melhor com a minha sexualidade. Então, depois que o artigo sobre o vibrador na calcinha foi ao ar, eu testei o sugador de clitóris e escrevi como é bom ser uma mulher que explora a própria sexualidade. A venda de sugadores disparou na Luxury, assim como o tal lubrificante que torna o sexo gelado e com sabor de chocolate. As cinco regras de s/n fizeram um sucesso danado e ela acabou tendo uma crise de risos quando contei outro dia.

Só que agora meu arsenal de brinquedinhos acabou e não me surpreendo quando Momo me chama a sua sala. Acho que as chances de eu ser demitida, ou considerada uma fraude sexual, estão bem pequenas
S/n me fez ver que eu não minto sobre nada, apenas omiti o fato de ser virgem.

— Bom dia, yerim — ela fala assim que sento no lugar de sempre. — Te chamei aqui por dois motivos.

— Quais? - Momo sorri e me entrega a já conhecida embalagem.

— Linha nova — diz com um sorrisinho de lado. — E agora a segunda novidade. Está preparada?

— Não sendo nada envolvendo desemprego. - Ela joga a cabeça para trás e começa a rir. Ando falando tanto com Momo que estou ficando mais desinibida.

A virgin in trouble(imagine yeri)Onde histórias criam vida. Descubra agora