55 d.C
Egito.
Aziraphale se tornou um comerciante em Mênfis, capital egípcia naquela época. Ser comerciante significava que ele não estava nem muito abaixo e nem muito acima na "pirâmide", então tinha que fingir ser um se quisesse viver tranquilamente. Tinha alguns trabalhos a fazer no reino, missões do céu, por isso já morava na capital há 4 anos, onde ele tinha uma loja de fachada, vendendo pergaminhos e ainda alguns contos esculpidos em pedras antigas, nem um pouco eficientes. Obviamente ninguém nunca entrava lá. Como se fosse magia, assim que um humano ficava interessado em algo, ele desistia e ia embora.
Aziraphale pegou o costume de ler alguns contos humanos. Se sentia estranhamente atraído desde que leu contos piratas anos antes, e então não parou mais.Virou o seu hobby depois que perdeu o interesse em desenhar humanos e, por nunca ter nada interessante, para escrever em seu diário. Estava na sua 15° edição, o que era muito pouco para quem já viveu tanto como ele, mas nada podia ser feito, às vezes os dias são mais monótonos do que animados.
O anjo usava uma túnica de marfim elegante com alguns detalhes dourados em seu ombro e cintura. Não havia muita madeira para móveis, então era costume que se sentassem em tapetes ou almofadas. Como um anjo, ele apenas decidiu abraçar isso, passando boa parte dos seus dias em seu tapete lendo alguns contos. Estava relaxado no meio da sua loja, que sempre estava trancada, lendo um bom pergaminho.
Se as pessoas da cidade pudessem descrever Azira, como era chamado pelos humanos neste local, descreveriam sendo frio e misterioso. O Sr. Azira sempre foi educado com quem o cumprimentasse, mas ficava nisso. Sempre indiferente e desinteressado com tudo e todos ao seu redor. Era como um homem paciente, como se apenas esperasse algo ou simplesmente já soubesse o que ia acontecer. Apenas duas destas três coisas eram corretas. Ele não sabia o que aconteceria, o plano inefável de Deus era oculto até para seus seguidores, e ele era paciente. De fato, ele esperava por algo, ou melhor, alguém. Não sabia quando ou onde, mas sabia que quem ele esperava sempre viria.
Uma rebelião estava se formando na cidade, era só questão de tempo.
Azira olha para a porta trancada e depois volta a olhar para o pergaminho, tentando ficar tranquilo. O anjo não esperava desejar o caos, mas sempre que isso acontecia "ele" estava por perto. Azira e Crowley, como agora era chamado, geralmente não se cruzavam. Um tinha que fazer o bem e o outro o mal. Eles estavam de lados opostos, isso significava que em situações opostas também. Se estivesse tudo bem, Aziraphale já sabia que não veria o demônio.
Maldito é aquele que diz que a loucura é como uma explosão, uma tormenta mental repentina que surge do nada. Estudiosos podem especular como preferirem sobre o que realmente é a loucura, mas poucos falaram a verdade. Para saber sobre a verdadeira loucura, nua e crua em nossas vidas, devemos perguntar aos loucos. Com seus sorrisos calmos e olhos bem abertos eles respondem.
"A loucura é algo pequeno, como um pequeno remédio."
De repente, batidas na porta são ouvidas. Aziraphale pensa em não atender, se concentrando no conto.Se fossem os seus supervisores ou Crowley, já teriam usado magia para destravar a porta e entrar, então ele não tinha interesse em abrir, mas as batidas insistiram, então ele se levantou para ver quem era.
Ele abre de forma brusca a porta e se assusta vendo o demônio na sua frente com sua túnica preta cheia de prata e pedras jades. Sua túnica era sustentada apenas por uma jóia circular de prata nos ombros e um elegante cinto. Ele coloca a mão no peitoral que estava quase à mostra pelo caimento do pano, já a outra se erguia segurando um jarro de barro.
– Posso entrar? – Ele faz uma leve reverência mostrando cortesia e deboche.
– Crowley! Por que apenas não entrou?
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Good Omens - Obcecado por você
RomanceVocê nasceu para ser meu destino. Eu sou seu vicio, seu desejo, sou tudo que precisar. Por isso, seja tudo meu também, me dê tudo o que é seu. Caia em mim, para nunca mais voltar.