capítulo 20

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Pov yeri

Minhas mãos tremem tanto que derrubo a chave três vezes antes de finalmente conseguir abrir o portão. Relembro das inúmeras sessões de terapia que frequentei e dos lembretes para não esquecer de respirar lenta e profundamente, mas estou tão agitada que não consigo fazer nada além de ser uma massa trêmula de sensações.
Assim que consigo entrar e trancar o portão, olho para a escada de lajotas a minha frente e a casa escura que me aguarda e isso faz com que eu fique ainda mais nervosa.

Sem pensar direito, vou direto a porta de s/n e bato. A espera parece durar uma eternidade, mas leva poucos instantes para que ela surja.

Está cheirando a banho e usando um pijama de flanela vermelho, parecendo fofa e muito à vontade.
A simples visão dela é tão reconfortante que meus olhos se enchem de lágrimas e não hesito ao correr para seus braços e pular em seu colo, extravasando todo o medo e raiva que guardei desde aquele encontro ainda a pouco.

— O que aconteceu? — s/n pergunta de um jeito preocupado, me segurando firmemente contra seu corpo.
O abraço com os braços e as pernas e aspiro seu perfume já familiar.

— yeri, o que houve?
Ela anda comigo no colo e ouço o barulho da porta sendo fechada, mas me sinto incapaz de parar de chorar e de soltá-la.

— yerim, me diz o que está acontecendo. - s/n senta comigo em seu colo no sofá e eu afasto o rosto de seu ombro, derrubando a bolsa no chão e a olhando, vendo tudo embaçado devido as lágrimas.

— En-Encontrei com jeno. - Sinto o corpo dela ficar tenso embaixo do meu.

— Ele te machucou? Por isso seus joelhos estão ralados?

— Não — nego com uma fungada. — Eu cai quando vim correndo para casa.

— Você ficou com medo dele?

— Eu lembrei de tudo e isso me deixou péssima e ele queria sair para beber comigo, ou vir para a minha casa e eu disse não. Ele me chamou de histérica como sempre e isso me trouxe uma dezena de sensações terríveis.

Volto a chorar e s/n me abraça, acariciando minhas costas de um jeito suave e dizendo palavras reconfortantes, ressaltando que não sou nada daquilo e que não preciso ter medo.

— Acho... Acho que ele não entendeu até hoje o que fez de errado — falo em meio aos soluços, sentindo os dedos dela em minhas bochechas em uma tentativa de secar minhas lágrimas. — Por que sempre é minha culpa, s/n?

— Você não é culpada de nada. É uma vítima daquele imbecil e não deve perder seu tempo pensando naquele monte de lixo. Está muito melhor sem ele. - Balanço a cabeça, mas as lágrimas ainda escorrem por meu rosto.
Quando somos magoados, sempre fica aquela cicatriz ali para lembrar de que já fomos feridos antes e foi assim que me senti quando vi jeno. Não sinto nada de bom por ele, mas ainda lembro de tudo de ruim que me aconteceu.

— Vou fazer um chá para você. - As palavras de s/n me fazem sorrir e ela se levanta comigo ainda agarrada nela como se fosse um sagui.
Assim que chegamos a cozinha, ela me deixa sentada em cima da bancada e começa a procurar pelas coisas para fazer o chá. A observo no pijama vermelho e acabo rindo.

— O que foi? — questiona me olhando de uma forma meio preocupada. Acho que deve pensar que estou surtando já que ainda estou com o rosto molhado de lágrimas e rindo.

— Seu pijama. Faz parecer um presente de Natal. - S/n olha para si mesmo e acaba rindo.

— Ser comparado a um presente de Natal é muito bom já que é minha festa favorita. - Ela coloca a água para ferver e então se aproxima de mim, parando entre as minhas pernas.

A virgin in trouble(imagine yeri)Onde histórias criam vida. Descubra agora