capítulo 17

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Pov's yeri

Entro em casa e ergo meus cabelos em um coque no alto da cabeça. Livro-me do roupão e penso em ir para minha cama e me divertir com o pequeno sugador de clitóris, mas antes que eu saia da sala acontece algo assustador.

Um barulho de estourar tímpanos surge e então, com um estralo, tudo fica escuro. Dou um grito de susto, meu coração tão acelerado que parece querer saltar do peito.

Pé ante pé, vou até a janela e tudo o que consigo enxergar é um breu sem fim. É um blecaute e não tenho nem mesmo velas. Saio tateando às cegas em busca do meu celular e acabo tropeçando na mesinha de centro, xingando de uma forma que deixaria minha mãe envergonhada.

Encontro o celular em cima da mesa e dou outro grito ao ouvir batidas fortes na porta.

— Quem é? — berro, segurando o celular como se fosse uma arma.

— s/n. - O alívio toma conta de mim conforme corro e abro a porta, vendo que ela está segurando o aparelho de telefone com a lanterna ligada.

— Por que está seminua? - Dou um passo para o lado e a puxo pela blusa para que entre, fechando a porta rapidamente. Apesar de aliviada por não estar sozinha, ver toda a rua escura me dá agonia.

— Eu estava indo trocar de roupa quando a luz acabou. - É uma sorte que ela não possa conseguir ver o rubor que cobre meu rosto porque eu sinto minhas bochechas arderem. Já pensou se ela descobre que eu estava indo tocar siririca?

— Vai ficar aqui comigo até a luz voltar? — questiono de um modo ansioso, finalmente ligando a lanterna do meu celular.

— Vou. No momento em que acabou a luz e ouvi seu grito, percebi que precisava de mim.—Sorrio, totalmente agradecida, e s/n também. Por um momento ficamos nos encarando iluminados pelas lanternas, mas então ela acaba olhando para meu corpo e suspira de um jeito pesaroso.

— Não pode se vestir?

— Então venha comigo para o quarto. - Ela resmunga algo, mas me segue para o quarto e senta em minha cama. Abro o guarda-roupa e visto a primeira camiseta de dormir que encontro e que chega até meus joelhos.
Sento ao lado de s/n e coloco meu celular ao junto do dela no meio da cama, fazendo surgir duas sombras no teto.

— É tão entediante sem luz. Como será que nossos antepassados lidavam com isso?

— Eles não tinham exatamente com o que comparar — s/n responde rindo. — Você não pode sentir falta do que nunca teve.

— Acho que ainda assim não seria capaz de viver sem luz. Só consigo pensar que estou perdendo meu programa de culinária favorito.

— Você ao menos sabe cozinhar?

— Não, mas gosto de olhar e eu me viro muito bem.

— Eu já notei a quantidade de comida congelada que compra.
Sabia que pode economizar muito apenas cozinhando?

— Eu tentei e todo dia era um queimado e corte diferente. Aceita que algumas pessoas não nascem com o dom para a cozinha, s/n. - Começamos a rir e ela chuta os sapatos para longe, se ajeitando de maneira mais confortável ao meu lado.

— O que você gosta de fazer no seu tempo livre? — ela pergunta de repente.
— Eu vejo séries, aqueles reality shows de origens duvidosas e amo ler romances de época. Acho que o último era porque lia escondido os de banca da minha mãe que ela mantinha em um esconderijo embaixo do colchão. Aquelas capas com homens seminus e mulheres com coxas torneadas e cabelos esvoaçantes era o auge do proibido para uma garota de quatorze anos que nunca sequer tinha beijado.

A virgin in trouble(imagine yeri)Onde histórias criam vida. Descubra agora