Uma forasteira chega a uma pequena cidade, vindo ao encontro de sua velha tia-avó. Blanca se surpreende com o tratamento rude dos cidadãos de Willow Falls, e o tratamento mais rude ainda do Xerife local, Nathan Turner.
Iniciada 09/12/2023
Finalizada...
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Entendo que algo estranho está ocorrendo com minha chegada a essa cidade, como as amigas de anos de Bernadette não vieram nenhuma vez em sua casa? A culpa provavelmente é minha, então quando a hora de seu clube do livro se aproxima pego meu carro e saio, algumas de suas amigas são vizinhas, então devem ter visto meu carro indo embora. Dirijo por algum tempo, ainda não anoiteceu, então vou até um dos lagos mais afastados da cidade para fotografar o pôr do sol e alguns patos nadando.
Me encosto na lataria do carro tirando um cigarro do bolso, esse é um hábito que tenho tentado parar, mas após 10 anos fumando é bem difícil, mas me restringi a fumar um cigarro por dia, mas por incrível que pareça desde que cheguei nesse lugar o cheiro das árvores, e seu clima limpo me fizeram diminuir drasticamente. Sinto minha barriga roncar, mas ainda não estou pronta para ir, a câmera está no tripé filmando o pôr do sol, farei um timelapse mais tarde no computador, isso definitivamente me dará alguns likes.
Enquanto fumo pego meu celular logando na conta fake que criei. Uso ela para espionar.. Sim, sei que é errado, mas estamos falando da minha irmãzinha caçula e essa é a única forma que consigo vê-la, não ouso comentar, dar likes ou puxar assunto. Isso seria um grande problema, Lena está atualmente com 14 anos e não deve nem se lembrar de mim.
Sorrio ao ver suas fotos, ela estuda em uma instituição pública, mas é uma boa aluna. Está no teatro da escola, além disso é ótima em matemática. Coisa que nunca fui.. Ela está realmente linda, seus cabelos ruivos são mais claros que o meu, e seus óculos de grau são estilosos. Me pergunto como ela reagiria se eu tentasse reencontrá-la. Suspiro com tantas hipóteses e medos. Será que ela me odeia ou é grata pelo que fiz? Nunca saberei, já que minha avó é a responsável por sua criação e ela deixou bem claro na última vez que nos vimos há 10 anos que eu nunca, nunca mais deveria ir atrás delas, que eu não tinha mais família e que deveria morrer.
É, aquelas palavras me deram muito o que pensar..
Enxugo as lágrimas que embaçam minha visão e vou até o tripé recolhendo minha câmera. Guardo tudo calmamente no carro, acho que preciso de uma bebida. Sei que tem alguns bares na cidade, tentarei me aventurar um pouco em busca de uma cerveja.
...
Entro no bar olhando em volta, o lugar até que é bem movimentado. As vozes ao pouco vão diminuindo e algumas pessoas me olham discretamente aos sussurros. Caminho até o balcão sentando-me em um banco. Mesmo de costas para as mesas, sinto minha nuca queimar, é como estar sendo observada sem modéstia alguma.
_ Boa noite. Uma cerveja, por favor. _ Peço ao que julgo ser o dono. Ele não diz nada, apenas se vira pegando uma caneca e fazendo o seu serviço ao enchê-la. Coloco minha câmera sobre o balcão. Darei uma olhada nas fotos para passar meu tempo, já que não tenho com quem conversar.
_ Aqui. _ Diz colocando a cerveja à minha frente. O som seco do vidro batendo contra a madeira me faz franzir a testa confusa por sua agressividade. Pego a caneca tomando um gole e volto minha atenção para a câmera, até sentir uma voz profunda ao meu lado.
