Luar // Teto

Capitulo 18

—Não gosto de pensar que amanhã não vou mais acordar do teu lado.—ela diz aninhada no meu peito, como tem sido as últimas manhãs.
—Não tô pronto pra essa conversa.—digo soltando a fumaça.
—Fica mais uns dias?.—ela me olha e faz biquinho, e eu não aguento, dou um selinho nesse bico triste.
—Eu prometo que se eu pudesse eu ficava, mas eu tenho que trabalhar, passamos 15 dias sem show, sem estúdio.—digo fazendo cafuné no teu cabelo.
—Sério sinto que meu coraçãozinho vai se despedaçar quando vocês forem embora.—o olhinho dela enche de água.
—Por que você não vai com a gente? Visitar sua família, seguir a carreira que você tanto almeja, realizar seus sonhos.—digo olhando nos olhos dela.
—Não é tão fácil assim.—ela suspira.
—Você já fez muito por aqui, pela pessoas daqui, pelas suas crianças.—dou um beijinho na sua testa.—Mas e você? Eles iam amar saber que você também tá fazendo algo por você.

—Luana—

—Acho que tô de tpm.—escorre uma lágrima no meu rosto.

Eu sei que não estou, só não quero assumir que ele tem razão, e que agora tenho mais um motivo de chorar de saudade de casa.

—Sua irmã tá crescendo, e tu nem sabia que ela gostava de teto, imagina se soubesse, já tinha facilitado o meu processo pra te da uns chero.—ele ri tentando me fazer parar de chorar.

Ele limpa minhas lágrimas e me enche de beijos.

—Pensa com carinho? Pelo menos pra passar um tempo lá, se você sentir que tem que voltar, você volta.—ele diz todo doce.

Eu me afundo no seus braços como se o mundo fosse acabar, eu não queria desgrudar. Acabo cochilando no teu colo, e acordo com o teu celular vibrando. Você levanta pra atender e eu me viro pro outro lado, pego meu celular na estante.

@euteto:
há 39 minutos atrás

—Cleriton Sávio.—digo brava quando ele volta pro quarto.
—Que isso vei, tu já acorda brava é.—ele ri.
—Não acredito que tu postou essa foto.—arqueio a sobrancelha.
—Não podia é?.—ele diz confuso.—Eu nem mostrei teu rosto.
—Exatamente, aí essas página de fofoca vai ficar falando que é sua ex, e eu tenho que ficar lendo o quão ela é linda e gostosa e o quão vocês se amavam.—digo rápido.
—Tu viu foi?.—ele diz se referindo ao post que eu vi no dia da lancha.—Deixe de coisa, é passado, e eu queria postar algo pra me recordar sempre desses meus dias aqui.—ele deita do meu lado.
—Tudo bem, eu sei que é bobeira minha.—digo me deitando em você.

Acabou, ele vai voltar pra cidade dele, pra vida dele, as ex dele estão lá pertinho, e eu vou ficar aqui de longe pensando se ele não é o amor da minha vida, porque definitivamente eu penso que sim, de todas as pessoas que já passaram por mim, de formas amorosas ou não, ninguém nunca me tocou assim, ninguém nunca me compreendeu tanto.

—Teto—

—Não caiu minha ficha ainda.—digo com o braço envolvido no pescoço dela.
—Nem a minha.—ela diz tristinha.—É a última vez que vou entrar nessa van.
—Os pombinhos se despediram?.—tue entra na van com sua mochila nos ombros.
—Despediram, eu que o diga!.—wiu entra logo atrás.—só não coloquei a caixinha hoje porque era a despedida né, não sou tão mal assim.
—Deixa de conversa homem, que nem no teu quarto tu não tava.—Teto responde rindo.
—Quem te garante?.—ele ri.
—Eu, tu tava na piscina, eu vi da varanda.—desminto.
—Tu acha o que disso Matheus Brasileiro?.—wiu encarna um repórter e coloca o celular na altura da boca de Matue.
—Eu sinceramente, quero que todo mundo se foda.—tue cai na risada.—Brincadeira, só o wiu.
—De qual que é meu irmão?.—Wiu e Matue começam a se bater.
—Luazinha.—Clara entra na van.—A gente preparou um presente pra você, com muito carinho, pra agradecer o trabalho lindo que você fez, e pela sua companhia incrível, você é uma pessoa muito boa, uma energia surreal, e que a gente vai sentir falta, vai tá pra sempre no coração da 30, inclusive você é da nossa família agora, quando quiser as portas estão mais que abertas pra ti.—Eu olho pra morena do meu lado que já está em prantos, abraço ela, e geral vem em cima num super abraço em grupo que deu claramente errado.
—Aí gente, não faz isso comigo.—ela diz soluçando.—eu que tenho que agradecer vocês pela oportunidade, foi indescritível, vocês todos são muito muito fodas, me admira muito ver vocês trabalhando, é uma coisa linda mesmo, é nítido que tudo é feito com muito amor.—ela diz com dificuldade.
—Abre o presente.—wiu diz empolgado.

Ela tira o laço de cima da caixa enorme, e se depara com um saco enorme de ganja, ela começa a rir e balançar a cabeça.

—Nunca mais vai faltar.—ela ri toda boba.

Continua abrindo e tem diversas blusas da 30, uma inclusive tem a assinatura de todo mundo da equipe, um isqueiro e um dichavador com o símbolo da 30, e pra finalizar um buquê.

—Obrigada de verdade gente, eu não tenho palavras de verdade pra agradecer cada um de vocês, principalmente o Savinho, que foi um grande encontro pra mim.—ela cai em lágrimas de novo.
—Odeio despedidas.—tue vem em direção e dá um abraço nela.

Chegamos no aeroporto, e chegou a hora, infelizmente, você caminhou até aonde deu do aeroporto.

—Juízo aqui sozinha dona Lua, eu tô de olho, sempre que tiver sinal me liga ou me manda mensagem! Eu vou sentir tanta saudade que já tá até doendo.—dou um beijo na sua testa.—Não esquece de mim não?
—Nunquinha Clériton Sávio.—ela dá uma risada fraca provavelmente lembrando na nossa primeira conversa.
—Tô te esperando no Brasil ein pequena?.—depósito um selinho na sua boca.
—Vai com cuidado lindo, quando chegar avisa, e não esquece de mim não?.—ela repete.
—Nunca nunquinha, toda vez que olhar pra Lua, vou te encontrar la, tenho certeza.—digo te puxando pra te dar um último abraço.
—Pega.—a morena tira o colar de miçangas que sempre tá no seu pescoço e me entrega na minha mão.—Quero de volta ein, vamos ter que arranjar algum jeito pra você me devolver.