Capitulo 02

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—Luana—

—Hello, Cangoo volunteering, how can we help?.(Olá, Voluntariado Cangoo, como podemos ajudar?)
—Hi, I need to talk to Luana Costello.(Olá, preciso falar com a Luana Castello)
—One minute.(Um minuto)
—Hi, who is it?.(Oi, quem é?)—digo assustada, atendendo o celular.
—Lu você precisa vir aqui agora.—reconheço a voz da Bia.
—Bia?? O que foi? O que aconteceu??.—respondo preocupada.
—Te arranjei um trabalho de atriz, mas é tipo assim O TRABALHO.—ela da ênfase.
—Tá louca? O que que você tá falando? Cara tem noção que são 23:00 horas, o povo já tava até dormindo aqui.—digo voltando a cochichar, olhando ao meu redor.
—Uns artistas brasileiros estão aqui no hotel, parece que vieram gravar umas coisas aqui, e precisam de uma atriz!!! Você!! Eu pesquisei na internet, eles são muito famosos sério, você tem que ver.—ela diz empolgada.
—Perdeu o juízo Bia?Eu tô há mais de 2 anos sem atuar, você sabe disso, não vou.—sigo cochichando.
—Tá nada, fica aí estudando igual louca, da aula de teatro para os meninos daqui toda semana, você ainda tá ativa na sua vida artística sim senhora, e outra, você ainda nem sabe o que é que eles querem, deve ser algo de boas.—ela diz ainda tentando convencer.
—Eu não sei se consigo folga aqui também.—digo referente ao voluntariado.
—Menina você basicamente manda nesse lugar, para de desculpinha.—suspiro.
—Bi eu não acho uma boa, sério mesmo, mas obrigada por pensar em mim.—falo com um sorrisinho no rosto.
—Vou avisar pra eles que amanhã de manhã você tá aqui.—Ela diz decidida e desliga o telefone.

Fico parada uns minutos ainda tentando digerir, volto para o dormitório, entro devagarzinho para não acordar ninguém, subo na beliche e passo o resto da noite toda pensando nisso. Depois de 3 anos que larguei minha vida artística no Brasil, as borboletas tinham voltado pro meu estômago, a sensação que nunca mais tinha sentido, tava ali. Mas minha insegurança por estar "parada" me consome ainda. Meus pensamentos são tomados pelo despertador que toca às 05:00 da manhã, fazendo eu perceber que não preguei o olho durante a noite toda. Desço da beliche, e ainda não sabia qual instinto seguir, abro o meu armário e vejo uma foto com a minha mãe e minha irmã pós a estreia do meu primeiro filme, que rodou só em um festival de longas, mas pra mim tinha sido literalmente o melhor dia da minha vida. Tomo um banho gelado para despertar e corro até a administração.
                                   —Teto—

—Oxe, caiu da cama viado?.—Wiu diz se aproximando.
—Esse lugar é lindo demais véi, me inspira.—respondo ainda olhando pro horizonte a minha frente.
—Olha onde a gente chegou.—Ele se senta do meu lado.

O vento bate em nossos rostos, sinto a areia entre os dedos dos meus pés, e escuto a onda quebrar.

—Os cara já acordaram?.— pergunto.
—Tue nem dormiu, tá uma pilha de nervos.—wiu responde.
—Tá faltando ganja.—digo rindo.
—Bora lá tomar um cafezinho delícia.—Wiu diz dando um tapinhas nas minhas costas.
—Tô indo já já.

Avisto de longe um barquinho tentando parar perto do deck do hotel, levando e vou caminhando até lá.

—Hi, can help you?.(Oi, precisa de ajuda?)—rasguei no meu inglês.
—No, thanks!! I'm ok.(Não, obrigada, tô bem)—A menina responde tendo claramente dificuldades.

Me aproximo e puxo a trava do motor, fazendo com que o barco pare, estendo a mão para ajudar ela a descer.

—Thanks.— ela segue andando sem nem olhar pra trás.

Esses gringo tudo seco, nem olhou na minha cara, sigo para tomar café e encontro uma boa parte da galera lá sentada.

                                —Luana— 

—Bia.— chamo ela por fora do balcão.
—Sabiaaaa que você ia viiiir.—ela diz em um tom alto, pulando da cadeira vindo na minha direção.
—Já tô me arrependendo, não fala muito não.—digo respirando fundo.
—Paraaaaa, é sua chanceee de fazer o que você ama sem sair daqui.—ela me abraça.—Finalmente.
—Bom dia.—ela se vira rapidamente ao escutar a voz da loira atrás dela.
—Senhora Clara, essa aqui é a Luana, a atriz brasileira que te falei.—Ela diz sorrindo e olhando para mim.
—Olá, muito prazer Clara.—a loira estende a mão pra mim.
—Olá Luana, muito prazer.—aperto sua mão.
—Podemos conversar?.—ela diz guiando com a mão para duas poltronas que haviam logo ali, no lobby mesmo.

                                     —Teto—

—Tu devia continuar trabalhando nela.—digo tentando convencer o wiu.
—Eu também acho, ela é foda.—Tue diz sentando na mesa também.
—Vocês experimentaram isso aqui?.—Louis diz levantando uma panqueca.
—Porra tá muito forte viu.—Yuri responde com um pedaço na boca.
—Galera é melhor do que a gente tinha imaginado, a menina é super a vibe da 30, parece uma ótima profissional, comecei a conversar com ela e até esqueci do tempo, nem vou tomar café.—Clara aparece no restaurante animada.
—Como assim? Ela tá aqui?.—Matue questiona.
—Sim, já expliquei mais ou menos o projeto, ela entendeu com bastante facilidade na real, até fez uns questionamentos muito bons que me deram mil ideias novas.—Clara pega um morango do prato do tue, e sorri.
—Cadê ela?.—Yuri pergunta.
—Tá lendo o primeiro roteiro no quarto, vamos começar hoje com "Bom Lugar".
—Que isso clarinha, tu é uma máquina.—Louis brinca.
—E o que você fechou com ela? Pegou algum contrato?.—Matue pergunta.
—Tô resolvendo isso com a parte jurídica, eles falaram que até 12:00 daqui eles mandam um contrato.—Clara rebate.
—Então bora galera, quem já tiver terminado, sobe pro quarto do João que vamos começar a maquiagem.—Ian diz levantando da cadeira.

Luar // TetoOnde histórias criam vida. Descubra agora