05*⁠.⁠✧ A PROPOSTA

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Evangeline

Eram 5:00 da manhã quando Celeste apareceu. Ela entrou no quarto, e eu, que já estava arrumando minhas coisas para ir embora, levei um susto.

"Que susto, Celeste... Você não deveria estar indo para o trabalho?", perguntei surpresa ao vê-la tão cedo.
- "Não vou trabalhar hoje. Tenho um assunto para tratar, e você faz parte desse assunto", respondeu ela, parecendo séria.
- "E o que exatamente seria?", questionei, curiosa sobre o que ela tinha em mente.
- "Evangeline, preciso de um favor. Você poderia se passar pela minha noiva no jantar que terei hoje?", pediu Celeste, fazendo um pedido inesperado.
- "Como assim?", fiquei confusa, tentando entender a situação.
- "Por favor", suplicou ela, parecendo determinada.
- "Por quê?", indaguei, querendo compreender a motivação por trás desse pedido incomum.
- "Evangeline, minha família é muito complicada. Meu irmão tem ambição de assumir os negócios da família. Ele chegou a se casar com uma mulher que não amava só para reivindicar o posto de líder na empresa... Os sócios do meu pai têm esse lema de que um bom chefe deve ter sua própria família, pois demonstra estabilidade o que alguém que é solteiro não teria. São coisas que eu não entendo de onde eles tiram", explicou Celeste, revelando um pouco de sua complicada dinâmica familiar.
- "E você fazendo o mesmo não te igualaria ao seu irmão? E como os sócios aceitariam que você se casasse com uma mulher?", questionei, preocupada com as consequências dessa situação.
- "Eu sei que esse pedido é egoísta, mas também sei que se meu irmão assumir a empresa em menos de 1 mês, ela vai falir. Ele só quer o poder, mas não sabe administrar nem a própria vida... Evangeline, não precisa se preocupar. Eu arcarei com todas as despesas e te recompensarei. Além disso, se os sócios falarem algo, meu pai sabe como resolver essa situação. Não se preocupe", Celeste tentou me tranquilizar, oferecendo garantias.
- "Estou meio sem reação no momento. Não sei o que dizer", admiti, sentindo-me sobrecarregada com a complexidade da situação.
- "Me perdoa por jogar tudo isso em cima de você... Vamos tomar um café na cafeteria aqui em frente?", sugeriu Celeste, tentando aliviar a tensão.
- "Celeste, ainda são 5 da manhã", respondi, olhando para o relógio.
- "Verdade, vamos esperar então", concordou ela, percebendo a hora inapropriada.

Celeste só pode estar de brincadeira. Que história é essa? Como eu poderia ser noiva dela? A família dela aceitaria ela se casar com outra mulher? Ela mencionou empresa? Isso significa que a família dela é bem de vida... Eu sempre estive certa? Celeste é de uma família rica... Eu não posso me envolver com ela. Esses tipos de pessoas pensam que podem comprar tudo com dinheiro... Eu não vou aceitar essa proposta abusada de Celeste. Ela deveria chamar outra pessoa.

Celeste estava sentada na cama, abriu seu notebook e ficou concentrada nele por muito tempo. Nenhuma palavra foi dita, e eu apenas me deitei, tentando processar todas aquelas informações, mesmo sabendo que não iria aceitar de nenhuma forma. Para mim, aquilo era uma loucura sem medida.

Por volta das 7 da manhã, fomos até aquela tal cafeteria. Celeste fez o seu pedido e eu fiz o meu.

- Então, Evangeline, a proposta que tenho para você é essa.

Celeste virou seu notebook na minha direção, onde pude ver várias coisas escritas, parecendo ser um contrato.

- Você quer que eu leia tudo isso? - perguntei, surpresa com o tanto de folhas que quele contato tinha.
- eu posso te explicar um pouco- respondeu ela, com um olhar ansioso.
- Tudo bem... - comecei, pegando o papel em minhas mãos. Celeste começo a me explicar
- Olha, o nosso acordo de noivado duraria cerca de um ano. Nesse tempo, você teria que sair comigo para todos os lugares e jantares corporativos que serão realizados na Catelle.SA ou qualquer coisa relacionada.
- Celeste! - interrompi, perplexa. - Isso é demais. Eu não sei se consigo fazer isso eu sou muito até social.
- Eu sei que é um pedido egoísta, Evangeline, mas é a única maneira de evitar que meu irmão assuma a empresa e a leve à falência. Por favor, eu preciso da sua ajuda - ela disse, com um olhar suplicante.
- Mas... isso implica em ser sua noiva de mentira por um ano inteiro. Não sei se consigo lidar com essa pressão, com todos os olhares e expectativas em cima de nós - expressei minhas preocupações.
- Eu entendo que seja difícil para você, Evangeline, mas eu vou arcar com todas as despesas e esclarecer qualquer mal-entendido com os sócios, se necessário. Eu não quero te colocar em uma situação desconfortável, mas minha família é complicada e se meu irmão assumir a empresa, será um desastre. Por favor, pense sobre isso - Celeste pediu, com sinceridade em sua voz.
- Está bem. Eu vou pensar, mas não posso prometer nada agora. Preciso refletir sobre todas as implicações e tomar uma decisão que seja melhor para mim - respondi, sentindo o peso da responsabilidade dessa escolha.

QUARTO VERMELHOOnde histórias criam vida. Descubra agora