FÉRIAS DE VERÃO
A vida sempre seria um mistério e ela definitivamente estava cansada de tentar desvendar-los.
Dizem que é muito fácil se apegar ao fundo do poço quando não tem mais intenção de sair, dizem também que ajudar essas pessoas que não conseguem enxergar mais nenhuma fagulha de esperança no limbo de suas vida pode ser um tempo perdido.
Pietra Barkin era sortuda. Toto e Susie não desistiram dela.
Semanas atrás era abraçada por uma mulher loira chorosa pelo motivo um: em um jantar de família, Pietra enquanto brincava com Jack em seu colo havia lhe perguntado se podia a chamar de mãe.
Susie não só respondeu que sim como a amassou por vários minutos dentro de um abraço afável e muito molhado de lágrimas.
Motivo dois: A senhora Wolff também anunciou naquele jantar que estava à espera de mais um mini Wolff.
É, a matilha do Senhor Torger estava aumentando e o homem não poderia estar mais feliz. Naquele dia, ela também revelou que agora era Pietra Elouise Barkin Wolff, seus documentos estavam finalmente alterados e esperava que ela e Lewis levasse um tempo até se unirem em matrimônio ou logo estaria disputando com Carlos Sainz em tamanho de sobrenome, pois ela não abriria mão de nenhum.
Contudo, estava feliz. Ela tinha uma família amorosa, ela tinha um namorado que amava e estava trabalhando com o que gostava. Atendia as ligações de Philip que passaria o natal daquele ano com eles e o que poderia querer mais?
Pietra sentiu o sol beijar a sua pele. O litoral azul brilhando diante dos seus olhos, sentada entre as pernas do namorado que a enlaçava entre os braços, ela repousou a cabeça em seu peito recebe ndo beijos na lateral do rosto.
— Lewis?
— Sim?
— Acho que estou pronta.
— Tem certeza? — Ele abraçou mais contra si.
— Tenho. Não se preocupe.
— Posso ir até lá com você.
— Até a metade do caminho, pode ser? Para me impedir de voltar correndo.
— Jamais te forçaria encarar qualquer coisa desconfortável, amor.
Pietra sorriu fechando os olhos. Era possível amar tanto alguém mais do que já amava?
— Tudo bem, vamos.
O casal levantou da varanda e saíram de mãos dadas. A areia pinicava debaixo dos pés e sentiam os raios solares mais fortes em suas peles.
Como prometido, Lewis acompanhou Pietra até o meio do caminho, ela soltou a mão dele e enquanto assistia a mulher se afastar indo e direção a imensidão azul, o seu coração estava tranquilo.
Ela estava encontrando a própria paz e era ao lado dela que desejava passar todos os seus dias.
Pietra contou os passos, o vento batendo contra o rosto corado bagunça seus fios negros puxando-os para trás. O engraçado de tudo era que a cada passo em direção ao mar, parecia que um peso desaparecia de seus ombros.
O seus pés finalmente foram tocados pelas águas e então os olhos arderam. Pietra se agachou onde as ondas quebravam e sussurrou.
— Por muito tempo culpei você por ter levado os meus pais. — Tocou os dedos na espuma. — Tudo acontece da forma natural que precisa acontecer. Um rio não muda seu curso, os pássaros migram na mesma direção e a chuva cai em seu tempo. É a vida acontecendo. O que podemos fazer? Não somos donos de nada, apenas vivemos destinos e aprendemos com ele.
Um nó embolou em sua garganta.
— Papai, mamãe... Eu amo vocês sempre e para sempre. Obrigada por cumprirem a missão de vocês da forma mais linda e maravilhosa que puderam. Eu estou bem, estou em boas mãos. — riu. — Engraçado é pensar que até nisso vocês pensaram. Sei que mesmo que eu e Toto não tivéssemos laços de sangue, ele ainda me amaria mesmo assim, mas é bom saber que tempos. Então, me despeço aqui. Deixo vocês partirem, não as lembranças, não o meu amor, mas a agonia que aprisionei suas almas por não aceitar o que tinha que ser. Descansem no coração do oceano como o rei e a rainha dessa vastidão azul que viraram lendas. Vocês merecem esse título.
Pietra afundou a mão na água pegando um punhado de areia, abrindo a mão e a onda quebrou na sua direção varrendo cada grão.
Ela levantou-se limpando a mão na chamise branca e caminhou de volta para o homem que a esperava com as mãos no bolso da bermuda.
Lewis a acolheu em seus braços e ela pode chorar. Cada lágrima era de alívio.
Pietra se afastou do peito dele e o encarou. Lewis afagou seu rosto limpando as lágrimas.
— Tenho muito orgulho de você. — A beijou na testa.
— Obrigada por me salvar, Lewis.
— Fui apenas um condutor, mas você mesma decidiu se salvar.
— Eu te amo tanto.
Ele a respondeu com um beijo carinhoso pois as palavras jamais conseguiria expressar o tamanho do seu sentimento. Queria fazê-la sentir em todos os poros, toques e gestos que a amaria para sempre. E não, para sempre não era muita coisa, mas era tudo que ele tinha e ainda parecia pouco.
Ela sabia que ali estaria segura.
Ele era o satélite que a puxaria sempre para perto. O seu lar.
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satellite | lewis hamilton
FanfictionQuem poderia salvar a sua alma de sucumbir? Ela encontrou as respostas nos braços de um amor do passado e nas escolhas que teria que fazer para finalmente respirar livre.