26

252 15 6
                                    

Dias foram se passando e Minho ainda não tinha falado com Yongbok, sempre que o mesmo tentava se aproximar ou Jisung o interrompia ou era a hora de saída e não podia falar com ele já que o motorista que o esperava do lado se fora da escola conseguia vê-los e poderia reportar ao seu pai.

Hoje era uma quinta feira, que por sinal era bem secante e sem graça para a maioria dos alunos que estavam tendo provas.
A hora do almoço tinha chegado e nos corredores só se ouvia gritaria e passos apressados, era um horror para quem tinha sensibilidade auditiva.

Todos saíram da sala, na verdade quase todos, pois Minho e Yongbok permaneciam ali dentro em silêncio. O loiro não conseguia dizer nada e mantinha-se cabisbaixo, ele achava que o garoto não queria falar consigo e ia dar-lhe espaço, por mais que estivesse magoado e um pouco chateado mas ainda tentava entender. Enquanto Minho encarava Yongbok "discretamente" pensando em formas de como falar com ele e talvez até contar-lhe tudo o que aconteceu em sua casa.

O loirinho era muito importante para Minho, mas ele não o merecia, colocava seus amigos que acabou de conhecer em primeiro lugar e deixava Yongbok de lado, o tratava como se não o conhecesse às vezes. O garoto veio a perceber isso quando conversava com Changbin e o mesmo o alertava sobre tal, que se continuasse a desprezar Yongbok por medo iria acabar o perdendo. E era óbvio que o Lee mais velho não queria perdê-lo de jeito nenhum, ele o amava mas ainda não sabia de certo como mostrar isso para Yongbok e não queria destruir sua vida.

Passado algum tempo, Minho logo se decidiu e se levantou da mesa ficando de frente para o loiro que apenas levantou sua cabeça e o olhou confuso.

- Precisamos conversar.

- Ah, agora você quer conversar comigo, Lee Minho?

Minho ficou um pouco magoado, não era normal Yong chamar o seu nome inteiro, era estranho e desconfortável.

- Eu sempre quero conversar com você! O único problema é que naquele momento eu-

- É sempre uma nova desculpa, não é? Você sempre tenta se desculpar colocando a culpa em algo sem sentido, depois quando eu me afasto você fica irritado e quando me aproximo você me descarta! Você também me bate sem motivo! Porquê que você faz isso comigo? Eu sou algum tipo de brinquedo pra você?!- Levantou da cadeira e ficou em frente ao Minho, o encarando com uma expressão facial irritada. Estava cansado de tudo aquilo.

- O quê? Não! Desculpa se eu ando fazendo isso com você, eu não tinha reparado, não foi minha intenção! Eu ando a ter alguns problemas em casa e isso me impediu de falar com você, mas agora que estamos sozinhos queria te esclarecer tudo para você não achar que eu não quero falar com você.- Se aproximou do menor e segurou suas mãos com delicadeza.- Eu peço imensas desculpas, não vou voltar a fazer isso, eu juro! Eu gosto muito de você Lee, eu não quero te perder, eu posso mudar!

- Não, você não vai mudar enquanto eu ainda passar a mão na sua cabeça a cada merda que você faz. Eu cansei de tudo, sabe? Não sei se você tem algum problema mas isso você trata com o psicólogo, não é comigo. Se você é louco vai para o hospital psiquiátrico mas não me meta nos seus problemas, resolva os seus b.o sozinho! Estou indo embora, não venha atrás de mim.

E foram com essas palavras que Minho sentiu seu mundo desabar, o mesmo ficou ali parado enquanto Felix saía da sala. Estava destroçado, não sabia que tinha prejudicado tanto o Lee enquanto conversava e se divertia com ela, pena que a diversão só vinha de um lado.

- O quê que eu fiz? Perdi quem eu amo pelas porcarias que fiz e sempre faço, seu sou um merda.

Caiu de joelhos no chão e começou a chorar ali mesmo, enquanto seu coração batia rápido quanto um carro numa corrida, sua visão acabou ficando turva aos poucos e o garoto se sentia tonto mas mesmo assim não conseguia não chorar.

O gatinho do fundão.- MinlixOnde histórias criam vida. Descubra agora