Quando amanhece resolvo ir tirar algumas fotografias, já que a partir de amanhã terei um emprego para começar. Deixei o café pronto para minha tia e um bilhete dizendo que fui fazer algumas fotos na montanha. Peguei a capa camuflada e dirigi pelo centro da pacata cidade precisando abastecer.
Desço do carro para pagar a gasolina indo até a lojinha, aproveitando comprei um maço de cigarro, é o primeiro que compro desde que cheguei. De verdade me sinto bem por ter diminuído tanto. Compro também uma lata de energético, já que não tive uma boa noite de sono. Dormi sentada na cama com medo de amassar o esmalte, isso foi realmente ridículo.
O rapaz do caixa não me cumprimenta e pega o dinheiro verificando se a nota é verdadeira. Reviro os olhos com sua petulância, francamente..
Quando volto para o carro após abastecer vejo um veículo esportivo preto entrar, é um carro chique demais para a região. O homem que desce é familiar, o prefeito da cidade é claro. A primeira coisa que ele faz ao estacionar é vir em minha direção.
_ Puta merda. _ Xingo sozinha antes que ele chegue. Desço os vidros do carro e sorrio. _ Bom dia, prefeito.
_ Bom dia, deu um jeito no carro. _ Diz olhando os pneus e depois olhando para dentro.
_ Sim, agradeço a dica da oficina.
_ Sim, sim.. E sua tia?
_ Em casa, sai sozinha.
_ Saiu sozinha? Não é bom dirigir por aí sem conhecer a região, existem animais na estrada e os moradores também não são fãs de estranhos por aqui.
_ Os moradores terão que se acostumar, mas também já não sou tão estranha assim. Estou há um mês em sua cidade, estou planejando me apresentar melhor aos moradores na tal festa dos fundadores.
_ A festa? _ Ele parece surpreso por eu saber isso. _ Sim.. Será bem vinda.
_ Muito obrigada, vejo o senhor por ai. _ Digo dando um aceno de cabeça e terminando o assunto. _ Ah, mando um olá para seu filho, ele é realmente um homem muito interessante.
Vejo confusão em seus olhos e o sorriso tentando disfarçar. Não dou brecha para perguntas e acelero o carro saindo rumo a grande montanha até o parque que há ali.
...
Perdi a noção do tempo ao caminhar pelas trilhas com o mapa em mãos e a câmera pendurada no pescoço, quando cheguei em uma clareira que recebia luz do sol eu me sentei em um dos troncos caídos e fiquei admirando esse pequeno paraíso intocado. Não fotografei apenas animais, mas toda a natureza em volta. Insetos, musgos, cogumelos, queria transmitir nas imagens o sentimento que sinto nesse momento. Um pouco da solidão que me preenche há tanto tempo. Quando um casal de coelhos correm para o meio da clareira, aponto minha câmera em sua direção fazendo alguns cliques. É realmente adorável, acho que na próxima vida desejo vir como um animal silvestre, correr solta e livre na floresta.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Volúpia (COMPLETO)
RomanceUma forasteira chega a uma pequena cidade, vindo ao encontro de sua velha tia-avó. Blanca se surpreende com o tratamento rude dos cidadãos de Willow Falls, e o tratamento mais rude ainda do Xerife local, Nathan Turner. Iniciada 09/12/2023 Finalizada...