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[POV: ALEX]

Marte tentava me acalmar no refeitório, meu coração batia forte, raiva, eu sentia só raiva, aquela garota não tinha o direito de falar com a gente assim.

- Toma um pouco de água - disse Marte com um copo de água na mão.

- Isso não tá certo Marte - disse bufando de raiva - isso não vai ficar assim - tomei um gole da água

- Não tem o que fazer Alex - disse Marte olhando pra mim

- Não tem o que fazer? - perguntei indignado - Claro que tem, não vou deixar ela me tratar assim desse jeito - disse bebendo o resto da água - Olha isso todos eles nos julgando - disse apontando a nossa volta - com esses olhares, eu sei que a gente fez não foi certo - falei e Marte concordou com a cabeça - mas parece que nós matamos alguém.

- Bom... a gente fez Vênus sair do colégio, então por um lado foi praticamente isso - Marte falou e nos entreolhamos

- Mas não vou deixar que falem com a gente assim, ameaçando, com arrogância igual Bruna fez - disse - quem ela acha que é pra falar desse jeito? Pode deixar que ela vai ter o que merece - falei amassando o copo plástico que estava na minha mão

- Não pensa isso, vamos deixar lá - falou Marte passando a mão no meu cabelo - Daqui a pouco as pessoas esquecem e ainda tem o interclasse - disse Marte tentando mudar de assunto.

- É - respirei fundo - ainda tem o interclasse e tenho que salvar essa sala.

Tava meio receoso como os caras do time vão me receber depois de tudo que aconteceu, tenho medo mas ao mesmo tempo eu sei que ali é o meu lugar e que querendo ou não eles precisam de mim.

Cheguei no vestiário onde todos estavam se preparando, pois o próximo jogo era o nosso, assim que entrei todos olharam para mim e fui passando pra me ajeitar também. Sentei em um banco e todos voltaram pro que tava fazendo.

- Ainda bem que você voltou - disse Paulo que era meu colega a anos, estudávamos juntos desde a 6• ano.

- Ainda bem mesmo - disse João outro colega ao fundo do vestiário - a já tava aqui sem saber o que fazer

- Já aceitando a derrota - disse Guilherme mais um colega chegando perto de mim - Tamo feliz que você tá aqui - falou me abraçando e dando um tapinha na minha costas.

E todos os outros veio juntos me cumprimentar, abraços e apertos de mãos, alguns até falou que se precisasse de ajuda iam tá lá, teve algumas zoações, mas nada fora do normal. Não imaginaria que me sentiria tão acolhido por eles e que bom que tá tudo bem, porque ali eu me sentia em casa, fazendo o que eu gostava.

Fomos todos para o ginásio, travei um pouco quando pisei lá, me lembrando da última vez e a arquibancada tava cheia, praticamente todas as turmas tavam lá, todos estavam pra ver, queriam me ver depois de tudo.

A professora de Educação física apitou e o jogo começou, ouvia os gritos da torcida e o canto também, eles haviam feito uma música mais ou menos assim: "ÔH LÉ ÔH LE ÔH LE ÔH LÁ, É O SEGUNDO ANO QUE VAI GANHAR" e outra assim: "PASSOU, PASSOU PASSOU UM AVIÃO DIZENDO QUE O TERCEIRO ANO É O CAMPEÃO! MAS QUE MENTIRAA! MAS QUE VERGONHA! É O SEGUNDO ANO QUE SEMPRE GANHA!!". Aquilo dava um gás inimaginável, que não demorou muito e fiz um gol, fazendo a galera ir a loucura e todos os jogadores vim me abraçar. Eles sabiam que precisavam de mim, eu era o melhor deles ali!

Eu tava dando o melhor de mim naquele jogo, eles queriam me ver, eu estava dando um espetáculo, não demorou muito e fiz outro gol fazendo e o povo todo pulava. Olhei pra arquibancada procurando Marte e vi a cena mais engraçada que foi ele, Bruna e Luan abraçados juntos pulando e comemorando.

Deu intervalo e fomos todos sentar no banco pra descansar e beber água, muita gente da minha turma veio me elogiar e todos que tavam jogando comigo tavam mais alegre, já dava pra ver os olhos deles brilhando, eu não quero me gabar, mas já me gabando eu era a luz no fim do túnel pra eles. Não demorou muito e voltamos.

O terceiro ano no segundo tempo veio quebrando com tudo, era falta atrás de falta e pra piorar a torcida da turma deles começaram a gritar me ofendendo. "ALEX VIADO, ALEX VIADOO" gritavam todos em coro, eu não conseguia me concentrar e por falta de atenção eles marcaram um gol, e continuaram a gritar mais até a gente levar mais um gol ficando empatado, aquilo tava me afetando.

- CALA A BOCA SEUS HOMOFÓBICOS - escutei alguém brigando na arquibancada, quando olhei era Bruna que continuava - ME SOLTA LUAN QUE EU VOU DAR NA CARA DELES, PELOS GAYS EU DOU A MINHA VIDA - disse ela avançando em cima dos garotos e a confusão estava feita.

O jogo parou e os professores tiveram que intervir levando todos da confusão para a coordenação e assim voltamos, estávamos todos tensão, tínhamos que ganhar aquilo, era tudo ou nada e a torcida começou a cantar de novo me dando mais força de vontade e fazendo o terceiro gol desempatando e ganhando. A torcida foi a loucura até a professora comemorou, olhei na arquibancada procurando Marte e o encontrei apontei pra ele e disse: "É pra você!" E ele abriu um sorriso. O jogo acabou e todos da arquibancada desceram vindo comemorar com a gente, parecia que a gente tinha ganhado a final.

Procurei Marte no meio da multidão e encontrei puxando ele e dando um beijo ali mesmo fazendo todos comemorarem como se estivesse comemorando um gol, nós dois rimos sem entender, mas tava tudo perfeito.

O NAMORADO DA MINHA IRMÃ 2Onde histórias criam vida. Descubra agora